Saúde e Bem-estar

 

Isabel Maria Gomes, enfermeira do Serviço de Urgência Pediátrica

Isabel Maria Gomes, enfermeira do Serviço de Urgência Pediátrica

A luz solar, além da radiação visível, transmite raios invisíveis prejudiciais para a pele, os infravermelhos e ultravioleta. O sol tem também funções benéficas, como é o caso da produção de vitamina D, tão importante no crescimento das crianças.

Evite expor-se ao sol entre as 11 e as 16 horas.

Estar à sombra, na praia, obriga também à aplicação de protetor solar, pois existe irradiação pela areia. Mesmo com nevoeiro e neblina devem manter-se os cuidados de proteção solar.

Os protetores solares devem ser aplicados 30 minutos antes do início da exposição solar e de 2 em 2 horas durante a exposição solar e sempre após os banhos de mar ou piscina.

Os bebés não devem estar expostos diretamente à radiação solar (Link) devendo, além da aplicação do protetor solar e do cumprimento de um correto horário de exposição solar, ser protegidos com vestuário, óculos, chapéu de sol e promover a ingestão constante de líquidos (Link).

Devem ser escolhidos protetores solares hipoalergénicos, dando-se preferência aos filtros físicos.

Se não tivermos cuidado, o sol pode provocar: desidratação, insolação, queimaduras, descamação, dor, pele vermelha, entre outras complicações.

Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 2 de agosto de 2019

Lavar as mãos salva vidas

 

Nos cuidados de saúde, a higiene das mãos é uma das medidas mais simples e mais efetivas na redução da infeção. É consensual que a transmissão de microrganismos entre os profissionais e os doentes e entre doentes, através das mãos, é uma realidade incontornável, daí a relevante importância da sua lavagem. Estamos todos cientes que as mãos são a estrutura do corpo mais utilizada no contacto direto, sendo, por consequência, um veículo de transmissão de microrganismos.

A higiene das mãos, termo geral que se refere a qualquer ação que envolva a limpeza das mãos (OMS, 2010), tem sido altamente reconhecida ao longo das duas últimas décadas como o método mais eficaz na prevenção e redução de transmissão das IACS (Geilleit et al., 2018). Aliada à comemoração do DIA DA HIGIENE das MÃOS, que se comemora a 5 de maio, gostaríamos de relembrar a sua importância – LAVAR AS MÃOS pode salvar vidas, uma vez que é quebrada a cadeia de transmissão de microrganismos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a implementação da estratégia de higiene das mãos integrada no conjunto das precauções básicas, constitui a medida mais relevante na prevenção no controlo da infeção. É, também, considerada uma medida com impacto indireto no controlo das resistências aos antimicrobianos.

Lavar as mãos corretamente com água e sabão é a forma mais simples e eficaz de você ajudar a reduzir a transmissão da infeção e proteger-se a si e aos que o rodeiam. É de extrema importância que esta medida seja incutida às crianças, para que saibam os benefícios e a importância da correta lavagem das mesmas. Encorajá-las a lavar as mãos na altura certa vai ajudar a garantir que esta prática se vai tornar um hábito ao longo da vida.

Como lavar as mãos?

Apenas demora cerca de 60 segundos para lavar as mãos corretamente. É o mesmo tempo que levamos a cantar “Parabéns a você” duas vezes seguidas.

Quando lavar as mãos?

Lavar as mãos deve fazer parte da rotina de todos nós, especialmente nestes momentos:

  • Antes de comer ou manusear os alimentos
  • Após ter utilizado a casa-de-banho
  • Após assoar o nariz, tossir ou espirrar
  • Após tocar em animais ou nos seus dejetos
  • Após manusear resíduos
  • Após mudar fraldas
  • Antes e após tocar em doentes ou feridas
  • Antes e após ir de visita a uma enfermaria (lembrar que também estão disponíveis soluções-alcoólicas para as mãos como alternativa).

 

Profissionais de saúde

  • Sempre que as mãos estejam visivelmente sujas
  • Antes e após contactar com os doentes
  • Após contactos contaminantes (exposição a fluídos orgânicos)
  • Após contactar com materiais e equipamentos que rodeiam o doente
  • Antes de técnicas assépticas (recomenda-se a desinfeção das mãos)
  • Antes e após usar luvas

 

A higiene das mãos

Deve ser executada

Por todos sem exceção

Com técnica recomendada

São mesmo muitos momentos

Temos de desinfetar

As mãos que prestam cuidados

Não devem matar.

Salete Mota, 2017

 

Bibliografia:

Direção-Geral da Saúde (2010). Orientação de Boa Prática para a Higiene das Mãos nas Unidades de Saúde. Circular Normativa. 1-42.

Geilleit, R., Hen, Z. Q., Chong, C. Y., Loh, A. P., Pang, N. L., Peterson, G. M., … de Korne, D. F. (2018). Feasibility of a real-time hand hygiene notification machine learning system in outpatient clinics. Journal of Hospital Infection, 100(2), 183–189. https://doi.org/10.1016/j.jhin.2018.04.004

Pina, E., Ferreira, E., Marques, A. & Matos, B. (2010) – Infecções associadas aos cuidados de saúde e segurança do doente. Revista Portuguesa de Saúde Publica,Vol.Temat.(10): 27- 39.

WHO. (2010). Guide to Implementation Multimodal nfection prevention control Improvement Strategy. 12–48. https://doi.org/10.1111/ecin.12054

World Health Organization (2009). Guidelines on Hand Hygiene in Health Care: First Global Patient Safety Challenge – Clean Care is Safer Care.

 

Cátia Moreira, enfermeira do Serviço de Urgência Geral

Cátia Moreira, enfermeira

O termo “gastroenterite” refere-se a uma irritação e inflamação do tubo digestivo, incluindo o estômago e o intestino. As causas mais comuns são agentes virais, bactérias, parasitas e as intoxicações alimentares.

As queixas mais comuns são a diarreia, dor abdominal, cólicas, náuseas e vómitos. A gastroenterite é um problema bastante comum no verão porque as bactérias propagam-se mais facilmente nos alimentos, já que o calor é um meio propício de desenvolvimento dessas bactérias.

A maioria das gastroenterites é causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados por bactérias ou vírus. As infeções também podem ser transmitidas de pessoa para pessoa, se não existirem hábitos de higiene.

Os sintomas principais da gastroenterite são diarreia e vómitos podendo ainda ocorrer dores de barriga, febre e dores de cabeça. Quando o quadro é grave e persistente, pode ocorrer desidratação.

A melhor forma de prevenir a gastroenterite é através do cumprimento de medidas de higiene. É essencial lavar sempre as mãos depois de ir à casa de banho, antes de manusear alimentos e depois de contactar com a natureza e/ou com animais de estimação. Não se devem partilhar toalhas de uma pessoa que tenha gastroenterite. O correto acondicionamento e preparação dos alimentos é também crucial.

Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 6 de julho de 2018
Cátia Moreira, enfermeira do Serviço de Urgência Geral

Cátia Moreira, enfermeira

As doenças cardiovasculares afetam o sistema circulatório, ou seja, o coração e os vasos sanguíneos e são uma das principais causas de morte em Portugal. A maioria destas doenças são provocadas por aterosclerose – depósito de placas de gordura e cálcio no interior das artérias que dificultam e podem impedir a circulação sanguínea nos órgãos. Quando a aterosclerose surge nas artérias coronárias, pode causar o enfarte do miocárdio. Se se desenvolve nas artérias do cérebro, pode desencadear um acidente vascular cerebral.

Estas doenças podem ser prevenidas pela adoção de um estilo de vida saudável e vigilância clínica regular.

O controlo dos fatores de risco é a melhor forma de prevenir as doenças cardiovasculares. Controlar a pressão arterial mantendo-a com valores inferiores a 140/90 mm Hg, vigiar o colesterol, ter uma glicemia normal implica que esteja atento à sua saúde e que procure a colaboração de um profissional de saúde. Praticar uma atividade física regular pelo menos 30 min, 5 vezes por semana, ter hábitos alimentares saudáveis como comer mais fruta, vegetais, fibras e peixe e reduzir o consumo de gorduras, açúcar e sal, não fumar e evitar o stress são aspetos que todos nós devemos estar sensibilizados e encarar no nosso dia-a-dia com hábitos de vida.

Texto publicado originalmente no Jornal Imediato a 7 de junho de 2019.

 

Isabel Maria Gomes, enfermeira do Serviço de Urgência Pediátrica

Isabel Maria Gomes, enfermeira do Serviço de Urgência Pediátrica

A luz solar, além da radiação visível, transmite raios invisíveis prejudiciais para a pele, os infravermelhos e ultravioleta. O sol tem também funções benéficas, como é o caso da produção de vitamina D, tão importante no crescimento das crianças.

Evite expor-se ao sol entre as 11 e as 16 horas.

Estar à sombra, na praia, obriga também à aplicação de protetor solar, pois existe irradiação pela areia. Mesmo com nevoeiro e neblina devem manter-se os cuidados de proteção solar.

Os protetores solares devem ser aplicados 30 minutos antes do início da exposição solar e de 2 em 2 horas durante a exposição solar e sempre após os banhos de mar ou piscina.

Os bebés não devem estar expostos diretamente à radiação solar (Link) devendo, além da aplicação do protetor solar e do cumprimento de um correto horário de exposição solar, ser protegidos com vestuário, óculos, chapéu de sol e promover a ingestão constante de líquidos (Link).

Devem ser escolhidos protetores solares hipoalergénicos, dando-se preferência aos filtros físicos.

Se não tivermos cuidado, o sol pode provocar: desidratação, insolação, queimaduras, descamação, dor, pele vermelha, entre outras complicações.

Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 2 de agosto de 2019
Emília Gomes, enfermeira, Especialidades Cirúrgicas

Emília Gomes, enfermeira, Especialidades Cirúrgicas

Os testículos fazem parte do órgão reprodutor masculino e são responsáveis pela produção dos espermatozóides. O tumor do testículo é um tumor pouco frequente, mas com o agravante de ter maior incidência em pessoas jovens em idade produtiva. A criptorquidia (testículo que não desce para a bolsa escrotal) é um fator importante que contribui no aparecimento deste tipo de tumor.

O primeiro sintoma é a presença de um nódulo duro ou edema no testículo. Por vezes o nódulo provoca dor, mas na maioria das vezes é indolor.

A puberdade precoce é outro dos sintomas de cancro testicular na medida em que alguns tumores de células de Leydig e de Sertoli podem produzir andrógenos (hormonas sexuais masculinas). Nos homens não provocam quaisquer sintomas específicos, mas em crianças podem provocar sinais de puberdade, como o crescimento de pêlos faciais e corporais numa idade precoce.

Alguns tipos de cancro podem não provocar sintomas até atingirem um estado avançado.

A maioria dos cancros do testículo aparece em idade jovem (entre os 20 e 40 anos) e é diagnosticado num estado inicial. A presença de um nódulo testicular deve ser avaliada por um médico.

É importante que o homem faça o autoexame dos seus testículos mensalmente após a puberdade. O melhor momento é durante ou após o banho, quando a pele do escroto se encontra mais relaxada:

  • Deve afastar o pénis e examinar cada testículo separadamente.
  • Segurar o testículo com as duas mãos e roda-lo delicadamente entre os dedos.
  • Procurar sentir a presença de nódulos ou qualquer alteração no tamanho, forma ou consistência dos testículos.

É normal um testículo ser ligeiramente maior do que o outro.

O diagnóstico é feito com base na ecografia e marcadores tumorais. Raramente é realizada biopsia para evitar a disseminação da doença.

O tratamento inicial é sempre cirúrgico e é denominado orquidectomia inguinal radical, em que o cirurgião remove o tumor junto com o testículo e o cordão espermático. Esta cirurgia não afecta a função sexual ou reprodutora do homem, caso tenha o outro testículo normal.

Posteriormente serão feitos outros exames de imagem para estadiamento da doença e possíveis tratamentos(radioterapia,quimioterapia).

Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 23 de novembro de 2018

Contributos para a melhoria da gestão da asma das crianças e jovens

Consulta de Enfermagem de Patologia Respiratória Pediátrica do CHTS

 

A Consulta de Enfermagem de Patologia Respiratória pediátrica é uma atividade assistencial desenvolvida pelas enfermeiras especialistas em Saúde Infantil e Pediatria, da Consulta externa do CHTS. Esta surge no âmbito do projeto de enfermagem da “consulta de enfermagem da alergia pediátrica”, aprovado em fevereiro de 2022 pelo Conselho de Administração do CHTS. Deste modo, a sua dinamização tornou-se um desafio, mas também, uma ferramenta fundamental na gestão da asma da criança e/ou jovem, bem como uma estratégia de educação e promoção da saúde, contribuindo para melhoria da qualidade de vida das crianças e jovens seguidos na consulta externa do CHTS.

A  asma é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas, caracterizada pelo estreitamento dos brônquios, que resulta na sensação de dificuldade em respirar, sibilância (chiadura no peito ao respirar), tosse, falta de ar e aperto no peito.

Frequentemente, a asma nas crianças tem uma base alérgica, mas pode, também, existir asma sem alergias. Apesar de um quadro de asma alérgica, outros fatores podem desencadear os sintomas, nomeadamente infeções virais, rinite não controlada, agudização da sinusite e fatores irritativos (fumo, tabaco, cloro, giz, ansiedade, riso e exercício físico).

O objetivo primordial da criação desta consulta de enfermagem é a implementação de um modelo de consulta que garanta a resposta a crianças e jovens portadoras de asma (com ou sem alergia associada), que são seguidas em consulta na nossa instituição, de modo a garantir o acompanhamento, melhorar a adesão ao regime terapêutico, diminuir a probabilidade de agudizações, reduzir a necessidade de recurso ao serviço de urgência, aumentar a segurança dos utentes e contribuir para a melhoria da sua qualidade de vida.

Assim, foi criada informaticamente a consulta de enfermagem de patologia respiratória pediátrica e de imunoalergologia pediátrica, para que as enfermeiras possam registar os cuidados realizados a cada utente. Com esta consulta, em sintonia com a consulta médica, esperamos alcançar o melhor controlo da asma das nossas crianças e jovens, manter um contacto mais próximo entre utentes e profissionais de saúde, diminuir o absentismo laboral por parte dos pais e cuidadores, diminuir o absentismo escolar, pelo menor recurso aos serviços de saúde, através de uma metodologia de trabalho interdisciplinar estruturada e colaborativa. O modelo de trabalho privilegiado pelas enfermeiras é o modelo de parceria de cuidados assistenciais, através da tríade equipa de saúde, criança/jovem e pais/cuidadores, bem como o modelo de consulta de enfermagem com “enfermeiro de referência/enfermeiro gestor de caso”. Só assim, com o envolvimento de todos, acreditamos ser possível obter melhores resultados no controlo da Asma, pela melhor capacitação, autoconhecimento na gestão do regime terapêutico.

Deste modo, para o melhor controlo da asma, a sua abordagem deverá assentar nos seguintes pilares:

  • Educação da criança e jovem, e dos pais e cuidadores (incluindo comunidade escolar) para a gestão do regime terapêutico, pelo aumento do nível de literacia sobre doença e tratamento.

 

  • Identificação e evicção de fatores desencadeantes (são esclarecidas medidas específicas de evicção aos alergénios e/ou fatores que podem precipitar as crises de asma).

 

  • Uso de terapêutica disciplinada e de acordo com o plano terapêutico prescrito pelo médico (uso correto de inaladores, higiene dos dispositivos respiratórios, verificação da validade dos fármacos, uso adequado da terapêutica oral antiasmática, anti histamínicos, sprays nasais e dispositivos de higiene nasal).

 

  • Registo de crises (períodos de agudização dos sintomas e necessidade de terapêutica SOS e/ou recurso a cuidados médicos).

 

  • Administração de imunoterapia específica (vulgarmente conhecida por “vacina da alergia”. Esta poderá ser prescrita pelo médico como tratamento adjuvante para controlo da asma alérgica. Tem duas vias de administração, oral ou subcutânea, sendo que, actualmente, na consulta de pediatria, estão a ser administradas aproximadamente 300 vacinas subcutâneas/mês.

 

  • Monitorização, vigilância e acompanhamento (pela equipa de saúde e em acordo com o estipulado pela DGS, relativamente ao controlo das crianças e jovens com asma).

 

Apesar de ser um novo projeto da consulta externa, as enfermeiras especialistas têm feito um grande esforço para a implementação do mesmo, pois existem algumas barreiras, nomeadamente a otimização de espaços físicos, modernização de equipamentos e formação específica para enfermeiros.

No entanto, através da persistência e sentido de missão e organização das enfermeiras especialistas, as crianças com asma começaram a ser referenciadas para a consulta e enfermagem, desde julho deste ano, sendo que foram iniciadas as consultas de enfermagem pré consulta médica, sem referenciação médica, desde o início de novembro. Este processo exige organização, tempo e grande logística dos profissionais, mas tem tido boa aceitação por parte das crianças/jovens, pais e cuidadores bem como da equipa médica.

Por outro lado, a teleconsulta de enfermagem é outro ponto da assistência de enfermagem, a qual foi maioritariamente dedicada ao controlo de sintomatologia de doença/sintomas de Covid-19, até outubro deste ano. A partir do mês de novembro do presente ano, a teleconsulta passou a ser essencialmente dedicada ao agendamento de enfermagem de patologia respiratória para o acompanhamento dos utentes com asma.

Futuramente, gostaríamos que fossem melhoradas as condições físicas da consulta de pediatria, para melhor podermos acolher as nossas crianças/jovens, pais e cuidadores na nossa consulta. Outro objetivo passa pela normalização de todos os procedimentos de enfermagem e a criação do processo assistencial da criança e jovem com asma, bem como definir estratégias interdisciplinares de melhoria contínua, enaltecer o trabalho em equipa, garantir condições de segurança, conforto e comodidades dos utentes e dos profissionais, facultar contactos via email e telefónicos específicos para o efeito, abranger o maior número de crianças e jovens na consulta de enfermagem e tornar a consulta mais interativa, através da utilização de meios audiovisuais interativos para ensino e capacitação, principalmente dos adolescentes.

Este modelo de consulta tem um grande potencial de poder ser replicado noutras áreas de intervenção e também de ser replicado na consulta externa da Unidade de São Gonçalo.

Em jeito de conclusão, é do conhecimento geral que as doenças crónicas que afetam a criança, inevitavelmente afetam a família, enquanto sistema. Assim, torna-se imprescindível a compreensão da saúde da família e todos que a compõem. Sendo a família uma constante na vida da criança, é importante compreendermos a forma como funcionam e se relacionam entre si e de que forma os familiares influenciam o desenvolvimento das atitudes e dos comportamentos da criança e jovem com asma.

Esta doença crónica pode exigir o uso crónico ou temporário de tratamentos com medicamentos, a longo prazo, com crises e agravamentos por períodos mais curtos ou mais longos, podendo significar, algumas mudanças nas atividades de vida diárias e sociais.

O efeito da asma na vida familiar poderá ser significativo e constituir uma preocupação constante para os pais/cuidadores e obrigar a enormes encargos pessoais e sociais causados pela asma, como, por exemplo, os causados pelo absentismo escolar e laboral que não devem ser negligenciados, daí a importância dos Enfermeiros serem parceiros no cuidar da criança/jovem com asma e respetiva família/cuidadores.

A consulta de enfermagem é um processo dinâmico pelo que será adaptada, de acordo com os objetivos traçados, ao longo do tempo, pelas necessidades expressas pelas crianças e jovens e cuidadores, pela adequação tecnológica, pela experiência obtida com diferentes casos e estadios da doença, pela interajuda entre a criança/jovem, família/cuidadores e equipa de saúde, pela harmonia com outros elementos na equipa multidisciplinar.

Assim, é um objetivo maior, conseguir concretizar um projeto de proximidade geográfica, podendo levar cuidados de saúde especializados à criança/jovem e pais/cuidadores a conselhos mais afastados e com maior dificuldade de acesso aos cuidados de saúde.

Em suma, objetivamos realizar consultas de enfermagem a todas as crianças/jovens com asma, que recorram à consulta de patologia respiratória e imunoalergologia pediátrica, com diagnóstico de asma brônquica, o mais precocemente possível, implementando as atitudes terapêuticas dirigidas e adaptadas a cada idade, a cada caso clínico e a cada contexto familiar, através da monitorização de parâmetros vitais, antropométricos, ferramentas monitorização das asma e de educação terapêutica e cultivar mecanismos motivacionais de adesão ao regime terapêutico e de confiança nas enfermeiras de referência, que os acompanham.

“O enfermeiro especialista em enfermagem de saúde da criança e do jovem presta cuidados de nível avançado com segurança e competência à criança/jovem saudável ou doente, proporciona educação para a saúde, assim como identifica e mobiliza recursos de suporte à família/pessoa significativa. Tem como desígnio o trabalho em parceria com a criança/jovem e família/pessoa significativa, em qualquer contexto em que ela se encontre (…), de forma a promover o mais elevado estado de saúde possível. (Ordem dos Enfermeiros, 2011)

 

Artigo de Opinião elaborado por: Fernanda Centenico, Joana Pintado e Sónia Santos – Elementos dos NESIP (Núcleo de Enfermeiros de Especialistas de Saúde Infantil e Pediátrica, a exercer funções na Consulta Externa de Pediatria do CHTS).

Brincar é a linguagem universal das crianças, saiba mais sobre a importância do brincar no folheto elaborado pela equipa de enfermagem do internamento de Pediatria:

Brincar faz bem à Saúde (Ficheiro PDF, 2 MB)

Sabia que tomar antibióticos tem riscos significativos?

Sabia que tomar antibióticos tem riscos significativos?Poucas pessoas sabem que sempre que se toma um antibiótico sem necessidade, ou não cumprindo as instruções médicas, aumenta a resistência das bactérias que deveria combater e, portanto, reduz a eficácia do antibiótico.

Sabia que as infeções por bactérias resistentes são mais difíceis de curar e transmitem-se a outras pessoas?

As bactérias resistentes sobrevivem na presença do antibiótico e continuam a multiplicar-se, causando uma doença mais grave e mais difícil de tratar. Estas bactérias podem transmitir-se de pessoa para pessoa, quer seja diretamente ou através do meio ambiente.

Sabia que as infeções causadas por vírus não devem ser tratadas com antibióticos?

A maioria das infeções comuns, tais como as constipações e as gripes, são causadas por vírus e não por bactérias e, portanto, não são curadas por antibióticos.

Não deve tomar antibióticos no caso de:

  • Constipação;
  • Gripe;
  • Dor de garganta;
  • Pingo no nariz;
  • Tosse seca.

Como posso saber se devo tomar um antibiótico?

Apenas o médico pode fazer o diagnóstico correto e decidir se é necessário receitar antibiótico e, nesse caso, qual o antibiótico aconselhado. Não deve, em caso algum, automedicar-se. Se lhe for prescrito um antibiótico, cumpra as instruções do médico, em termos de dose, horário das tomas e duração do tratamento.

Se sobrarem comprimidos no fim do tratamento, devolva-os à farmácia.

Três factores importantes para um sono de qualidade:Durma bem, desfrute a vida.

  • Duração: a duração do sono deve ser suficiente para repousar e estar alerta no dia seguinte.
  • Ciclos de sono: devem ser contínuos, sem interrupção.
  • Profundidade: o sono deve ser profundo o suficiente para ser reparador.

10 mandamentos do sono (adultos)

  1. Fixar a hora de dormir e de despertar.
  2. Se tem por hábito fazer a sesta, não exceda os 45 minutos de sono.
  3. Evitar a ingestão de álcool quatro horas antes de deitar e não fume.
  4. Evite cafeína seis horas antes de deitar. Isto inclui café, chá e refrigerantes e chocolate.
  5. Evite alimentos picantes ou açucarados quatro horas antes de deitar. Um lanche leve antes de dormir é aceitável.
  6. Praticar exercício regularmente, mas nunca antes de dormir.
  7. Use roupa de cama confortável.
  8. Encontre uma temperatura confortável para dormir e mantenha o quarto bem ventilado.
  9. Bloqueie todo o ruído perturbador e elimine o máximo de luz possível.
  10. Não use a cama como escritório, sala de trabalho ou lazer.

10 mandamentos do sono (crianças até aos 12 anos)

  1. A hora de deitar deve ser sempre a mesma e, de preferência, nunca depois das 21h30.
  2. Ter uma rotina de sestas apropriada à idade.
  3. Estabelecer uma rotina de dormir.
  4. Torne o quarto do seu filho propício para o sono: fresco, escuro e silencioso.
  5. Incentive seu filho a dormir sozinho.
  6. Evite luz intensa na hora de dormir e durante a noite, aumente a exposição à luz da manhã.
  7. Evite refeições pesadas e exercícios vigorosos perto da hora de dormir.
  8. Mantenha todos os aparelhos electrónicos, incluindo televisores, computadores e telemóveis fora do quarto e limite o uso destes aparelhos antes de deitar.
  9. Evite a cafeína incluída em muitos refrigerantes, café e chás (ice tea, por exemplo).
  10. Mantenha uma rotina diária regular, incluindo a hora das refeições.

Para mais informações, consulte:

Associação Portuguesa do Sono
World Sleep Society

Andrea Dias Enfermeira do Grupo de Coordenação Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos

Andrea Dias-  Enfermeira do Grupo de Coordenação Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos

Medidas comportamentais para evitar a transmissão

Regras de etiqueta respiratória

Existe um conjunto de medidas individuais que todos devemos conhecer e cumprir para minimizar a transmissão de agentes infeciosos por via aérea ou através de gotículas libertadas ao espirrar ou tossir, designado Etiqueta Respiratória. Com a etiqueta respiratória pretende-se evitar a dispersão de gotículas e a consequente contaminação das mãos. Este conjunto de regras consiste em:
• Cobrir a boca e o nariz ao espirrar ou tossir, com o braço ou antebraço, na ausência de um lenço (não use a mão);
• Usar um lenço de uso único para conter as secreções respiratórias e colocá-lo de seguida no lixo;
• Lavar as mãos com água e sabão ou higienize com SABA (Solução Antissética de Base Alcoólica) principalmente após o contacto com as secreções respiratórias e / ou gotículas;
• Após contacto das mãos com secreções ou gotículas deve evitar tocar nas superfícies de toque frequente, por exemplo portas, puxadores das portas, mesas, balcões, corrimãos antes de lavar as mãos;
• Evitar tocar nos olhos, nariz e boca;
• Evitar contacto próximo (inferior a 2 metros) com pessoas que estão doentes.

Uso correto da máscara

O uso adequado das máscaras é uma medida chave para a sua eficácia e segurança.

Ao colocar a máscara deve:

• Higienizar as mãos com água e sabão ou solução à base de álcool;
• Certifique-se que a máscara não está húmida, suja ou danificada;
• Colocar a máscara na posição correta. A extremidade rígida e maleável deve estar para cima (para de adaptar ao formato do nariz) e a parte colorida para fora;
• Segurar a máscara pelos elásticos/ fitas de suporte e adaptar a cada orelha, sem os cruzar. Ajustar a máscara junto ao nariz e queixo, sem tocar na face da máscara. Certifique-se de que a máscara cobre completamente o seu rosto, desde a ponta do nariz até ao queixo e que não existem espaços entre o rosto e a máscara;
• Evite tocar na máscara enquanto a está a utilizar;
• Não deve retirar a máscara para falar (incluindo ao telemóvel), tossir ou espirrar.

Ao remover a máscara deve:

• Higienizar as mãos com água e sabão ou solução à base de álcool;
• Retirar a máscara apenas segurando os elásticos/ fitas de suporte, por trás das orelhas, sem tocar na parte da frente;
• Colocar a máscara no recipiente adequado e lavar novamente as mãos.

Quando trocar a máscara?

• A máscara cirúrgica deve ser trocada de 4 em 4 horas;
• Independentemente do tempo de utilização, substitua-a sempre que estiver húmida, suja ou danificada;

 Se utilizar máscara comunitária:

• A forma de colocar e retirar é igual;
• Para guardar a máscara, utilize um invólucro fechado, respirável, limpo e seco, como, por exempl, um saco de papel ou de algodão;
• Deve lavá-la com detergente e água quente, pelo menos uma vez por dia e respeitar as instruções do fabricante.
• Garanta que tem sempre uma máscara consigo e que nunca a partilha com outros

Veja os vídeos da DGS sobre este tema:

Ciclo das Máscaras 
Cuidados no Uso Correto da Máscara (Vídeo com Língua Gestual)

 

Os principais erros a utilizar máscara:

• Colocar a máscara abaixo do nariz;
• Cobrir apenas o nariz;
• Deixar o queixo exposto;
• Utilizar a máscara debaixo do queixo;
• Utilizar com espaços laterais;
• Usar a máscara à  volta do pescoço;
• Usar a máscara pendurada na orelha;
• Colocar a máscara no antebraço.

 

Higiene das mãos

• Sem acessórios: não se esqueça de remover anéis, pulseiras, relógios, ou outros objetos, antes da lavagem das mãos.Estes adereços deverão também ser higienizados após a sua utilização;
• Com água e sabão: deve ser este o método preferencial. Caso não tenha acesso a água e sabão, desinfete as mãos com solução à base de álcool com 70% de concentração (não usar, para tal, álcool a 96%);
• Regular: lave as mãos frequentemente ao longo do dia e sempre que se justifique (ex.: ao chegar a casa ou ao trabalho, quando assoar o nariz, espirrar ou tossir);
• Cuidada: lave as mãos durante 20 a 30 segundos, esfregando sequencialmente as palmas, dorso, cada um dos dedos e o punho, secando-as bem no final;

 

Distanciamento social

As medidas de distanciamento são das mais efetivas na redução da transmissão da COVID-19 e têm como objetivo reduzir o contacto entre pessoas, com exceção daquelas com que coabita.
Você deve:
• Manter uma distância de pelo menos 1,5 a 2 metros das outras pessoas;
• Evite o contacto com pessoas que apresentem sintomas sugestivos de COVID-19, como febre, tosse ou dificuldade respiratória;
• Sempre que possível, trabalhe a partir de casa (teletrabalho);
• Utilize, de preferência, serviços telefónicos ou eletrónicos, para entrar em contacto com outros serviços, como supermercados ou farmácia, ou, quando possível, agendar a sua presença nos espaços físicos, como museus, restaurantes, entre outros;
• Se necessitar de cuidados médicos, utilize os serviços telefónicos ou eletrónicos para contactar previamente os serviços de saúde, não esqueça que estes têm circuitos separados para COVID-19, e que sempre que se justificar deve recorrer presencialmente a estes serviços.

Não deve:

• Partilhar artigos pessoais;
• Frequentar lugares movimentados com aglomerados de pessoas;
• Ter contactos desnecessários (como, por exemplo, convívios dentro e fora de casa);
• Promover ou participar em eventos que reúnam muitas pessoas, sobretudo em espaços fechados. Sempre que for necessário reunir com outras pessoas, opte pelo mínimo possível e em espaço aberto.

Lembre-se: medidas simples salvam vidas.

 

 

Fontes: DGS, ECDC e CDC

Maria Inês Pacheco Teixeira Monteiro, Pediatra

Maria Inês Monteiro, Pediatra

Como fazer uma exposição solar correta?

  • Manter as crianças à sombra. Usar guarda-sol com proteção para radiação ultravioleta. Também existem peças de roupa com fator de proteção ultravioleta superior a 50, que bloqueiam 98% dos raios UV.
  • Evitar a exposição solar das 11 às 17 horas.
  • A criança também deve usar óculos de sol. Óculos escuros não são sinónimo de proteção ocular. A barreira aos raios UV é um filtro colocado na lente. Estas devem ser de qualidade e terem a indicação de filtro UV próximo dos 100%.
  • Beber água frequentemente.
  • Usar protetor solar de índice elevado e adequado à pele da criança: 100% mineral no primeiro e segundo ano de vida e a partir dos 6 meses de idade. Só se tornam eficazes 30 minutos após a aplicação e deve ser renovada a sua aplicação a cada 2 horas.
  • Em caso de queimadura, deve aplicar de imediato água fria, colocar creme hidratante em abundante quantidade e oferecer muitos líquidos à criança. Se aparecimento de dor, bolha ou sinais inflamatórios, deve ser efetuada observação médica.
Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 20 de julho de 2018
Ana Ferreira e Sandra Poiares, enfermeiras do Serviço de Cardiologia

Ana Ferreira e Sandra Poiares, enfermeiras do Serviço de Cardiologia

O tabagismo é um dos mais importantes problemas de saúde pública, sendo considerado a principal causa evitável de morte a nível mundial.

A Organização Mundial de Saúde considera o tabagismo uma pandemia, morrendo cerca de 5 milhões de pessoas por ano em todo mundo, o que corresponde a seis mortes a cada segundo. Prevê-se que este número passe para 10 milhões em 2025, com aumento do número de fumadores entre adolescentes e mulheres.

Apostar na cessação tabágica, é um investimento que trará vida para o fumador e para com quem ele partilha o ambiente, uma vez que os riscos diminuem a partir do momento que cessa a exposição ao fumo do tabaco.

É fundamental que os fumadores se consciencializem para a necessidade da mudança de comportamentos, investindo numa vida mais duradoura, e sobretudo na qualidade desse tempo de vida.

O suporte familiar, os amigos e o meio onde o fumador se insere, devem ser fatores facilitadores nesse processo de mudança, no entanto, é a vontade de cada um, o motor impulsionador dessa modificação positiva.

Deixe de fumar, pela sua saúde e pela saúde dos outros!

Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 19 de janeiro de 2018