Acidente Vascular Cerebral (AVC)

AVC: Guarde (n)a sua Memória

 

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) continua a ser uma das principais causas de morte em Portugal, sendo também a principal causa de morbilidade e de potenciais anos de vida perdidos no conjunto das doenças cardiovasculares.

A promoção de uma alimentação e estilo de vida saudável é essencial para a prevenção do AVC.

“Na cadeia de sobrevivência do AVC, reconhecer os sinais de alerta é fundamental”

 

Dr. Vítor Fagundes

Vítor Fagundes, internista

O AVC é uma doença crónica que engloba a prevenção, o tratamento da fase aguda, para o qual é importante a Via Verde Pré-hospitalar e a Via Verde Hospitalar, e a reabilitação após o Acidente Vascular Cerebral do Doente.

Na cadeia de sobrevivência do AVC, o reconhecimento dos sinais e sintomas é fundamental para que os nossos doentes sejam submetidos ao tratamento adequado. O conceito de “tempo é cérebro”quer dizer que, num doente vítima de AVC, quanto mais tempo passar desde o início dos sintomas até ao tratamento, pior é o seu prognóstico e maiores vão ser as sequelas do Acidente Vascular Cerebral. Isto obriga a que todas as equipas de Unidade AVC tenham um sistema integrado de resposta aos nossos doentes vítimas de AVC para que, ao nível hospitalar, seja proporcionado uma triagem de doentes de forma a estes serem submetidos a uma terapêutica de reperfusão.

O conceito de Via Verde AVC pressupõe que todos os doentes com suspeita de AVC, independentemente do local onde estão, sejam transportados para um Hospital capaz de lhe proporcionar a terapêutica mais adequada.

A Via Verde Pré-hospitalar não depende do Hospital, corresponde à fase de transporte, desde casa ou do local onde o doente sofre o AVC até ao Hospital e é muito importante que esse transporte seja feito pelas equipas de emergência, nomeadamente, pelo INEM. Só assim é garantido o encaminhamento do doente para um Hospital com capacidade para proporcionar o tratamento adequado.

O transporte de um doente vítima de um AVC não deve ser feito pelos familiares ou pelos seus próprios meios.

 

Projeto Guarde (n)a sua Memória

 

Os dados do Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) mostraram que, nos últimos anos, a percentagem de doentes submetidos a terapêutica de reperfusão foi inferior a 5% em relação ao total de doentes que tiveram um Acidente Vascular Cerebral isquémico. Esta percentagem é uma percentagem baixa e, nesse contexto, o Serviço criou um projeto, com três fases, que pretende aumentar o número de doentes submetidos à terapêutica de reperfusão.

Numa primeira fase, foi feito um inquérito em todos os Centros de Saúde abrangidos pelo nosso Centro Hospitalar. Concluiu-se que os utentes reconheciam os sinais e sintomas do AVC, como por exemplo, boca ao lado, falta de forças no braço, alteração na fala. Mas quando questionados sobre “o que fazer perante a suspeita de um AVC”, só 68,7% diziam “Liga 112”.
Tendo em conta estes dados, foi criada a segunda fase do projeto, “Guarde na sua memória, guarde a sua memória, ligue a tempo 112”, com o objetivo de sensibilizar a população para os sinais de alerta e formas de atuar perante a suspeita de um de AVC.

 

Unidade de AVC do CHTS

 

A Unidade de AVC do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) iniciou a sua atividade a 15 de julho de 2009 e foi criada após a implementação da Via Verde AVC no Centro Hospitalar.

Esta Unidade está integrada no Serviço de Medicina Interna, no Hospital Padre Américo, e o espaço físico é composto por uma enfermaria de oito camas, com monitorização eletrocardiográfica contínua, destinada aos doentes admitidos com um evento vascular cerebral em fase aguda.

A equipa responsável é constituída por quatro especialistas de Medicina Interna, um especialista de Neurologia e Enfermeiros com especial incidência na reabilitação. Nesta equipa, colaboram também na abordagem multidisciplinar, especialistas em Cirurgia Vascular, Fisiatria e uma Assistente Social.

Iniciar precocemente o tratamento e a neuro-reabilitação, prevenir o agravamento do AVC, identificar fatores de risco, implementar medidas preventivas do AVC recorrente, prevenir complicações, tratar comorbilidades e desenvolver um plano de alta e de follow-up adequados são os objetivos da Unidade de AVC do CHTS.

As recomendações mais recentes demonstram que a terapêutica de reperfusão (trombólise endovenosa e trombectomia) permitem uma recuperação da autonomia funcional em mais de 60% dos doentes. Estes dados reforçam a importância da dinâmica das Unidades de AVC, de que é exemplo o projeto “Guarde (N)a sua memória: ligue a tempo 112”, do Serviço de Medicina Interna, campanha atual para a sensibilização da população sobre a importância da rápida e correta intervenção nos eventos vasculares cerebrais.

A Unidade de AVC conta no seu currículo com cinco projetos de investigação premiados nas diferentes reuniões do Núcleo de Estudos de Doença Vascular Cerebral da SPMI desde 2013. Em 2016, no âmbito do 17º Congresso do Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), a Unidade de AVC do CHTS foi distinguida com o “Prémio de Mérito AVC, Inovação e Dinamismo”.

AVC: Guarde (n)a sua Memória

 

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) continua a ser uma das principais causas de morte em Portugal, sendo também a principal causa de morbilidade e de potenciais anos de vida perdidos no conjunto das doenças cardiovasculares.

A promoção de uma alimentação e estilo de vida saudável é essencial para a prevenção do AVC.

“Na cadeia de sobrevivência do AVC, reconhecer os sinais de alerta é fundamental”

 

Dr. Vítor Fagundes

Vítor Fagundes, internista

O AVC é uma doença crónica que engloba a prevenção, o tratamento da fase aguda, para o qual é importante a Via Verde Pré-hospitalar e a Via Verde Hospitalar, e a reabilitação após o Acidente Vascular Cerebral do Doente.

Na cadeia de sobrevivência do AVC, o reconhecimento dos sinais e sintomas é fundamental para que os nossos doentes sejam submetidos ao tratamento adequado. O conceito de “tempo é cérebro”quer dizer que, num doente vítima de AVC, quanto mais tempo passar desde o início dos sintomas até ao tratamento, pior é o seu prognóstico e maiores vão ser as sequelas do Acidente Vascular Cerebral. Isto obriga a que todas as equipas de Unidade AVC tenham um sistema integrado de resposta aos nossos doentes vítimas de AVC para que, ao nível hospitalar, seja proporcionado uma triagem de doentes de forma a estes serem submetidos a uma terapêutica de reperfusão.

O conceito de Via Verde AVC pressupõe que todos os doentes com suspeita de AVC, independentemente do local onde estão, sejam transportados para um Hospital capaz de lhe proporcionar a terapêutica mais adequada.

A Via Verde Pré-hospitalar não depende do Hospital, corresponde à fase de transporte, desde casa ou do local onde o doente sofre o AVC até ao Hospital e é muito importante que esse transporte seja feito pelas equipas de emergência, nomeadamente, pelo INEM. Só assim é garantido o encaminhamento do doente para um Hospital com capacidade para proporcionar o tratamento adequado.

O transporte de um doente vítima de um AVC não deve ser feito pelos familiares ou pelos seus próprios meios.

 

Projeto Guarde (n)a sua Memória

 

Os dados do Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) mostraram que, nos últimos anos, a percentagem de doentes submetidos a terapêutica de reperfusão foi inferior a 5% em relação ao total de doentes que tiveram um Acidente Vascular Cerebral isquémico. Esta percentagem é uma percentagem baixa e, nesse contexto, o Serviço criou um projeto, com três fases, que pretende aumentar o número de doentes submetidos à terapêutica de reperfusão.

Numa primeira fase, foi feito um inquérito em todos os Centros de Saúde abrangidos pelo nosso Centro Hospitalar. Concluiu-se que os utentes reconheciam os sinais e sintomas do AVC, como por exemplo, boca ao lado, falta de forças no braço, alteração na fala. Mas quando questionados sobre “o que fazer perante a suspeita de um AVC”, só 68,7% diziam “Liga 112”.
Tendo em conta estes dados, foi criada a segunda fase do projeto, “Guarde na sua memória, guarde a sua memória, ligue a tempo 112”, com o objetivo de sensibilizar a população para os sinais de alerta e formas de atuar perante a suspeita de um de AVC.

 

Unidade de AVC do CHTS

 

A Unidade de AVC do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) iniciou a sua atividade a 15 de julho de 2009 e foi criada após a implementação da Via Verde AVC no Centro Hospitalar.

Esta Unidade está integrada no Serviço de Medicina Interna, no Hospital Padre Américo, e o espaço físico é composto por uma enfermaria de oito camas, com monitorização eletrocardiográfica contínua, destinada aos doentes admitidos com um evento vascular cerebral em fase aguda.

A equipa responsável é constituída por quatro especialistas de Medicina Interna, um especialista de Neurologia e Enfermeiros com especial incidência na reabilitação. Nesta equipa, colaboram também na abordagem multidisciplinar, especialistas em Cirurgia Vascular, Fisiatria e uma Assistente Social.

Iniciar precocemente o tratamento e a neuro-reabilitação, prevenir o agravamento do AVC, identificar fatores de risco, implementar medidas preventivas do AVC recorrente, prevenir complicações, tratar comorbilidades e desenvolver um plano de alta e de follow-up adequados são os objetivos da Unidade de AVC do CHTS.

As recomendações mais recentes demonstram que a terapêutica de reperfusão (trombólise endovenosa e trombectomia) permitem uma recuperação da autonomia funcional em mais de 60% dos doentes. Estes dados reforçam a importância da dinâmica das Unidades de AVC, de que é exemplo o projeto “Guarde (N)a sua memória: ligue a tempo 112”, do Serviço de Medicina Interna, campanha atual para a sensibilização da população sobre a importância da rápida e correta intervenção nos eventos vasculares cerebrais.

A Unidade de AVC conta no seu currículo com cinco projetos de investigação premiados nas diferentes reuniões do Núcleo de Estudos de Doença Vascular Cerebral da SPMI desde 2013. Em 2016, no âmbito do 17º Congresso do Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), a Unidade de AVC do CHTS foi distinguida com o “Prémio de Mérito AVC, Inovação e Dinamismo”.

Rosa Leão, enfermeira do Serviço de Medicina Interna

Rosa Leão, enfermeira do Serviço de Medicina Interna

AVC: prevenção e sinais

 

O Dia Nacional do Doente com AVC, comemorado anualmente a 31 de março, foi estabelecido em Diário da Republica em 2003 com intuito de alertar para esta problemática e, deste modo sensibilizar a sociedade para as medidas que podem/devem ser adotadas para o evitar.

O AVC é um défice neurológico súbito de origem isquémica (deficiência de irrigação sanguínea) ou hemorrágica e continua a ser uma das principais causas de morte em Portugal. De acordo com a Sociedade Portuguesa do AVC, Portugal é, na Europa Ocidental, o país com a maior taxa de mortalidade na população com menos de 65 anos de idade.

A adoção de estilos de vida saudáveis é considerada a melhor medida preventiva, assim a alimentação saudável, promoção da atividade física, redução/abandono de consumo de tabaco e álcool e o controlo de doenças como a hipertensão, diabetes e arritmias cardíacas são essenciais.

A sintomatologia de um AVC depende da área cerebral afetada e pode ser reconhecida recorrendo à regra dos 3 F’s:

  • Face: desvio da face (comissura labial ou uma das pálpebras descaídas)
  • Força: alteração da força num braço, perna ou em ambos os membros do mesmo lado
  • Fala/Linguagem: erros na articulação das palavras, nomeação, compreensão, fluência ou repetição alterados.

Se estes sinais forem reconhecidos, ativar imediatamente os serviços de emergência médica (112) e aguardar ajuda especializada, uma vez que recorrer aos hospitais pelos próprios meios, na maioria dos casos, atrasa o início do tratamento, reduz a eficácia do mesmo e agrava o prognóstico.

Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 29 de março de 2019