A mãe e o bebé, as primeiras semanas

Cuidados pós-parto

 

Após o parto ocorre uma regressão das alterações associadas à gravidez. As primeiras semanas após o nascimento são um período desafiante para a mulher e recém-nascido. Se tiver alguma dúvida ou algum sinal de alarme não hesite em procurar ajuda médica.

 

O que deve esperar após o parto?

 

  • Involução uterina – O útero volta ao tamanho normal. É normal sentir dor semelhante a “contrações” uterinas nos primeiros dias após o parto, especialmente durante a amamentação.

 

  • Lóquios – São as perdas vaginais fisiológicas. Nos primeiros cinco dias são sanguinolentos, passando a ser mais acastanhados ao longo do tempo e a partir do décimo dia são mais claros. A quantidade diminui progressivamente até desaparecerem totalmente por volta das 4 a 6 semanas após o parto.

 

  • Mamas – A “subida do leite” ocorre entre  24 a 72 h após o parto e pode ser acompanhada de desconforto significativo. A produção do leite é estimulada pela sucção do bebé durante a amamentação.

 

  • Edema dos membros inferiores – É normal após o parto as pernas “incharem”. Ao longo das primeiras duas a três semanas o edema vai reduzindo até desaparecer totalmente

 

  • Dor vaginal/perineal – Mesmo sem ter pontos ou lacerações vaginais, após um parto vaginal pode ter dor nesta região, associada à passagem do bebé e distensão dos tecidos. Esta dor é transitória tendo uma resolução completa uns dias após o parto.

 

Dúvidas comuns no pós-parto

 

  • Pontos na vagina ou períneo – Os pontos são absorvidos geralmente entre oito a 10 dias após o parto. Deve manter uma boa higiene local, manter a zona o mais seca possível e mudar o penso higiénico com frequência. A aplicação de gelo local bem como a toma de analgésicos conforme indicação médica podem ser benéficas no alívio da dor.

 

  • Hemorróidas – São veias dilatadas na região do ânus e reto que podem inflamar, causar dor e/ou sangramento. A maior parte resolve espontaneamente algumas semanas após o parto. Deve ingerir água e alimentos ricos em fibras. Os banhos com água morna podem ajudar, bem como a aplicação/toma de alguns medicamentos aconselhados pelo seu médico.

 

  • Alívio da dor – Se tiver dor a nível vaginal/perineal, abdominal, dor de cabeça ou noutro local pode tomar paracetamol 1000 mg de oito em oito horas ou ibuprofeno 400 mg de oito em oito horas consoante a necessidade. Se não existir melhoria ou resolução da dor consulte o seu médico.

 

  • Retomar da atividade sexual – Não existe uma recomendação exata. Cada mulher recupera de maneira diferente após o parto. De uma forma geral, é aconselhável aguardar pelo final do primeiro mês ou até à consulta de revisão pós-parto, de forma a assegurar uma correta cicatrização dos tecidos.

 

  • Contraceção – Inicia-se geralmente no primeiro mês após o parto. Existem várias opções disponíveis nesta fase pelo que é importante discutir a opção mais adequada com o seu médico.

 

Amamentação 

 

  • É natural que exista um período de adaptação da mãe e do bebé.

 

  • Deve amamentar em horário livre. Se existirem dificuldades por má adaptação do recém-nascido à mama pode utilizar mamilo de silicone.

 

  • Não deve dar tetinas ou chupetas até que a amamentação esteja bem estabelecida.

 

  • A higiene da mama deve ser feita durante o banho diário e não antes da mamada.

 

  • No final da amamentação, aproveitar um pouco de colostro/leite e espalhar no mamilo e aréola, deixando secar ao ar. Na presença de fissuras mamilares e ineficácia destas medidas pode aplicar lanolina tópica após amamentar.

 

  • Em caso de ingurgitamento mamário com dor/ desconforto associado pode aplicar compressas quentes ou chuveiro com água morna e massajar suavemente. Colocar o recém-nascido a mamar na mama mais cheia. Se continuar congestionada após amamentar deve esvaziá-la até se sentir bem.

 

  • Após amamentar pode aplicar compressas frias ou gelo e tomar analgésicos, se necessário.

 

  • Agendar consulta de puerpério, quatro a seis semanas após o parto nos Cuidados de Saúde Primários/Médico Assistente.

 

Sinais de alarme

 

Caso note algum dos seguintes sinais deverá procurar ajuda médica:

  • Febre superior a 38 º C.

 

  • Cicatriz da cesariana ou da episiorrafia com vermelhidão, saída de pus, inchaço ou cheiro desagradável.

 

  • Dor moderada/intensa que não cede à analgesia.

 

  • Hemorragia vaginal abundante, com perda de coágulos ou cheiro fétido.

 

  • Região mamária muito dolorosa, vermelha, inchada e quente.

 

  • Aparecimento recente de ardor ao urinar ou vontade de urinar muito frequentemente.

 

  • Dor ou assimetria das pernas (uma perna mais inchada do que a outra ou com coloração diferente).

 

  • Falta de ar súbita ou dor no peito.

 

  • Cansaço extremo associado a pequenos esforços e palidez da pele.

 

 

O bebé: as primeiras semanas

 

Nesta secção, aborda-se vários aspectos como, por exemplo, o conforto e a higiene do bebé nas primeiras semanas. Poderá selecionar os diferentes temas na caixa abaixo.


Mãe e Bebé: O que levar para a maternidade

  • O conforto do bebé é essencial para o seu bem-estar e para a sua saúde;
  • Nas primeiras de semanas, o bebé precisa de descansar muito e o ambiente em seu redor deve ser tranquilo. Se tiver muitas visitas e muita agitação, pode ficar fatigado e aborrecido;
  • Costuma dormir a maior parte do dia, permanecendo acordado apenas durante curtos períodos;
  • Nas primeiras semanas, o bebé deve permanecer em casa – deve sair apenas em caso de necessidade, por exemplo ir ao Centro de Saúde ou a uma consulta médica.

Banho do bebé

  • O bebé deve tomar banho, diariamente, ao fim do dia;
  • Os produtos usados na sua higiene devem ser adequados, para que não provoquem alergias ou irritações na pele.

Antes de iniciar o banho, deve:

  • Aquecer o quarto ou a casa de banho, a 23-24ºC;
  • Colocar um tapete antiderrapante no fundo da banheira, para o bebé não escorregar;
  • Colocar, junto a si, tudo aquilo que irá ser necessário depois do banho: a toalha, a fralda, as roupinhas, etc.

Para preparar a ÁGUA DO BANHO:

  • Deitar na banheira primeiro a água fria e depois a água quente, até ficar morna, a 37ºC;
  • Não é preciso encher demasiado a banheira – a altura de água deve ficar pelo nível do umbigo do bebé;
  • Confirmar se a água está morna – com um termómetro ou com o pulso;
  • A seguir, deitar na água um pouco de gel de banho, que sirva para lavar tanto o corpo como o cabelo do bebé;
  • Os banhos devem ser rápidos e não exceder 5 minutos;
  • Nunca se deve deixar o bebé sozinho na banheira – é que, em poucos segundos e em meio palmo de água, ele pode afogar-se.

 

Depois do banho

 

  • Depois do banho, secar o bebé, suavemente sem esfregar, envolvendo-o numa toalha macia, aquecida, agasalhando bem a cabeça, para não arrefecer;
  • Depois de seco, deve hidratar-se a pele com um óleo ou creme hidratante e pentear-se o cabelo com uma escova macia;
  • Depois colocar a uma fralda limpa e vestir-lhe roupa lavada;
  • As roupas do bebé devem ser folgadas, confortáveis e fáceis de vestir e de despir. A roupa interior deve ser macia e sempre de algodão;
  • Toda a roupa do bebé deve, depois de lavada, ser passada por água, para retirar todos os resíduos de detergente ou amaciador, que podem irritar a pele.

Massagem bebé

 

  • As massagens fazem muito bem aos bebés, e devem ser feitas diariamente pelos pais;
  • A massagem Shantala é um tipo de massagem que as mães indianas fazem aos seus bebés há mais de mil anos, que passou a ser praticada na Europa, em meados do século XX;
  • As massagens shantala reforçam o vínculo afetivo do bebé com a mãe;reforçam a imunidade e as defesas do bebé contra as infecções; fortalecem-lhe os músculos dos braços e das pernas; melhoram o funcionamento do coração, da respiração e da digestão (com menos cólicas e obstipação); e relaxam o bebé, que à noite, irá ter sonos mais longos e mais tranquilos.

Veja aqui como fazer as massagens Shantala.

Amamentação do bebé

 

  • O leite materno é o melhor alimento para o bebé;
  • É o alimento nutricionalmente mais completo e mais equilibrado para o bebé;
  • Saciando a sede como a fome;
  • Diminui o risco de surgirem no futuro algumas doenças, como alergias, diabetes e obesidade;
  • Proporciona felicidade e bem-estar ao bebé pelo contacto intimo com o corpo da mãe;
  • Reforça o vinculo afetivo com a mãe.

Amamentação leite materno

  • Para a mãe, amamentar é a forma mais prática, mais cómoda e mais económica de alimentar o bebé;
  • Favorece a recuperação de peso, que a mãe tinha antes de engravidar;
  • Favorece a redução do tamanho do útero e diminui as hemorragias uterinas após o parto;
  • Reduz o risco da mãe vir a contrair cancro da mama e dos ovários.

Aleitamento materno

 

Durante as mamadas, a mãe deve:

  • Escolher um local sossegado e estar descontraída e focada no bebé;
  • Estar comodamente instalada. As almofadas de amamentação ajudam a mãe a posicionar-se convenientemente durante a mamada, para depois não ficar com dores nas costas;
  • O bebé deve ser colocado com a cabeça e o corpo em linha reta, com a barriguinha de frente para a mãe e com a boca bem adaptada, de modo a conseguir agarrar bem o mamilo e a aréola;
  • Depois de mamar, o bebé deve ser sempre colocado a arrotar, para expulsar o ar que engoliu durante a mamada.

Leite materno em excesso? Saiba como conservar e descongelar

 

Se o bebé não conseguir mamar todo leite materno que a mãe produz, pode extrai-lo e conservá-lo para lho oferecer mais tarde.

Para o leite materno conservar todas as suas propriedades e não sofrer contaminações, deve ser extraído da seguinte forma:

  1. Primeiro, lavar cuidadosamente as mãos antes de extrair do leite;
  2. Depois extrair o leite manualmente ou com uma bomba de extração.
  3. O leite extraído deve ser lançado diretamente para um recipiente próprio e esterilizado, que deve ser muito bem fechado, e depois consumido nas 6 horas seguintes.

Conservação do leite extraído

 

Se for para conservar e dar ao bebé mais tarde, deve deitar-se no biberão apenas a quantidade de leite necessária para uma mamada e colar um rótulo com a data e a hora da extração.

O leite materno conservado deve ser dado ao bebé dentro dos seguintes prazos recomendados:

  • Até 48 horas, se for conservado na parte mais fria do frigorífico (entre 0 e 4ºC);
  • Até 2 semanas no congelador do frigorífico, se este se encontrar no seu interior;
  • Até 3 meses no congelador do frigorífico, se o congelador tiver uma porta independente;
  • Até 6 meses, se for conservado em arca frigorífica.

 

Descongelação do leite conservado

 

  1. A descongelação de leite materno deve ser feita lentamente no frigorífico;
  2. Depois de descongelado, o leite deve ser aquecido em banho-maria ou sob água quente corrente (a 30-40ºC);
  3. Quando estiver morno, o leite deve ser consumido de imediato.

Alimentação do bebé com leite artificial

 

Os leites artificiais para bebés, também conhecidos como fórmulas infantis, têm uma composição nutricional aproximada da do leite materno.

Em geral, são usadas como suplemento quando o leite da mãe não é suficiente para garantir um bom aumento de peso ao bebé.

Existem muitas marcas de leites artificiais. Por isso, antes de optar por uma delas, peça conselho ao seu médico assistente.

Na preparação da fórmula infantil deve:

  1. Primeiro, deitar no biberão a quantidade de água fervida necessária;
  2. Depois, adicionar as medidas adequadas de pó, seguindo sempre a REGRA DE OURO da preparação das fórmulas infantis, que é por cada 30 ml de água adicionar 1 medida rasa de pó;
  3. A seguir, colocar a tampa no biberão e agitar muito bem até o pó se dissolver completamente.

A mãe, o bebé e as primeiras semanas

 

Depois de ter preparado o leite artificial deve:

  1. Confirmar se o leite está morno, deitando algumas gotas na mão ou no pulso;
  2. Dar o leite ao bebé.

No fim da mamada:

  1. Rejeitar o leite que tenha sobrado no biberão;
  2. Lavar os biberões e as tetinas com água quente e detergente da louça;
  3. Retirar os resíduos de leite com um escovilhão apropriado.

Depois de lavados, os biberões e as tetinas devem ser esterilizados.

A esterilização pode ser feita de 2 formas:

  • Ou por vapor, em aparelhos apropriados;
  • Ou por fervura.

Atenção: os microondas não servem para esterilizar!

 

Esterilização por fervura

 

A esterilização por fervura é um método simples e eficaz, que pode ser feito com os utensílios de cozinha.

Para esterilizar por fervura:

  1. Colocar os biberões, as respectivas tampas e as tetinas dentro de uma panela, suficientemente grande;
  2. Deitar água na panela até ficarem cobertos;
  3. Deixar a água ferver durante 5-10 minutos e, ao fim deste tempo, estão esterilizados.

 

Depois da esterilização

 

  1. Depois de esterilizados, coloque tudo a escorrer;
  2. Quando estiverem secos, tape os biberões com as tampas e guarde-os até voltarem a ser usados.

Bebé em segurança

Depois de sair da Maternidade, a segurança do bebé vai passar a ser uma prioridade para os pais.

Os bebés são extremamente curiosos e imprevisíveis, mas ao mesmo tempo incapazes de se proteger a si próprios.

Por isso, os pais têm sempre que avaliar os riscos que o seu bebé possa correr, tanto dentro de casa como noutros sítios aonde o possam levar.

Vigilância permanente

 

  • Os bebés nunca devem ser deixados sozinhos – pois são imprevisíveis;
  • Nunca deixe o bebé sozinho pousado em locais altos, como fraldários, mesas ou camas;
  • Nunca deixe o bebé sozinho dentro da banheira com água – bastam 10 cm de altura de água para um bebé se afogar;
  • Nunca deixe o bebé sozinho no automóvel – nem que seja só por um minuto;
  • Nunca deixe o bebé sozinho no carrinho de bebé, mesmo que esteja preso com os cintos de segurança.

 A mãe, o Bebé e as primeiras semanas

 

  • O berço do bebé deve ser estável, seguro e obedecer às normas de segurança da União Europeia;
  • As grades devem ter no mínimo 60 cm de altura;
  • A distância entre as grades deve ser inferior a 6 cm;
  • O colchão deve ser firme – para o bebé não se afundar -, justo ao berço e protegido com um resguardo impermeável;
  • Não deve ter almofadas nem edredões – para o bebé não correr risco de asfixiar.

 

Está comprovado que dormir deitado de costas é a mais seguro para o bebé porque diminui o risco de ocorrer a síndrome da morte súbita do lactente.

  • De preferência, o bebé deve dormir num saco-cama próprio para o efeito;
  • Os cobertores e edredões podem tornar-se perigosos – porque o bebé pode deslizar e meter-se debaixo deles e ficar asfixiado;
  • A cabeça do bebé não deve ser coberta com panos ou fraldas;
  • O bebé deve ser sempre deitado de costas (decúbito dorsal).

 

As chupetas devem ser inspeccionadas periodicamente para se verificar o seu estado de conservação.

As chupetas que estiverem estragadas ou sem condições devem ser rejeitadas.

 

Segurança com correntes de chupeta

 

  • As correntes das chupetas não devem ser utilizadas por rotina – apenas quando for indispensável;
  • Nunca usar correntes com mais 22 cm de comprimento, devido ao risco de estrangulamento;
  • Retirar a corrente quando deitar o bebé para dormir;
  • Não colocar fios, fitas ou adornos à volta do pescoço do bebé, pelo risco de estrangulamento.

 

Os brinquedos do bebé devem cumprir as normas de segurança da União Europeia (verificar no rótulo) e ser apropriados à idade do bebé.

 

 

  • O bebé deve permanecer sempre na cadeirinha, preso com os cintos de segurança;
  • A cadeirinha deve ser sempre fixada ao banco do carro;
  • Os lugares de trás são mais seguros para o bebé;
  • Por razões de segurança, os bebés devem viajar virados para trás até aos 18 meses os bebés para que, em caso de embate ou travagem brusca, a cabeça do bebé não balance bruscamente para a frente, o que poderia causar-lhe graves lesões na coluna vertebral, ao nível do pescoço.

Bebé em segurança

  • O teste do pezinho é o termo pelo qual é conhecido do grande público o Programa Nacional de Diagnóstico Precoce;
  • É a primeira “análise” que todos os bebés fazem após o seu nascimento;
  • Tem como finalidade diagnosticar 24 doenças metabólicas e o hipotiroidismo congénito;
  • Todas estas doenças têm em comum o facto de serem graves e não darem muitos sintomas nas primeiras semanas de vida;
  • Se não for feito o seu diagnóstico precoce e se o seu tratamento não for iniciado rapidamente, poderão causar graves consequências como atraso mental, problemas neurológicos, alterações do fígado e mesmo situações de coma;
  • O Diagnóstico Precoce deve ser realizado entre o 3ª e 6º dia de vida, no Centro de Saúde.

Consultas de rotina

 

Nas consultas de rotina:

  • O médico examina o bebé e avalia o seu estado de saúde;
  • Deteta e trata precocemente doenças que ele possa ter;
  • Avalia o peso, o comprimento, o perímetro cefálico e regista-os no Boletim de Saúde Infantil;
  • Verifica se está a crescer e a desenvolver-se normalmente;
  • Receita vitaminas e outros medicamentos que o bebé possa necessitar;
  • Dá conselhos aos pais sobre como resolver os problemas habituais dos bebés, sobre alimentação infantil, prevenção de acidentes, proteção solar, administração de medicamentos, etc.;
  • É por tudo isto que as consultas de rotina são indispensáveis;
  • A 1ª consulta de rotina deverá ser feita por volta dos 15 dias de vida.

Vacinação

 

  • As vacinas têm como finalidade conferir proteção contra infeções, que podem ser graves ou, mesmo, mortais;
  • O Programa Nacional de Vacinação inclui vacinas contra 12 doenças, nomeadamente o tétano, a tosse convulsa, a difteria, o sarampo, a papeira, a rubéola, a hepatite B;
  • A maioria das doses de vacinas é administrada durante o 1º ano de vida;
  • A 1ª vacina é administrada na Maternidade e confere proteção contra a Hepatite B; todas as outras, irão ser administradas no Centro de Saúde;
  • A próxima vacina do bebé será administrada aos 2 meses de vida.

Nariz entupido

 

  • O bebé precisa de respirar bem pelo nariz para conseguir mamar sem dificuldade e dormir bem;
  • Quando o nariz tem secreções, o bebé não as consegue expulsar e tem dificuldade em respirar;
  • Nestas situações, devem-se introduzir algumas gotas de soro fisiológico nas narinas e depois retirar-se as secreções com a ajuda de um aspirador nasal;
  • A limpeza das narinas com soro fisiológico deve ser feita diariamente.

Bolçar e engasgar

 

É normal os bebés bolçarem depois das mamadas e também é costume engasgarem-se enquanto mamam. Quando o bebé se engasga, em geral, é suficiente deitá-lo de lado e esperar que ele fique bem.

Engasgar

 

Se o bebé se engasgar muito e começar a apresentar sinais de dificuldade em respirar deve começar a fazer-se, de imediato, as Manobras de Desengasgamento:

  1. Colocar o bebé de bruços sobre um dos antebraços, com a cabeça mais baixa que o corpo;
  2. Segurar-lhe, com firmeza, o queixo entre polegar e indicador e, com outro dedo, manter-lhe a boca aberta;
  3. Dar 5 pancadinhas nas costas do bebé, entre as omoplatas, com o “calcanhar” da mão.
    Quando o bebé desengasgar e recuperar a respiração, vai começar a chorar e poderá sair algum líquido pela boca ou pelo nariz.

Choro do bebé

 

O choro é a forma que o bebé mais vezes usa para chamar a atenção e para interagir com os pais nas primeiras semanas de vida.

Os bebés costumam chorar mais durante os primeiros 3 meses, do em qualquer outra fase da sua vida e podendo chorar durante 2 horas num mesmo dia.

Os bebés choram por diferentes motivos: ou porque querem mimos, ou porque têm fome, ou porque sentem frio, por terem a fralda molhada, etc., etc.

Quando o bebé chorar, deve tentar interromper essa “crise” de choro da seguinte forma:

  • Pegar-lhe ao colo;
  • Embalá-lo suavemente, a um ritmo constante;
  • Meter-lhe a chupeta;
  • Cantar-lhe baixinho ao ouvido ou sopre-lhe suavemente no rosto.
  • Pensar nas possíveis razões para o choro do bebé.

 

As razões mais comuns do choro do bebé

 

  • Se enquanto chora, lhe parecer que o bebé está agitado, com a barriga a fazer ruídos, é provável que tenha fome. Experimente dar-lhe de mamar para ver se ele sossega;
  • Há bebés que choram sempre que sentem a fralda suja e não param enquanto não forem mudados. Se depois de confirmar que ele não quer mamar, verifique se tem a fralda suja, a precisar de ser mudada;
  • Outros bebés gostam de estar embrulhados e agasalhados e choram se não se sentirem quentinhos. Se lhe parecer que está pouco agasalhado, experimente embrulhá-lo num cobertor ou vista-lhe mais alguma roupa;
  • Se durante o dia o bebé teve muitas visitas, muitos colinhos ou muito ruído à sua volta, é provável que esteja fatigado e chore por esse motivo. Experimente levá-lo para um quarto silencioso, com pouca luz, sem pessoas a fazer barulho, onde possa sossegar;
  • Se depois todas as tentativas, o bebé continua a chorar, o melhor é dar-lhe um banho de água morna. Na água, deite-lhe algumas gotas de óleo relaxante. Durante o banho faça-lhe umas massagens suaves, que de certeza o deixarão mais relaxado e mais sossegado.

O funcionamento dos intestinos dos bebés é muito diferente de todas as outras pessoas.

E isto é devido quer à imaturidade dos seus intestinos, quer ao tipo de alimentação, ou seja, apenas leite.

Os bebés que mamam ao peito costumam fazer várias dejecções de fezes por dia; os que são alimentados com leites artificiais, normalmente fazem apenas 1 ou 2 dejeções por dia.

A mãe, o bebé e as primeiras semanas

Fezes normais

A cor das fezes é muito variável, podendo ser amarelas, castanhas ou esverdeadas, ao longo do mesmo dia.

A mãe, o bebé e as primeiras semanas A mãe, o bebé e as primeiras semanas

A consistência das fezes é também muito variável, podendo ser semi-líquidas, semelhantes a uma gemada, que é mais comum nos bebés que mamam ao peito; ou de consistência pastosa, moldadas com grumos, mais frequentes nos bebés alimentados com leite artificial.

Por vezes a fezes tornam-se duras, em pequena quantidade e o bebé tem dificuldade em fazer cocó, evacuando apenas 1 x por dia ou dia sim, dia não.

Nestes casos, quando o bebé não consegue fazer cocó com facilidade ou as fezes são duras, deve:

  • Colocá-lo o deitado de costas, fazer-lhe massagens na barriga;
  • Fazer movimentos de flexão e extensão das pernas sobre o abdómen, para estimular a saída das fezes;
  • Se as manobras anteriores não surtirem efeito, estimular a abertura do ânus com a ponta de um cotonete ou de um termómetro, humedecida com óleo de amêndoas doces;
  • Se continuar a não ter dejeção e se já não evacuar há mais de 24 horas, então deve administrar-lhe um microclister para bebés.

 

Febre no bebé

 

Qual é a temperatura normal dos bebés?

A temperatura normal dos bebés oscila, ao longo do dia, na casa do 37ºC.

Quando é que existe febre?

Existe febre quando a temperatura rectal é superior a 38ºC. A melhor forma para se saber se o bebé tem febre é avaliar a temperatura retal.

Para avaliar a temperatura retal deve:

  1. Introduzir-se cuidadosamente a ponta do termómetro, 1 a 2 cm, no rabinho do bebé;
  2. Mantê-lo nessa posição durante 2-3 minutos ou até alarmar;
  3. Verificar o valor que é apresentado.

Não é comum os bebés terem febre nas primeiras semanas de vida, mas quando a temperatura sobe e ultrapassa os 38ºC convém verificar:

  • Se não estará excessivamente agasalhado;
  • Se, por acaso, se encontra num ambiente muito quente.

A febre não dói, mas costuma causar algum desconforto – por isso é conveniente tentar baixar a temperatura do bebé com medidas de arrefecimento natural, que são:

  1. Manter uma temperatura ambiente fresca, à volta de 20ºC, e o bebé com pouca roupa (apenas a suficiente para não ter frio);
  2. Colocar compressas de água morna na testa, pescoço, virilhas ou dar um banho com água morna (a 36ºC), durante uns 5 a 10 minutos;
  3. Oferecer líquidos pouco mornos ou frios (água ou leite), para o bebé ficar mais hidratado e a temperatura descer mais depressa.

Se as medidas anteriores não foram suficientes para baixar a temperatura deve dar-se um medicamento antipirético, por exemplo o paracetamol, em xarope ou supositório.

Se mesmo assim a febre persistir, então o que deve fazer é telefonar para o médico assistente ou para o SNS 24 – 808 24 24 24, disponível durante 24 horas por dia, e pedir conselhos sobre o que mais poderá ainda fazer ao bebé ou onde poderá levá-lo para ser consultado.

Cuidados pós-parto

 

Após o parto ocorre uma regressão das alterações associadas à gravidez. As primeiras semanas após o nascimento são um período desafiante para a mulher e recém-nascido. Se tiver alguma dúvida ou algum sinal de alarme não hesite em procurar ajuda médica.

 

O que deve esperar após o parto?

 

  • Involução uterina – O útero volta ao tamanho normal. É normal sentir dor semelhante a “contrações” uterinas nos primeiros dias após o parto, especialmente durante a amamentação.

 

  • Lóquios – São as perdas vaginais fisiológicas. Nos primeiros cinco dias são sanguinolentos, passando a ser mais acastanhados ao longo do tempo e a partir do décimo dia são mais claros. A quantidade diminui progressivamente até desaparecerem totalmente por volta das 4 a 6 semanas após o parto.

 

  • Mamas – A “subida do leite” ocorre entre  24 a 72 h após o parto e pode ser acompanhada de desconforto significativo. A produção do leite é estimulada pela sucção do bebé durante a amamentação.

 

  • Edema dos membros inferiores – É normal após o parto as pernas “incharem”. Ao longo das primeiras duas a três semanas o edema vai reduzindo até desaparecer totalmente

 

  • Dor vaginal/perineal – Mesmo sem ter pontos ou lacerações vaginais, após um parto vaginal pode ter dor nesta região, associada à passagem do bebé e distensão dos tecidos. Esta dor é transitória tendo uma resolução completa uns dias após o parto.

 

Dúvidas comuns no pós-parto

 

  • Pontos na vagina ou períneo – Os pontos são absorvidos geralmente entre oito a 10 dias após o parto. Deve manter uma boa higiene local, manter a zona o mais seca possível e mudar o penso higiénico com frequência. A aplicação de gelo local bem como a toma de analgésicos conforme indicação médica podem ser benéficas no alívio da dor.

 

  • Hemorróidas – São veias dilatadas na região do ânus e reto que podem inflamar, causar dor e/ou sangramento. A maior parte resolve espontaneamente algumas semanas após o parto. Deve ingerir água e alimentos ricos em fibras. Os banhos com água morna podem ajudar, bem como a aplicação/toma de alguns medicamentos aconselhados pelo seu médico.

 

  • Alívio da dor – Se tiver dor a nível vaginal/perineal, abdominal, dor de cabeça ou noutro local pode tomar paracetamol 1000 mg de oito em oito horas ou ibuprofeno 400 mg de oito em oito horas consoante a necessidade. Se não existir melhoria ou resolução da dor consulte o seu médico.

 

  • Retomar da atividade sexual – Não existe uma recomendação exata. Cada mulher recupera de maneira diferente após o parto. De uma forma geral, é aconselhável aguardar pelo final do primeiro mês ou até à consulta de revisão pós-parto, de forma a assegurar uma correta cicatrização dos tecidos.

 

  • Contraceção – Inicia-se geralmente no primeiro mês após o parto. Existem várias opções disponíveis nesta fase pelo que é importante discutir a opção mais adequada com o seu médico.

 

Amamentação 

 

  • É natural que exista um período de adaptação da mãe e do bebé.

 

  • Deve amamentar em horário livre. Se existirem dificuldades por má adaptação do recém-nascido à mama pode utilizar mamilo de silicone.

 

  • Não deve dar tetinas ou chupetas até que a amamentação esteja bem estabelecida.

 

  • A higiene da mama deve ser feita durante o banho diário e não antes da mamada.

 

  • No final da amamentação, aproveitar um pouco de colostro/leite e espalhar no mamilo e aréola, deixando secar ao ar. Na presença de fissuras mamilares e ineficácia destas medidas pode aplicar lanolina tópica após amamentar.

 

  • Em caso de ingurgitamento mamário com dor/ desconforto associado pode aplicar compressas quentes ou chuveiro com água morna e massajar suavemente. Colocar o recém-nascido a mamar na mama mais cheia. Se continuar congestionada após amamentar deve esvaziá-la até se sentir bem.

 

  • Após amamentar pode aplicar compressas frias ou gelo e tomar analgésicos, se necessário.

 

  • Agendar consulta de puerpério, quatro a seis semanas após o parto nos Cuidados de Saúde Primários/Médico Assistente.

 

Sinais de alarme

 

Caso note algum dos seguintes sinais deverá procurar ajuda médica:

  • Febre superior a 38 º C.

 

  • Cicatriz da cesariana ou da episiorrafia com vermelhidão, saída de pus, inchaço ou cheiro desagradável.

 

  • Dor moderada/intensa que não cede à analgesia.

 

  • Hemorragia vaginal abundante, com perda de coágulos ou cheiro fétido.

 

  • Região mamária muito dolorosa, vermelha, inchada e quente.

 

  • Aparecimento recente de ardor ao urinar ou vontade de urinar muito frequentemente.

 

  • Dor ou assimetria das pernas (uma perna mais inchada do que a outra ou com coloração diferente).

 

  • Falta de ar súbita ou dor no peito.

 

  • Cansaço extremo associado a pequenos esforços e palidez da pele.

 

 

Mãe e Bebé: O que levar para a maternidade

Puerpério: o que a mãe deve saber

 

O puerpério é o período pós-parto em que há a regressão das alterações físicas e psíquicas que ocorreram durante a gravidez. É normal sentir cansaço, irritabilidade e privação do sono. Aproveite para descansar quando o bebé está a dormir.

Lóquios: corrimento libertado pelo útero após o parto durante 4 a 6 semanas.

Perdas de urina: são comuns durante três meses após o parto. Para minimizar estas perdas, deve fazer os exercícios Kegel (contrair e descontrair os músculos do períneo).

A episiorrafia (corte no períneo) deve ser mantida o mais impa e seca possível. Aplicar gelo devidamente protegido durante alguns minutos, várias vezes ao dia.

A ferida cirúrgica abdominal está coberta com penso impermeável, o que permite a sua higiene corporal diária. Antes de retirar os pontos/agrafos evite esforços; depois de os retirar, deve manter a ferida limpa e seca e massajar com creme cicatrizante.

Enquanto amamentar deve usar um soutien adequado e manter mamilos secos; no fim das mamadas, colocar colostro/leite nos mamilos no final das mamadas e deixar secar; se necessário, utilizar arejadores de mamilos; é normal sentir dores abdominais (por contrações uterinas) durante as mamadas.

Sinais de alarme durante o puerpério

Deve consultar o médico em caso de febre, aumento da hemorragia vaginal, corrimento vaginal com cheiro fétido, desconforto ao urinar, dor intensa nas mamas, na episiorrafia ou na ferida cirúrgica abdominal; penso da ferida sujo; início súbito de dor e inchaço nas pernas ou falta de ar.

A consulta de revisão do puerpério deve ser feita 4 a 6 semanas após o parto.


O puerpério é o período de recuperação física e psicológica da mãe, que se inicia imediatamente após o parto e se prolonga durante 6 semanas (em média 42 dias).
O corpo da mulher vai passar por grandes alterações físicas e emocionais para retornar ao estado pré-gravidez.
As principais modificações do aspeto e do funcionamento do corpo da mulher ocorrem no útero, nas mamas e mamilos, no funcionamento dos intestinos e do sistema urinário.

Útero: A redução do tamanho do útero inicia-se imediatamente após o parto.
Imediatamente após a saída do bebé, o bordo superior do útero localiza-se ao nível do umbigo, semelhante a gestação de 20 semanas (4-5 meses). Uma semana após o parto, o tamanho do útero é semelhante a uma gravidez de 12 semanas. Entre a 4.ª e a 6.ª semana o útero readquire o seu tamanho normal

Lóquios: são as descargas uterinas que se ocorrem após o parto.
A cor dos lóquios vai variando ao longo dos dias: nos primeiros dias, são vermelhos; a partir do 5.º dia, são acastanhados; a partir do 10.º dia, são amarelados.
A quantidade de lóquios vai diminuindo progressivamente, durando em média 4 semanas (mas cerca de 15 por cento das mulheres mantém os lóquios até à oitava semana).

Mamas e amamentação:
A descida do leite ocorre entre as 24 e as 72 horas após o parto.
Durante a amamentação é fundamental:
– hidratar e proteger os mamilos desde o primeiro dia de amamentação
– colocar leite nos mamilos no final das mamadas e deixar secar;
– usar soutien adequado à amamentação
Se as mamas ficarem duras e turgidas, com dor ao toque, deve:
– massajar suavemente os seios ou colocar sobre elas uma toalha aquecida (morna)
– e depois, retirar o excesso de leite com extrator de leite materno, até se sentir confortável (não é necessário esvaziar completamente a mama).

 

Como evitar os mamilos gretados?
– garantir que o bebé faz uma boa pega no mamilo, durante a mamada;
– não interromper à força a mamada. Deixe que o bebé largue espontaneamente o mamilo. Se necessário, coloque um dedo entre a aréola e a língua do bebé para interromper a sucção;
– lavar o mamilo apenas uma vez por dia (hora do banho)
– evitar a utilização de discos absorventes impermeáveis
– utilizar conchas de arejamento sob o soutien
– aplicar no mamilo e deixar secar algumas gotas de leite materno, após a mamada;
– aplicar pomada com efeito hidratante e cicatrizante no mamilo e na aréola, após o banho e depois de cada mamada.

Proteção do mamilo
Para manter os mamilos saudáveis e resistentes enquanto amamenta, deve utilizar protetores mamilares.
Tipos de protectores de mamilos
Protetores descartáveis: – mantêm o mamilo seco; são práticos e confortáveis
Protetores laváveis: podem lavar-se entre 40º e 0º C e são reutilizáveis
Almofadas de hidrogel: proporcionam alívio calmante imediato. São seguras para uso em mamilos doridos ou gretados
Protetores de mamilos: ajudam a evitar a fricção das roupas, a reduzir o desconforto e a promover a cicatrização através da circulação de ar.

Abdómen: Depois do parto, a parede abdominal mantém-se ainda flácida e distendida, sendo necessárias 6 semanas até que consiga readquirir o seu estado normal.

Cintas: As cintas podem ser usadas nos primeiros dias após o parto para aconchegar e proporcionar conforto ao abdómen, especialmente se o parto foi por cesariana. Não é aconselhável o uso prolongado de cintas por dificultar a recuperação da força de contração e o tónus dos músculos da parede abdominal. A decisão de utilizar a cintas após o parto e, durante quanto tempo, deve ser tomada em conjunto com o seu médico obstetra.

Estrias: As estrias que surgiram durante a gravidez não vão mais desaparecer. Vão, contudo, adquirir uma coloração esbranquiçada, tornando-se menos visíveis. Uma boa hidratação da pele do abdómen com produtos hidratantes adequados e específicos para este fim, durante a gravidez e após o parto, são fundamentais para melhorar a estética abdominal.

Obstipação: A obstipação é habitual nos primeiros dias após o parto. A obstipação que surge após o parto costuma ser causada por:
– inibição e receio em evacuar devido à dor no períneo durante a evacuação
– presença frequente de hemorróidas
– uso habitual de medicação analgésica durante estes dias.
Em geral, esta obstipação desaparece espontaneamente, sem necessidade de medicação.
Medidas para evitar e para favorecer o desaparecimento mais rápido da obstipação:
– aumentar a ingestão de água
– fazer uma alimentação rica em legumes e frutas
– fazer pequenas caminhadas

Sistema urinário: Nas primeiras duas semanas após o parto é normal ocorrer o aumento do volume de urina.
– É também habitual uma maior incidência de infeções urinárias após o parto.
Perdas de urina: Durante os primeiros 3 a 4 meses após o parto, pode ocorrer incontinência urinária, com pequenas perdas de urina, quando fazem pequenos esforços, durante a tosse ou o riso.
Exercícios de Kegel: Os exercícios de Kegel destinam-se a fortificar e a tonificar os músculos da zona pélvica, e são particularmente úteis nas mulheres que têm incontinência urinária após o parto.
– Consistem em fazer a contração dos músculos vaginais e anais durante 5 segundos e depois relaxar. Estas contracções devem ser feitas pelo menos 10 vezes por dia.
– estes exercícios podem ser realizados em qualquer posição, seja sentada, deitada ou de pé, e podem inclusive ser realizados com o auxílio de bolas de ginástica. No entanto, é mais fácil iniciar os exercícios estando deitada com as pernas dobradas.
Se a incontinência urinária persistir para além do período em que é habitual, deve recorrer ao médico de família

Exercício Físico:
Os exercícios físicos pós-parto são muito úteis pois ajudam a recuperar a silhueta mais rapidamente, promovem a sensação de bem-estar, promovem sonos mais tranquilos e contribuem para a melhoria da auto-estima e da autoconfiança, com frequência fragilizadas durante este período.
A prática de exercícios físicos pode iniciar-se logo que seja seguro em termos físicos e médicos, em geral duas semanas após os partos normais ou quatro semanas após os partos por cesariana.
Começar por fazer caminhadas, pilates, durante 20 a 30 minutos, 3 vezes por semana, habitualmente é suficiente.

Menstruação:
– O tempo que decorre desde o parto até se restabelecer o ciclo menstrual normal é variável.
– Nas mulheres que amamentam, a menstruação costuma ocorrer geralmente 1 mês de pois da cessação da amamentação.
– Nas mulheres que não amamentam, a menstruação surge mais cedo, cerca de 6 a 8 semanas após o parto.

O puerpério nem sempre evolui normalmente. Por vezes podem surgir complicações
As complicações mais frequentes durante o puerpério são:
Hemorragias uterinas:
– Consideram-se patológicas as hemorragias uterinas pós-parto que não diminuem, isto é, que persistem ou são excessivas.
– é também anormal a persistência de lóquios hemáticos para além das 3 semanas após o parto.
– as hemorragias pós-parto tardias geralmente são causadas por insuficiente involução do leito placentário, por retenção de fragmentos placentários dentro de útero ou por endometrite crónica.

Infeções: As mais frequentes durante o puerpério são: as infeções no útero (endometrite puerperal), da episiotomia (corte no períneo) ou da ferida operatória da cesariana e as mastites puerperais, isto é, as infeções nas mamas nas mulheres que amamentam;

Doenças tromboembólicas, como a trombose venosa profunda ou trombo-embolismo pulmonar. Estas doenças têm uma maior incidência durante a gravidez, durante o período pós-parto e após cesariana. São uma das principais causas de morte materna nos países desenvolvidos.

Alterações psiquiátricas, nomeadamente o blues pós-parto (baby bues), a depressão pós parto e a psicose puerperal (ver em A MÃE E O BEBÉ – AS PRIMEIRAS SEMANAS, na secção O BEM ESTAR MENTAL DA RECÉM-MAMÃ).

Sinais de alarme
Se, durante o puerpério, a mulher sentir algum dos sintomas abaixo indicados, deve recorrer rapidamente a uma consulta médica pois poderão ser sinais de alarme das complicações que podem ocorrer neste período.
– febre
– hemorragia persistente ou excessiva
– lóquios com cheiro fétido (a peixe podre)
– ferida cirúrgica com sinais inflamatórios ou pus
– mama vermelha, inchada e quente
– queixas urinárias
– dor, vermelhidão ou inchaço de uma perna
– dificuldade em respirar, dor no tórax, tosse seca
– tristeza, irritabilidade, fobias, alucinações

Pela grande importância que as relações sexuais têm na vida afectiva da mulher e do casal, a sexualidade após o parto é um dos temas abordados na consulta de reavaliação do puerpério.
As mudanças que ocorrem no corpo da mulher após o parto, em especial na região genital, determinam a necessidade fazer ajustes no tipo de relacionamento sexual do casal, assunto sobre o qual nem sempre é fácil, ou habitual, conversar.

Como as dúvidas e as preocupações acerca da sexualidade após o parto são comuns à maioria das mulheres e dos casais, especialmente após o primeiro parto, os médicos de família e os ginecologistas estão preparados para poder ajudar e esclarecer todas as dúvidas que possam existir.
Comunicação entre o casal
Durante o puerpério é essencial que os parceiros do casal comuniquem e tomem consciência das mudanças físicas e psicológicas que ocorreram após o parto na mulher, mas que também afectaram o homem.
É essencial que comuniquem e que se preparem para que essas mudanças possam vir a alterar a sua sexualidade e disponibilidade para as relações sexuais.

A sexualidade da mulher no período pós-parto é fortemente influenciada e condicionada por factores, como:
– crenças culturais e religiosas;
– estado emocional modificado pelas hormonas próprias da gravidez;
– receios de sentir dor no local da cicatriz durante as relações sexuais;
– medo de causar alguma lesão na região genital;
– existência de perda de sangue ou corrimento vaginal,
– lubrificação vaginal diminuída, que é habitual;
– diminuição do interesse sexual
– sensação de cansaço e preocupações com o bem-estar da criança;
– baixa auto-estima, que é muitas vezes motivada pelas alterações do seu corpo próprias da gravidez.
Tudo isto é comum na mulher durante o período pós-parto e deve ser encarado como sendo um situação normal e transitória.

O stress emocional e psíquico que a mulher puérpera costuma sentir, é também, muitas vezes, partilhado e experienciado por muitos homens após a paternidade, com repercussão no seu desejo e disponibilidade sexual.

Quando reiniciar as relações sexuais?
Não existem evidências científicas que permitam estabelecer datas recomendadas precisas para reinício das relações sexuais após o parto. As relações sexuais podem ser reiniciadas:
– após a cessação dos lóquios;
– desde que não condicionem desconforto ou dor no períneo ou na vagina;
– pelos menos 2-3 semanas após o parto; regra geral, a partir das 6 semanas após o parto.
A maioria dos casais reinicia as relações sexuais depois das 6 semanas após o parto, que coincide com a data em que é realizada a consulta de revisão pós-parto.
Como é compreensível, a data de reinício das relações sexuais dependerá de diversos factores, como o tipo de parto, se foi realizada episiotomia (corte no períneo), se foi necessário fazer correção de lacerações do períneo causadas pelo parto ou se ocorreram complicações no puerpério.
Apesar das potenciais mudanças no desejo sexual (libido), estima-se que mais de 80 por cento das mulheres retomam as relações sexuais coitais seis semanas após o parto.

Outras formas de prazer
Para além das relações sexuais com penetração, é importante não esquecer que existem outras formas de prazer alternativas, igualmente satisfatórias para a mulher e para o casal.

Exercícios do pavimento pélvico
Os exercícios de fortalecimento do pavimento pélvico podem ser muito úteis, mesmo nas mulheres assintomáticas, não só para a recuperação de situações de incontinência urinária que possam ter surgido mesmo antes do parto, mas também para melhorar o bem-estar da mulher e facilitar as relações sexuais, potenciando o prazer que elas proporcionem.

Lubrificantes vaginais
A utilização de lubrificantes vaginais à base de água ou cremes vaginais com estrogénio podem ser muito importantes nesta fase, em que a lubrificação da vagina está diminuída, em consequência da amamentação exclusiva e de pílulas de contraceção com progestativo.
A aplicação diária de lubrificantes vaginais, e não apenas aquando das relações sexuais, pode melhorar significativamente o bem-estar sexual da mulher.
Quando se fala em retomar a atividade sexual deve também falar-se sobre contracepção, que tem alguns aspetos especiais nesta fase e que é abordado no próximo separador.

Quando posso voltar a engravidar?
Quando se fala em reiniciar a atividade sexual após o nascimento de um bebé, é também importante abordar a questão da contracção.
Os especialistas consideram que não é recomendável a mulher engravidar imediatamente, ou poucos meses, após ter tido um bebé.
Do ponto de vista físiológico, o corpo da mãe fica preparado para uma nova gravidez em poucos meses, mas do ponto de vista emocional e psicológico, uma gravidez muito precoce pode interferir e prejudicar a criação de uma forte vinculação afetiva entre a mãe e o bebé.
O consenso cientifico é de que deve ser respeitado um intervalo mínimo de 2 anos entre gravidezes.

A amamentação substitui a contraceção?
Em teoria, a hormona produzida durante a amamentação (a prolactina) inibe a ocorrência de ovulações regulares; não havendo ovulações, não ocorrerá gravidez.
Na prática, nem sempre é assim. Ocasionalmente, mesmo durante o período de amamentação regular, ocorrem variações nos níveis de prolactina no sangue da mãe, que poderão permitir a ocorrência de ovulações e consequente gravidez.
Em conclusão, a amamentação não pode ser considerada como um método de contraceção, nem uma forma de evitar gravidezes indesejadas. Por isso, é necessário que a mãe e o pai tomem precauções para não acontecer uma gravidez não desejada.

Contraceção hormonal
A contraceção após o parto por ser feita através de medicamentos hormonais, nomeadamente:
“Pílulas de amamentação”
– podem ser usadas durante a amamentação porque não diminuem a quantidade de leite materno produzido pela mãe;
– deve ser iniciada aos 21.º dia após o parto
– é frequente não ocorrer menstruação durante o seu uso;
– são fornecidas no Centro de Saúde

Pílulas combinadas
– podem diminuir a quantidade e a qualidade do leite materno e, por isso, prejudicar o ganho de peso da criança
– deve ser iniciada depois de terminado o período de amamentação.

Implante subdérmico
– é um dispositivo que é colocado debaixo da pele do braço da mulher.
– podem ser colocados na maternidade, durante o internamento da mãe após o nascimento do bebé.
– podem não ocorrer menstruações ou apenas ocorrerem perdas esporádicas.
– é um método de contraceção eficaz e seguro
– têm um efeito contraceptivo durante 3 anos.

A contraceção após o parto por ser feita através de:
Preservativo Masculino e Feminino
– eficaz e seguro, sem qualquer restrição, desde que utilizado sempre e de forma correta.

Dispositivo Intrauterino (DIU) ou Sistema Intrauterino (SIU)
– muito eficaz e seguro durante o período de amamentação
– em geral, é colocado na consulta de revisão puerperal, ou seja, 6 semanas após o parto, quando o útero já readquiriu o seu tamanho normal
– existem DIU com duração de efeito contracetivo de 3, 5 ou 10 anos

Laqueação das trompas e Vasectomia
– a laqueação das trompas e a vasectomia são métodos contracetivos irreversíveis e que só devem usados quando existir um desejo manifesto em não ter mais filhos ou devido a alguma indicação médica especifica.
– a laqueação de trompas pode ser feita durante o parto por cesariana, ou por laparoscopia, a partir da 6.ª semana após o parto e em mulheres com idade superior a 25 anos.
– A vasectomia pode ser feita em qualquer altura.

Mitos e factos sobre o puerpério
O puerpério, também conhecido por resguardo ou quarentena, é um período “especial” em que o corpo da mulher se comporta de um modo diferente do “habitual”. Por causa disso, o puerpério esteve, desde sempre, envolvido em algum mistério, tendo sido criados a seu respeito alguns mitos.

Devem evitar-se as relações sexuais durante o puerpério. Sim, isso é VERDADE.
As relações sexuais apenas devem ser reiniciadas após a cessação dos lóquios e pelo menos 2-3 semanas após o parto; em geral, a partir das 6 semanas após o parto.

A amamentação funciona como método anticoncecional: Não é verdade. Isso é um MITO.
O momento em que ocorre a primeira ovulação depois do parto é imprevisível e, apesar de haver valores médios para a primeira menstruação, não deixam de ser apenas isso, valores médios, estatísticos.

Se a mãe não amamenta, a menstruação pode aparecer cerca de 6 a 12 semanas após o parto; se amamenta, pode demorar 4 a 6 meses.
Apesar de a amamentação exclusiva até aos 6 meses poder atrasar a ovulação e a regularização do ciclo menstrual, estar a amamentar não impede que possa engravidar.Assim, durante este tempo, mesmo não tendo menstruações, deve tomar medidas contracetivas para evitar uma nova gravidez.

A mulher não pode lavar a cabeça nos dias a seguir ao parto. Não é verdade. Isso é um MITO.
Pode lavar a cabeça logo no dia do parto, se assim o desejar.

Mitos e factos sobre o puerpério
O puerpério, também conhecido por resguardo ou quarentena, é um período “especial” em que o corpo da mulher se comporta de um modo diferente do “habitual”. Por causa disso, o puerpério esteve, desde sempre, envolvido em algum mistério, tendo sido criados a seu respeito alguns mitos.

A vagina fica diferente após o parto vaginal Não é verdade Isso é um MITO.
Muitas mulheres receiam que o parto vaginal alargue a vagina e que o prazer sexual seja, assim, diminuído. Contudo, o parto não altera a estrutura da vagina.
Para fortalecer e tonificar os músculos pélvicos depois do parto, continue com os exercícios de Kegel praticados na gravidez. Para além de reforçarem os músculos da zona pélvica, ajudam a recuperar o controlo da bexiga, prevenindo a incontinência urinária.

Amamentar deixa o peito caído: Não é verdade. Isso é um MITO.
A forma das mamas é definida por fatores genéticos. Ainda assim, usar bons soutiens durante a gravidez, que sustentem o aumento do tamanho do peito, e durante a amamentação, ajudam a manter o peito mais firme.
Fazer exercício físico regularmente aumenta a massa muscular e tonifica todo o corpo o que acaba por se refletir, também, na sustentação das mamas

O leite da mãe pode ser fraco e não alimentar o bebé: Não é verdade. Isso é um MITO
Segundo os especialistas, não existe leite materno fraco. Mesmo quando a aparência do leite materno se assemelha a “água de lavar o arroz“, não há alimento para o bebé que seja mais rico e ajustado às suas necessidades.

Se a mulher tiver um peito pequeno não produz leite suficiente: Não é verdade. Isso é um MITO.
Não há relação direta entre o tamanho do peito e a produção de leite pela mulher. Se as glândulas mamárias estiverem bem desenvolvidas, ela terá o leite necessário para alimentar de forma satisfatória o seu bebé

Mitos e factos sobre o puerpério
O puerpério, também conhecido por resguardo ou quarentena, é um período “especial” em que o corpo da mulher se comporta de um modo diferente do “habitual”. Por causa disso, o puerpério esteve, desde sempre, envolvido em algum mistério, tendo sido criados a seu respeito alguns mitos.

Os homens não sabem cuidar de bebés Não é verdade. Isso é um MITO.
Hoje em dia, os homens estão cada vez mais envolvidos nos cuidados ao seu bebé e a importância disso mesmo reflete-se na licença parental. Na verdade, a única coisa que os homens não podem realmente fazer é amamentar; todos os restantes cuidados podem ser prestados pelo pai.
Cuidar do bebé também é uma forma do pai se sentir incluído na nova família, criar laços com o bebé e partilhar a responsabilidade de cuidar dele. Para além disso, é uma forma de apoiar a mulher numa fase em que, também ela, precisa de muita atenção, estabilidade e tempo para recuperar.

A queda do cabelo pode aumentar a seguir ao parto Sim, isso é VERDADE.
As alterações hormonais no pós-parto estão na origem da queda acentuada de cabelo, particularmente, entre os 3 e os 12 meses. O stress provocado pelo parto, o cansaço acumulado e uma alimentação desequilibrada podem agravar o problema.
Mas, com os cuidados certos e uma alimentação saudável e equilibrada, o seu cabelo rapidamente recupera.

É normal sofrer de prisão de ventre no resguardo Sim, isso é VERDADE.
A prisão de ventre (obstipação) é frequente durante este período. Para evitar a prisão de ventre deve aumentar a ingestão de água e de alimentos ricos em fibra. Faça pequenas caminhadas para estimular os movimentos intestinais. Se a obstipação causar desconforto, dores ou tiver muita dificuldade em evacuar, consulte o seu médico.

Mitos e factos sobre o puerpério
O puerpério, também conhecido por resguardo ou quarentena, é um período “especial” em que o corpo da mulher se comporta de um modo diferente do “habitual”. Por causa disso, o puerpério esteve, desde sempre, envolvido em algum mistério, tendo sido criados a seu respeito alguns mitos.

Amamentar ajuda a perder peso Sim, isso é VERDADE.
Amamentar ajuda a emagrecer porque a produção de leite consome muitas calorias. Quando amamenta o seu bebé, o seu corpo gasta cerca de 600 a 800 calorias por dia o que, ao fim de 30 dias, pode representar uma perda de 2 quilos de peso.

As contrações do útero são mais fortes nas mulheres que já tiveram filhos anteriormente Sim, isso é VERDADE.
Nos primeiros dias após o parto, à medida que o útero se contrai, a mulher poderá sentir umas dores abdominais semelhantes às dores menstruais. As contrações do útero (contrações puerperais) no período pós-parto são mais fortes com o segundo filho e com os filhos seguintes porque o útero está mais distendido, o que dificulta a regressão do útero ao tamanho anterior à gestação.

A nutrição ideal da mãe

 

Nesta secção abordamos alguns mitos e conceitos errados acerca da alimentação das mães no período pós-parto e enquanto amamentam.

A crença nestes mitos pode levar as mães que amamentam a fazer dietas restritivas e desequilibradas, que, em casos extremos, causarão importantes desequilíbrios nutricionais, com graves consequências para a sua saúde.

Estes conceitos devem ser desmistificados e substituídos por informações nutricionais corretas que levem estas mães a fazer uma alimentação variada e saudável e a poderem desfrutar das suas refeições com prazer e satisfação.


Enquanto amamentar tenho que fazer muitas alterações na minha alimentação

Não é verdade – isso é um MITO.

Enquanto amamenta a mãe deve simplesmente ter uma alimentação saudável, isto é, uma alimentação que seja completa, variada e equilibrada, baseada na Roda dos Alimentos.

A Roda dos Alimentos (modelo português) preconiza que a alimentação diária seja completa, equilibrada e variada.

Por se assemelhar a um prato, a Roda dos alimentos ajuda a escolher e combinar os alimentos que deverão fazer parte da nossa alimentação diária.

Cumprir o que é preconizado pela Roda dos Alimentos permite-nos ter hábitos alimentares saudáveis e simultaneamente fazer uma alimentação completa, variada, equilibrada e saborosa.

Beber muito leite significa que vou produzir mais leite materno

Não é verdade – isso é um MITO.

A quantidade de leite que a mãe bebe não tem uma influência direta na quantidade de leite materno que é produzido.

O que a mãe pode fazer para ter a quantidade de leite materno suficiente para o bebé, é ter uma alimentação completa, variada e equilibrada, baseada na Roda dos Alimentos.

Comer bacalhau estimula a produção de leite

Não é verdade – isso é um MITO.

A ingestão de bacalhau não estimula a produção de leite materno. O que realmente promove produção e a secreção de leite materno é a sucção do mamilo pelo bebé.

A sucção do mamilo estimula a produção de Prolactina, que é a hormona responsável por estimular a produção de leite pela glândula mamária. Assim, de uma forma esquemática, podemos dizer que a produção do leite materno assenta numa “lógica de oferta e de procura”, ou seja, a sucção do mamilo pelo bebé determina a produção da Prolactina, produção essa que determina produção/ oferta de leite pela mama da mãe, que determina a procura e sucção do mamilo pelo bebé e assim sucessivamente.

É necessário ter uma dieta hipercalórica durante a amamentação

Não é verdade – isso é um MITO.

Durante a amamentação, a mãe não deve fazer uma dieta hipercalórica nem excessiva. Deve sim, fazer uma alimentação saudável, equilibrada e variada, baseada na Roda dos Alimentos.

Apenas em casos muito raros de mães com graves carências nutricionais, é que pode ocorrer uma menor produção de leite materno.

Mesmo nestes casos, muito raros em Portugal, a diminuição é mais na quantidade de leite materno produzido do que na sua qualidade nutricional (exceção feita para alguns nutrientes essenciais, como é o caso dos ácidos gordos ómega-3).

Alguns alimentos que a mãe come provocam cólicas aos bebés

Não é verdade – isso é um MITO.

Não existe uma relação direta entre os alimentos que a mãe come e as cólicas do bebé.

Durante a gravidez, o bebé recebe os todos os nutrientes através do cordão umbilical, não tendo necessidade de utilizar o seu intestino para a digestão dos alimentos e absorção dos nutrientes. Depois de nascer, o bebé vai ter de começar a comer e os seus intestinos vão ter que ter o trabalho de digerir e assimilar os alimentos. As cólicas nos primeiros meses de vida resultam da adaptação do seu intestino do bebé à alimentação por via oral.

Se as cólicas fossem provocadas pelos alimentos que a mãe come, os bebés alimentados com leites artificiais não teriam cólicas.

Os alimentos com paladar intenso levam o bebé a rejeitar o leite materno

Não é verdade – isso é um MITO.

Durante o 3.º trimestre da gravidez, o feto deglute diariamente cerca de 45 ml de líquido amniótico, cujo sabor é influenciado pelos alimentos ingeridos pela mãe. Tal como acontece no líquido amniótico, o sabor do leite materno é também influenciado pelo sabor dos alimentos que a mãe ingere.

Assim, se os alimentos com sabor intenso (como a cebola e o alho) fizerem parte da dieta habitual da mãe durante a gravidez, então poderão continuar a ser ingeridos durante a amamentação sem interferência com a boa aceitação do leite materno pelo bebé.

Os alimentos consumidos pela mãe podem provocar alergias nos bebés

Tanto pode ser MITO como pode ser VERDADE.

Os alimentos classificados como potencialmente alergénicos (marisco, amendoins, ovos) não devem ser incluídos na alimentação dos bebés nos primeiros meses de vida.

Isto não significa que as mães não possam comer estes alimentos enquanto estão a amamentar. Para além disso, todos os alimentos, mesmo os que são considerados insuspeitos, podem teoricamente provocar reacções alérgicas aos bebés.

Portanto, o mais sensato é não rotular, a priori, os alimentos como “alimentos bons” ou “alimentos maus” e estar atenta a eventuais reacções que o bebé possa apresentar.Se surgir alguma reação aparentemente alérgica, então deve contactar o médico assistente e esclarecer as dúvidas que possa ter.

Beber cerveja preta faz aumentar a produção de leite

Não é verdade – isso é um MITO.

Vários estudos já demonstraram que este conceito é totalmente errado.

O álcool não é saudável nem durante a gravidez nem no período em que a mãe estiver a amamentar.

Para aumentar a produção de leite, o que realmente importa, é que a mãe faça uma alimentação saudável, que beba muitos líquidos, de preferência água, e que dê de mamar ao bebé com frequência, pois o estímulo da sucção do bebé é o que, realmente, faz aumentar a produção do leite.

A mãe que amamenta não pode comer certos alimentos

É verdade.

Na realidade, há alguns alimentos que não podem ser consumidos nem pelas gravidas nem pelas mães que estão a amamentar, como por exemplo as bebidas alcoólicas. O etanol (álcool das bebidas) tem um efeito tóxico sobre as células do cérebro do bebé e prejudicam o seu normal funcionamento e desenvolvimento.

As mães que amamentam devem fazer uma alimentação completa, equilibrada e variada e, tal como a população em geral, evitar os alimentos não saudáveis, como os produtos salgados e muito processados (fast food).

Amamentar promove a perda de peso

É verdade.

As mães que amamentam costumam voltar ao seu peso normal mais rapidamente, nos primeiros meses após o parto, porque o seu o corpo despende diariamente cerca de 700 quilocalorias na produção de leite para o bebé.

Por esta razão, a mães que amamentam devem compensar este dispêndio energético fazendo uma alimentação saudável, equilibrada e variada, a qual ajudará a promover a produção de leite materno e simultaneamente preservar a sua saúde.

Roda dos Alimentos, Alimentação Inteligente - DGS

Alimentação no pós-parto

Tal como durante a gravidez, também a fase de amamentação deixa a mulher mais disponível e recetiva à ideia de melhorar os seus hábitos alimentares.

Por isso, os períodos pós parto e de amamentação são excelentes janelas de oportunidade para as recém-mamãs adotarem práticas alimentares saudáveis.

Ter hábitos alimentares saudáveis não significa fazer uma dieta restritiva e monótona, mas sim fazer uma alimentação completa, variada e equilibrada, que proporcione prazer em comer e em que as refeições sejam momentos de satisfação.

A RODA DOS ALIMENTOS (modelo português) preconiza que a alimentação diária seja completa, equilibrada e variada. Por se assemelhar a um prato, a Roda dos Alimentos ajuda a escolher e combinar os alimentos que deverão fazer parte da alimentação diária.

A nova Roda dos Alimentos é composta por sete grupos de alimentos de diferentes dimensões, os quais indicam a proporção de peso com que cada um deles deve estar presente na alimentação diária: – Cereais e derivados, tubérculos – 28% – Hortícolas – 23% – Fruta – 20% – Lacticínios – 18% – Carnes, pescado e ovos – 5% – Leguminosas – 4% – Gorduras e óleos – 2%.

Cumprir o que é preconizado pela Roda dos Alimentos e ter hábitos alimentares saudáveis não significa fazer uma alimentação restritiva ou monótona, antes pelo contrário.

PROTEÍNAS

Uma alimentação saudável durante a amamentação deve incluir proteínas de alto valor biológico (ex. peixe, carne, leite, ovos) e proteínas de baixo valor biológico (ex., cereais, grão de bico, feijão, grão de bico, ervilhas, brócolos).

  • Carne – As proteínas da carne são muito importantes para o crescimento do bebé, mas deve evitar-se o consumo excessivo de carne. São mais aconselhadas as carnes brancas (carnes de aves, de coelho, a carne magra do porco) do que as carnes vermelhas (ovinos, bovinos, caprinos), ricas em gordura saturada, que é a mais prejudicial para a saúde.
  • Peixe – O pescado deve ser consumido sempre que seja possível, quer fresco quer congelado. Uma refeição diária deve ser sempre de peixe.
  • Ovos são alimentos a não que devemos ignorar – o que é desaconselhada é a gordura em que eles são fritos. Preferir os ovos ou escalfados ou cozidos. É aconselhável consumir, em média, 2 ovos por semana. Por exemplo, um ovo escalfado com ervilhas estufadas é uma saborosa e excelente combinação.

As proteínas de origem vegetal (ex., feijão, ervilhas, grão de bico) devem substituir em parte as proteínas de origem animal. Quando fazem parte da refeição juntamente com carne ou peixe, deverão ser consumidas em menor quantidade.

LÍPIDOS (gorduras)

São nutrientes necessários para a nossa alimentação mas o seu contributo não deverá ultrapassar os 60 gramas diários. No dia-a-dia deve procurar-se reduzir o consumo de gorduras saturadas e de colesterol (ex. molhos, gorduras das carnes) favorecendo o consumo a gorduras monoinsaturadas e polinsaturadas (azeite, margarinas, peixe gordos).

Os frutos secos oleaginosos (amêndoas, avelãs, nozes, amendoins) são também ricos em gordura maioritariamente saudável.

VITAMINAS

A alimentação saudável após o parto deve incluir vitaminas hidrossolúveis (complexo B, vitamina C), existentes nas frutas e legumes e vitaminas lipossolúveis (Vitaminas A, D, E e K), existentes nas gorduras dos peixes e oleaginosas (nozes, amêndoas).

SAIS MINERAIS

A alimentação saudável deve também ser rica em minerais, como o cálcio (existente no leite e derivados e hortícolas de folha verde escura), o ferro não-heme (existente no feijão, grão de bico, ervilhas e lentilhas), o magnésio (nas nozes), o potássio (nas frutas e legumes) e o zinco (nos ovos e cereais integrais).

FIBRAS

A alimentação saudável deve também conter fibras (complantix), que são indispensáveis à regulação do trânsito intestinal, e evitam a obstipação e outras doenças intestinais. As fibras encontram-se principalmente nos frutos, hortícolas, leguminosas, cereais inteiros e seus derivados integrais (ex. pão escuro, arroz e massas integrais). Atualmente recomenda-se a ingestão diária de pelo menos 25g de fibras, por exemplo, através do consumo de 400 gr de legumes ou hortícolas por dia.

FRUTA

As frutas são alimentos muito saudáveis, devendo ser ingeridas diariamente entre 3 a 5 porções por dia. Considera-se como uma porção de fruta, por exemplo, 1 maçã, 1 pêra, 1 laranja, meia banana, 7 morangos, 2 kiwis, 3 ameixas, 8 bagos de uva, 14 cereja, etc.

ÁGUA

A maior parte do nosso organismo é constituída por água. Beber água é a melhor forma para saciar a sede e hidratar o nosso organismo. Diariamente deve beber-se entre 1,5 a 2 litros de água.

No período pós-parto e durante a amamentação, a mãe não precisa fazer grandes adaptações na sua alimentação.

O que é recomendável, é que faça uma alimentação completa, variada e equilibrada baseada na Roda dos Alimentos e que cumpra as seguintes Regras de Alimentação Saudável:

  • Fazer uma alimentação variada, baseada na Roda dos Alimentos;
  • Comer calmamente e mastigar bem os alimentos;
  • Não ficar mais de 3,5 horas sem comer.
  • Fazer pelo menos 5 refeições diárias: pequeno-almoço, meio da manhã, almoço, meio da tarde e jantar;
  • Fazer sempre o pequeno-almoço. Pode optar por leite ou iogurte, pão ou cereais tipo flocos de milho e uma peça de fruta;
  • Iniciar o almoço e jantar com um prato de sopa rico em legumes e hortaliças. A sopa de legumes é muito rica em vitaminas, minerais, fibras e água e ajuda a controlar a quantidade de alimentos que a seguir se comem no prato;
  • Acompanhar o prato principal com saladas variadas ou legumes;
    Comer 3 a 5 peças de fruta, ao longo do dia;
  • Limitar o consumo de carnes gordas. Comer mais vezes carnes magras (frango, peru, coelho, carne de porco fresca – apenas lombo ou fêvera) e peixe;
  • Retirar toda a gordura visível dos alimentos, antes de os confeccionar e também no prato;
  • Reduzir a quantidade de gordura que se usa para cozinhar e para temperar;
  • Preferir os cozidos, grelhados, estufados e assados com pouca gordura, sem molhos gordurosos;
  • Evitar os fritos, os estufados e os molhos;
  • Reduzir consumo de sal e a ingestão de alimentos salgados. Não usar sal refinado
  • Reduzir o consumo de produtos açucarados (bolos, bolachas, chocolate, gelados e outras guloseimas) e salgados (empadas, rissóis, croquetes, etc.). Estes alimentos nutricionalmente pobres, muito calóricos, favorecem o aumento de peso e predispõem para desenvolvimento de várias doenças. Devem apenas ser consumidos em dias de festa;
  • Beber muita água (1,5 a 2 litros) ao longo do dia. Reduzir o consumo de refrigerantes;
  • Analisar os rótulos dos alimentos embalados e optar por aqueles que tem menor quantidade de gordura saturada, açúcar e sal;
  • Não ir às compras com fome. Fazer uma lista de compras.

Pés Bebé

O bem-estar mental da recém-mamã

 

O período do pós-parto é uma fase de grande instabilidade emocional e, por isso, de risco psicológico. No final desta página, vai encontrar uma caixa onde poderá selecionar vários aspetos relacionados com o tema.

Nas primeiras semanas, é possível que sinta o baby blues, fase comum a várias recentes mamãs, e que pode ser definida como um estado depressivo leve, caracterizado por ansiedade, irritabilidade, sentimentos de incapacidade, fadiga e choro frequente. Normalmente desaparece em 2 ou 3 semanas.

Caso os seus sintomas tenham maior duração e severidade, deverá recorrer à ajuda profissional, pois a depressão pós-parto e outras perturbações são uma possibilidade.

A amamentação é uma parte importante para o estabelecimento do vínculo afetivo, mas não pode nunca ser entendida como obrigação. Para um bebé, é mais benéfico ter a mãe a dar-lhe um biberão descontraidamente, mantendo-se disponível para olhar e falar com ele, do que estar absorvida por uma situação de grande tensão e ansiedade.

Depois do pós-parto são visíveis as mudanças no corpo da mulher, sendo natural que se sinta receosa e menos confiante de voltar a estar intimamente com o parceiro. É importante estar preparada para as modificações na sexualidade, que são passageiras e superáveis, sendo a comunicação o aspeto mais importante neste processo. Deverá existir à vontade para discutirem sem medos o que se sentem ou não preparados e confortáveis a fazer.

 

Gerir Visitas

 

  • Se puder, negoceie o horário e o número de visitas (caso não consiga, pode sempre inventar uma mentira pequenina).
  • Em casa é possível distanciar um pouco o bebé dos estímulos extra que advém das visitas! Pode colocá-lo a dormir noutra divisão enquanto conversa com as visitas, permitindo que a criança descanse de modo tranquilo e não grite desmesuradamente durante a noite.
  • Algumas visitas vão querer ajudar no verdadeiro sentido da palavra, ou seja, se tiver muita confiança com as visitas e se elas lhe perguntarem se necessita de ajuda (por exemplo, fazer um jantar com ajuda ou arrumar a casa ou a roupa pode ser algo que pode pedir às visitas mais chegadas), não hesite!
  • Mas cabe, também, a si saber aceitar ajuda quando as pessoas querem dar-lha. aceite, cuide do seu bebé e de si.

Para um melhor bem-estar psicológico não exija demasiado de si, partilhe o que sente e pensa das suas experiências da maternidade, permita um tempo para cuidar de si própria, aceite ajuda e, acima de tudo, dê tempo a si e ao seu bebé para se conhecerem.


Nas primeiras semanas após o nascimento do bebé, o dia-a-dia da mãe é caracterizado por uma multiplicidade de sensações e sentimentos, nomeadamente:

  • Cansaço mais fácil – que é uma das características próprias do puerpério;
  • Amor incondicional – pelo bebé;
  • Solidão geralmente muita – porque muitas vezes a mãe tem que estar sozinha em casa, por causa do bebé;
  • Desânimo algum – devido às alterações da formas do seu corpo, em resultado da gravidez e da amamentação;
  • Sofrimento às vezes – por, muitas vezes, não conseguir satisfazer as suas necessidades básicas (por exemplo, por vezes está com muita necessidade de ir à casa de banho mas está com o bebé ao colo, a dormir, depois de ter custado tanto a adormece-lo, mas vai ter que esperar e aguentar ainda mais um bocado);
  • Frustração por vezes – porque cuidar do bebé também acaba por ser desgastante (por exemplo, quando o bebé acorda, por causa do ruído de uma mota que passou na rua, e volta a chorar, depois da mãe ter estado tempos infinitos a tentar adormecê-lo);
  • Falta de paciência com as visitas – porque, às vezes, elas são tantas que não dão descanso nem à mãe nem ao bebé.

A “selfie” emocional e psicológica da mãe nas primeiras semanas após o parto é muito condicionada pelos seguintes fatores inerentes ao estado pós-gravídico:

  • As grandes transformações físicas, fisiológicas, emocionais e sociais porque passa a mulher resultantes da gravidez, do parto e da sua nova condição de mãe;
  • A ansiedade e o stress resultantes da responsabilidade de ter de cuidar adequadamente de um bebé indefeso;
  • A grande instabilidade emocional típica do puerpério.

Por tudo isto, a “selfie da mãe ” mostra frequentemente uma mulher emocionalmente fragilizada e, muitas vezes, em risco aumentado de poder desenvolver problemas psicológicos.

Visitar a mãe que teve um bebé é uma tradição e um gesto social de consideração e afeto.

Para as mães, receber e conversar com as visitas costumam ser agradáveis momentos de convívio. Mas, quando são numerosas e demoradas, as visitas podem gerar fadiga e incómodo tanto à mãe e como ao bebé.

O que costumam dizer as visitas sobre o bebé:

  • Que gorduchinho!
  • É tão perfeitinho!
  • É tão lindo!
  • Sai mesmo ao lado da mãe!
  • É a cara do pai!
  • É tão fofinha! Chora muito?

O que costumam dizer as visitas à mãe:

  • Olha como tu estás!
  • Tens que cuidar mais de ti!
  • Tens amamentado? É o melhor que tens a fazer, dizem que é essencial!
  • Não faças isso! Olha que os bebés não gostam!
  • Etc…

Como se sente a mãe depois de ter recebido muitas visitas:

  • Já não aguento mais!
  • Já não os posso ouvir!
  • Estou saturada das visitas!

Conselho importante:
As mães devem ser impermeáveis a muitas das opiniões e recomendações que a visitas lhes dão.

Para que as visitas à mãe e ao bebé sejam experiências de satisfação e não um incómodo, é importante que os pais façam a sua adequada gestão e programação.

Dicas para que uma boa gestão das visitas

  • Informe sobre os horários em que prefere receber as visitas.
  • Negoceie o horário e o número de visitas, sempre que possível. Se for preciso, “invente uma mentirinha”, isto é, uma desculpa para não receber essas visitas em dias ou horas que não lhe convenham.
  • Afaste o bebé da agitação e ruído das visitas. Coloque-o noutra divisão enquanto conversa com as visitas. Isto permitirá que o bebé a tenha a tranquilidade que necessita, para que depois, durante a noite, não vá chorar muitas vezes por não ter descansado bem durante o dia.
  • Aceite ajuda das visitas, sempre que elas se ofereçam para a ajudar. Se tiver muita confiança com as visitas e se elas lhe perguntarem se necessita de ajuda (por exemplo, fazer um jantar, arrumar a casa ou a roupa), aceite-a, Sem hesitar
  • Cabe, também a si saber aceitar ajuda quando as pessoas querem dar-lha. Aceite, cuide do seu bebé e de si.

Nas primeiras semanas após o nascimento de um bebé, todas as mulheres passam por um período de fragilidade psicológica, com risco aumentado em desenvolver problemas psicológicos.

As alterações psicológicas mais frequentes durante o puerpério são o “baby blues”.

Baby blues” é uma expressão anglo-saxónica que significa “tristeza pós-parto”. Este é um estado emocional que ocorre após o parto em 50 a 80% de todas as recém-mamãs.

Os sintomas geralmente surgem entre o 2º e 5º dia após o parto, persistem durante 10 a 15 dias, e desaparecem espontaneamente até ao fim do primeiro mês.

Este estado é caracterizado por: lapsos de memória; sensações de fadiga, de ansiedade, de inquietação, de impaciência, de irritabilidade e de tristeza; e períodos de choro sem motivo aparente.

Para superar mais facilmente esta fase de “baby blues”, é importante que a recém-mamã se sinta, apoiada, ajudada e compreendida por toda a sua família.

A depressão pós-parto é um problema psiquiátrico que afeta 1 em cada 10 mulheres que foram mães recentemente.

Os sintomas característicos da depressão pós-parto são:

  • Falta de interesse pelo bebé e sentimentos negativos para com ele;
  • Falta de interesse por si própria, falta de energia e de motivação;
  • Perda de prazer;
  • Sentimentos de inutilidade e de culpa;
  • Alterações do apetite e do peso;
  • Alterações do padrão de sono (dormir mais ou menos do que é habitual);
  • Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio.

Os sintomas da depressão pós-parto costumam surgir pouco após o nascimento do bebé – de um modo repentino ou progressivamente nos meses que se seguem ao nascimento do bebé – e tendem a persistir durante vários meses.

As alterações hormonais e as modificações da imagem corporal que normalmente ocorrem durante a gravidez assim como o stress são algumas das causas predispõem para a ocorrência da depressão pós-parto.

A psicose pós-parto é um problema psiquiátrico que afeta 1 em cada 1000 mulheres que foram mães recentemente.

Os sintomas característicos da Psicose Pós-parto são:

  • Inquietação ou agitação;
  • Sensação de fraqueza intensa e incapacidade em se movimentar;
  • Choro e descontrolo emocional;
  • Desconfiança;
  • Confusão mental;
  • Falar coisas sem sentido;
  • Ter obsessão por alguém ou alguma coisa;
  • Visualizar vultos ou ouvir vozes (alucinações).

Os sintomas mais severos duram entre 2 e 12 semanas e a recuperação pode demorar meses ou anos.

Esta condição é uma emergência psiquiátrica e requer tratamento hospitalizar, pelo elevado risco de suicídio.

Todos nós sabemos que o leite materno é o alimento ideal para o bebé.

Para a saúde da mãe, amamentação é também importante e a grande maioria das mães desejam amamentar.

Contudo, a amamentação não deve ser nunca encarada pela mãe como uma obrigação.

Não amamentar (por vontade própria ou por algum tipo de impossibilidade) deve ser considerado pela mãe e pelos seus familiares e amigos, como uma situação normal, sem motivo para culpabilizações ou críticas.

Para o bebé, é sempre preferível ter junto a si a mãe a dar-lhe biberão de leite, tranquilamente, com toda a sua atenção focada no bebé, a olhar e a falar para ele, do que ter a mãe a dar-lhe de mamar ao peito, mas que, ao mesmo tempo, está absorvida com dores que a sucção provoca nos mamilos gretados ou com a tensão e angustia de que o seu leite possa não ser suficiente para alimentar bem o bebé.

A compreensão, a ajuda e o apoio ativo e incondicional do pai nos cuidados a prestar ao bebé e na gestão da casa são fundamentais para o bem-estar físico e para o equilíbrio emocional e psicológico da mãe durante o puerpério.

A sexualidade após o parto

O casal deve saber e estar preparado para as alterações que vão surgir na sua sexualidade conjugal após o parto e durante o puerpério. Essas alterações são transitórias e perfeitamente superáveis pelo casal.

O casal deve saber que:

  • É comum ocorrer libertação de leite materno durante a excitação sexual e o orgasmo;
  • O contacto das mãos ou da boca com os mamilos da mãe, não prejudica a amamentação nem contamina o leite materno;
  • Nas primeiras semanas após o parto, as relações sexuais sem penetração são, igualmente, uma forma alternativa e satisfatória de prazer e isentas de dor;
  • Após o puerpério, a mulher irá continuar a ter as mesmas necessidades afetivas e sexuais, como qualquer outra mulher, apesar no seu novo papel de mãe.

De novo como uma Supermulher

Sentir-se de novo como uma supermulher é a sensação comum às mulheres depois de ultrapassadas as limitações do puerpério e quando verificam que a sua imagem corporal já recuperou das alterações ocorridas durante a gravidez e no parto e quando sentem que contam com o apoio e a ajuda incondicional do pai do bebé.

Nestes casos, com a auto-estima reforçada e o psicologicamente “em alta”, as mulheres, ao tirar o pijama e ao voltar a vestir a roupa “antiga”, vão voltar a sentir-se como umas verdadeiras supermulheres.

Dicas para o bem-estar psicológico da recém-mamã:

  • Cuide de si e da sua imagem. Reserve diariamente um tempo para cuidar si própria.
  • Não exija demasiado de si. Habitue-se a pedir ajuda ao marido ou aos seus familiares.
  • Não “corte” nas horas de sono. Faça sestas sempre que possível e descanse o mais possível. Peça a colaboração do marido ou de familiares para as tarefas domésticas.
  • Crie tempos de qualidade para si própria. Procure relaxar e fazer algumas pausas nos seus deveres de mãe. Arranje tempo para fazer aquelas coisas de que tanto gosta, como tomar um banho de espuma, saborear calmamente um chá, acender umas velas perfumadas, etc.
  • Faça das refeições uma prioridade. Por motivos de saúde, é importante que a recém-mamã faça uma alimentação variada, equilibrada e completa. Não “salte” refeições. Uma boa alimentação, que satisfaça a mãe, tem sempre um impacto muito positivo no seu bem-estar psicológico e favorece simultaneamente a produção do leite materno.
  • Retome progressivamente o exercício físico, mas não exagere. Uma caminhada de 30 minutos por dia faz muito bem, tanto ao corpo e como ao espírito.
  • Procure apoio e ajuda nos que a rodeiam. Não se afaste dos amigos nem da família. Eles poderão ser uma grande ajuda nesta fase, por vezes, difícil. Não guarde para si a preocupações. Partilhe as suas experiências e os seus sentimentos com os seus familiares, as suas amigas ou com outras mães através das redes sociais ou em fóruns na Internet.
  • Procure a ajuda profissional e consulte o médico ou o psicólogo se se sentir “muito em baixo”. Eles poderão recomendar-lhe as terapias de que necessitar, quer individuais quer em grupos de apoio, ou mesmo algum tratamento medicamentoso que lhe possa fazer bem.

Estes são alguns dos mitos que existem na cabeça de muitas pessoas acerca do que é ser mulher e mãe. É importante desmistificar estes mitos para se evitarem muitos sofrimentos psicológicos e desânimos injustificados às mães.

Todas as mulheres têm naturalmente o instinto maternal

Não, isso não é verdade. Nem todas as mulheres sentem a necessidade ou obrigação de serem mães – e não há nada de errado nisso.

Ser mãe é uma felicidade infinita

Sim é uma felicidade inigualável, mas essa felicidade é sempre interrompida por momentos menos felizes, de tensão, de preocupação e de tristeza.

Ser mãe é perder a liberdade

Não tem obrigatoriamente de o ser. Se a mãe for capaz de organizar bem seu o tempo e de pedir e aceitar a ajuda dos que a rodeiam, será possível continuar a ter o tempo que necessita para si e para poder realizar aquelas atividades de que gosta e que a fazem feliz.

Amamentar os nossos filhos transforma-nos em melhores mães

Não, isso não é verdade. De facto, amamentar ajuda na vinculação e na criação de laços afectivos fortes com o bebé. Mas, para além da amamentação, existem muitas outras formas, igualmente saudáveis, de dar amor e de criar os laços afetivos com o bebé.

Desde pequenas, todas as mulheres sonham em ser mães

Não, nem todas pensamos assim e não é por não sonharmos ser mães que passamos a ser menos mulheres do que as outras.

A depressão pós-parto é produto da falta de amor da pelo bebé

Não, isso não é verdade. A depressão pós-parto é uma perturbação psicológica que ocorre em algumas mulheres, independentemente da sua vontade ou do amor que têm pelo bebé. Como um dos sintomas da depressão pós-parto é a tristeza e o negativismo, pode parecer aos outros que a mãe se interessa pouco pelo bebé.

Se tiver cuidado, recupero a forma num instante

Raramente isso acontece. O habitual é haver uma recuperação gradual da forma física à medida que a mãe vai progressivamente retomando todas as atividades que anteriormente fazia.

Eu consigo fazer tudo sozinha

Esta é uma ideia errada e que costuma ter consequências prejudiciais para a mãe. Nenhuma pessoa consegue fazer tudo sozinha. As mães que pensam ser capazes de fazer tudo sozinhas (tratar do bebé, tratar delas, tratar da família, tratar da casa) acabam geralmente por entrar numa espiral de exaustão, de stress e ansiedade. Todas, mas mesmo todas as mães, necessitam sempre da ajuda dos familiares e dos amigos.