Mais Saúde
- POSIÇÃO PARA DORMIR NA GRAVIDEZ
- SUPLEMENTAÇÃO NA GRAVIDEZ
- TABACO, GRAVIDEZ e AMAMENTAÇÃO
- VACINAÇÃO NA GRAVIDEZ
- VIAJAR DURANTE A GRAVIDEZ
- MOVIMENTOS FETAIS
- EXERCÍCIO FÍSICO NA GRAVIDEZ
- NÁUSEAS E VÓMITOS NA GRAVIDEZ
- CUIDADOS MAMÁRIOS NO PÓS-PARTO
- AUMENTO DE PESO NA GRAVIDEZ
- O QUE É MAIS COMUM SENTIR AO LONGO DA GRAVIDEZ?
- ANÁLISES DA GRAVIDEZ
- ALTERAÇÕES CUTÂNEAS MAIS FREQUENTES NA GRAVIDEZ
- TOXOPLASMOSE NA GRAVIDEZ
- CARDIOTOCOGRAFIA
- A família é o lugar do Natal
- A higiene do sono no regresso às aulas
- Afetivamente bem educado
- Automedicação na infância
- Dia Mundial dos Cuidados Paliativos
- Famílias Felizes na Era Digital – Primeira Infância
- Infeções respiratórias e os cuidados essenciais para uma vida saudável
- Influência positiva do ambiente familiar na construção da saúde mental
- O Dia do Pai é também Dia da Família
- Quantas histórias tem a Páscoa?
- Sabia que o Apoio é fundamental para o Sucesso da Amamentação?
- Sabia que o Leite Materno previne infeções?
- Sabia que o Leite Materno também tem benefícios para a mãe?
- Sabia que o Leite Materno também tem benefícios para a sociedade?
- Sabia que o Leite Materno tem influência na construção do Sistema Imunitário?
- Sabia que o Leite Materno é o melhor alimento para o bebé?
- Antibióticos: como tomar e cuidados a ter
- Brincar faz bem à saúde!
- Contributos para a melhoria da gestão da asma nas crianças e jovens
- Cuidados com a exposição solar, particularmente as crianças
- Durma bem, aproveite a vida
- Lavar as mãos salva vidas
- Medidas simples salvam vidas: Etiqueta Respiratória
- Prevenir Gastroenterites no Verão
- Prevenir: Doenças Cardiovasculares
- Tumor do testículo: sinais de alerta e autoexame
- Com as crianças todo o cuidado é pouco e com o sol também!
- Cessação tabágica – Um investimento que dá vida
A mãe e o bebé, as primeiras semanas
“A Mãe e o Bebé – As Primeiras Semanas” é um projeto colaborativo dos Serviços de Pediatra, de Obstetrícia e Ginecologia, de Nutrição e de Psicologia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa que tem como destinatárias as grávidas seguidas nas consultas de Obstetrícia e nas sessões de Preparação para o Parto desta instituição de saúde.
Nas últimas semanas da gravidez, estas futuras mães são convidadas a assistir a uma das sessões públicas deste projeto, apresentadas por especialistas daqueles Serviços, e que são realizadas mensalmente no auditório do Hospital Padre Américo.
O objetivo destas sessões é transmitir informações práticas sobre os cuidados de saúde que a mãe deve ter consigo durante o puerpério, sobre os cuidados a prestar ao bebé nas primeiras semanas de vida e esclarecer as dúvidas que as futuras mães possam ter acerca destes mesmos temas.
Nos separadores que se seguem – “O bebé: as primeiras semanas”, “Puerpério. O que mãe deve saber”, “A nutrição ideal da mãe” e “O bem-estar mental da recém-mamã” – encontram-se os conteúdos informativos apresentados nas sessões públicas deste projeto.
A mãe e o bebé, as primeiras semanas
“A Mãe e o Bebé – As Primeiras Semanas” é um projeto colaborativo dos Serviços de Pediatra, de Obstetrícia e Ginecologia, de Nutrição e de Psicologia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa que tem como destinatárias as grávidas seguidas nas consultas de Obstetrícia e nas sessões de Preparação para o Parto desta instituição de saúde.
Nas últimas semanas da gravidez, estas futuras mães são convidadas a assistir a uma das sessões públicas deste projeto, apresentadas por especialistas daqueles Serviços, e que são realizadas mensalmente no auditório do Hospital Padre Américo.
O objetivo destas sessões é transmitir informações práticas sobre os cuidados de saúde que a mãe deve ter consigo durante o puerpério, sobre os cuidados a prestar ao bebé nas primeiras semanas de vida e esclarecer as dúvidas que as futuras mães possam ter acerca destes mesmos temas.
Nos separadores que se seguem – “O bebé: as primeiras semanas”, “Puerpério. O que mãe deve saber”, “A nutrição ideal da mãe” e “O bem-estar mental da recém-mamã” – encontram-se os conteúdos informativos apresentados nas sessões públicas deste projeto.
SaudávelMente – Conversas de Filhos e Pais
Afetivamente bem educado
Hoje em dia, quando se fala de afeto estamos a relacionar o termo com o amor, o carinho, o acolhimento e o aconchego. De facto, o amor, a aceitação e o carinho são afetos e manifestações afectivas, mas o afeto não se restringe a esse tipo de emoção ou sentimento. Os afetos são todos os sentimentos e emoções próprios do ser humano, ou seja: medo, raiva, angústia, tristeza, amor, alegria, desejo, prazer. Todo o imenso campo das emoções e sentimentos de uma pessoa é o campo afetivo. Quando se diz que os afetos dos pais são importantes na vida dos filhos e vice-versa, está-se a dizer que existe uma relação saudável, em que há um vínculo verdadeiro, que necessariamente passa pelos afetos (emoções, sentimentos) e que eles são muito importantes para a saúde da relação pais/filhos. Aqueles pais, que não são “afetados” pelos comportamentos e manifestações dos seus filhos, têm dificuldade ou desinteresse nesta relação. Todos os afetos, por serem sentimentos ou emoções, despertam na pessoa um determinado impulso para a acção, por exemplo, quando um filho pequeno ou adolescente desobedece ao pai e o enfrenta, esse comportamento provoca no pai um afeto – talvez irritação – e, movido por esta, o pai sente-se impelido a uma reação. Chega-se, então, a um ponto fundamental no processo educativo das crianças e adolescentes e que precisa de ser muito bem compreendido pelos adultos, que educam. Os afetos são irracionais – são frutos da dimensão sensível (instintiva) da pessoa e, por isso, normalmente, são maus conselheiros. Se reagimos impulsionados por eles, temos uma enorme possibilidade de cometer erros educativos. O que fazer então? Amadurecer? Isso mesmo. As crianças, como é natural, agem movidas pelos afetos. Elas ainda não têm um funcionamento racional, que se inicia em torno dos 5, 6 anos e, exatamente por isso, a única possibilidade que têm é de agir impulsivamente. Vão sendo estimuladas e ensinadas a iniciar o controle dos próprios impulsos na relação com os pais, irmãos, amigos e com os demais adultos, que fazem parte de seu quotidiano. Os pais, ao contrário, já atuam racionalmente e têm capacidade de identificar o melhor modo de agir para corrigir e orientar a criança ou adolescente, ou para lhe ensinar um determinado comportamento. Portanto, entender como funciona a criança, compreender os próprios afetos e moderá-los, para agir da forma mais produtiva é o papel do adulto, daquele que tem a missão de educar e de ensinar a viver. O que acontece,actualmente, é que vivemos e convivemos com algumas gerações de jovens e adultos, que não tiveram uma afetividade educada, não cresceram na tolerância, que modera os afetos e que promove o crescimento da solidez e da paciência. Sendo assim, mesmo sem perceberem, muitos pais acabam por agir, exactamente, como os seus filhos, ou seja, movidos pelos impulsos afetivos. Efetivamente, a pessoa humana é muito mais do que a sua afetividade. Além dessas capacidades mais básicas e primitivas, nem por isso menos importantes, temos a inteligência e a vontade, ou seja, temos a possibilidade de, por meio da inteligência, colocar objetivos educativos, escolher estratégias para chegar a eles e, pela vontade, se assim determinarmos a lutar contra a preguiça, o conforto, a tendência em encontrar os caminhos mais fáceis e agir com determinação na direção dos objetivos que a inteligência nos apontou. Concluindo, os afetos dão o tempero, o sabor, o tom às nossas ações, ao nosso modo de ser, mas não nos podem comandar. Se nos comandarem, seremos escravos deles e não pessoas livres, para procurar o que, realmente, identificamos como o melhor. Os seus filhos são, afectivamente, bem educados?A família é o lugar do Natal
“Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto, e Maria deu à luz o seu filho primogénito. Ela enfaixou-o, e colocou-o na manjedoura, pois não havia lugar para eles dentro da casa” … “encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura” (Bíblia, Lucas 2,16-17). Assim está descrito o primeiro Natal – em família. A família é o lugar onde somos cuidados, educados e crescemos. É, portanto, o lugar, por excelência, para a celebração do Natal, independentemente dos diferentes ideais ou crenças. E quem pensa que, para celebrar o Natal em família, festivamente ou não, é necessário contar com especiais condições estruturais e confortável situação financeira, está certamente muito enganado. A primeira festa de Natal aconteceu num estábulo. Num ambiente de absoluta pobreza, carência de condições dignas, numa total ausência de conforto de infraestrutura técnica. Todavia, havia algo em abundância: o afeto, o cuidado, o carinho, a atenção pela vida, a harmonia, a fé e a alegria. A celebração do Natal chama-nos a atenção para a necessidade do reencontro das pessoas entre si, através da presença dos reis magos vindos de distintos pontos do mundo, mas não só, também nos fala da necessária harmonia entre as criaturas, por isso, também lá se encontram os animais e os anjos. O presépio é símbolo da harmonia numa casa, numa cidade, num país e num planeta comum. Hoje em dia, aparentemente, a celebração de muitas festas natalinas são um evento, puramente, sóciocultural, mas deverá ser também a oportunidade para restaurar um clima de harmonia e paz, onde todos possam renovar a beleza da fraternidade que traz alegria, paz e sossego para a vida. Em família, com as crianças, o momento idealizado para o Natal é muito mais do que ganhar presentes e, para isso, é necessário que elas percebam, aprendam e vivenciem o que, realmente, é o significado do Natal. Podemos e devemos envolver as crianças em inúmeros tipos de tarefas natalícias, dentro de casa ou até mesmo como oportunidades de passeio e atividades ao ar livre:- Escolher e fazer as decorações para as festividades;
- Montar a Árvore de Natal;
- Reunir material e reciclar para enfeites natalícios;
- Confecionar presentes;
- Criar e entregar postais de Natal;
- Encenar uma peça teatral de Natal;
- Cantar músicas natalícias;
- Ler a história da origem do Natal ou contos de Natal;
- Limitar o número de presentes (os reis Magos ofereceram três na totalidade!);
- Fazer chamadas para amigos e para familiares;
- Preparar, conjuntamente, os tradicionais doces de Natal;
- Colaborar na preparação da mesa de natalícia.
Automedicação na Infância
A automedicação caracteriza-se pela prática de ingestão de substâncias medicamentosas (remédios), sem a devida prescrição e sem o acompanhamento por parte de um profissional de saúde qualificado. Ou seja, ocorre quando alguém decide tratar-se, ou tratar os filhos ou as crianças de quem cuida, através do seu conhecimento pessoal, podendo recorrer a conhecimentos de familiares ou amigos, assim como à internet. É ponto assente que os medicamentos são necessários na melhoria de algumas queixas e na manutenção do bem-estar físico das crianças, mas apenas serão, verdadeiramente, eficazes se houver uma indicação médica clara para a sua utilização. Atualmente, a questão da automedicação em pediatria é um grave problema de saúde pública em Portugal, por muito irreal que isso possa parecer. Um dos maiores riscos de se utilizar, erradamente, medicamentos é tomar doses desadequadas e excessivas que podem originar efeitos colaterais indesejáveis e, consequentemente, quadros clínicos atípicos que podem, por vezes, ser interpretados de forma errada. Um mesmo medicamento, na mesma dose, ao ser tomado durante o mesmo período de tempo por duas crianças distintas com diagnósticos similares, pode, no entanto, ter resultados diferentes, podendo ser bastante eficaz para uma e pouco eficaz na resolução dos problemas da outra. O ideal seria que as crianças não fossem automedicadas pelos adultos cuidadores, dado que a vida saudável não se encontra nos anúncios de produtos, nem na opinião dos outros, nem na internet ou redes sociais. Os remédios atuam no organismo de cada pessoa de modo diferente, principalmente nas crianças, quer pela sua fragilidade física, quer pelo seu organismo ainda em desenvolvimento. Uma criança não é um adulto em ponto pequeno. Quanto maior for o número e quantidade de medicamentos ingeridos (automedicados), será igualmente maior a probabilidade de reações adversas prejudiciais para a criança ou adolescente. A utilização indiscriminada de antibióticos pode levar a que algumas bactérias se tornem imunes e resistentes. Quando isso acontece, torna-se necessário recorrer a outros antibióticos mais fortes e cria-se, progressivamente, uma resistência aos antibióticos, o que constitui um sério problema de saúde pública, que se vai agravando no decorrer dos anos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta para os perigos decorrentes de uma ingestão de medicamentos de forma não vigiada, tais como: • Diagnóstico incorreto da patologia, assim como atraso e possível agravamento no tratamento da mesma, atrasando o tratamento correto da doença. • Escolha de tratamento desadequado. • Administração da dose de medicamento incorreta, seja pela subdosagem (escassez), seja pela sobredosagem (excessiva), podendo causar problemas no fígado e nos rins (pelo excesso de dose). • Duração inadequada do tratamento. • Possibilidade de reações alérgicas. • Possibilidade de aparecimento de efeitos secundários que podem ser leves, moderados ou graves. • Possíveis interações medicamentosas; • Intoxicações, advindas da automedicação, podem ser letais. • Armazenamento excessivo de medicamentos em condições propícias à sua deterioração e à confusão entre medicamentos e à ingestão acidental pelas crianças. Existem situações de doenças recorrentes ou crónicas em que o cuidador tem um guia de tratamento verbal ou escrito, relativamente ao que deve fazer em caso de agravamento. Nesses casos, existe uma série de conselhos que devem ser seguidos, com vista a praticar uma automedicação responsável, tais como: • Ler com atenção o folheto informativo, antes de utilizar qualquer medicamento. • Verificar se o medicamento não provoca interações com outros medicamentos, que esteja atualmente a tomar. • Em caso de persistência de sintomas ou para esclarecimento de dúvidas, consultar um profissional de saúde adequado. • Não utilizar medicamentos fora do prazo de validade. • Não ultrapassar os períodos aconselhados para o tratamento. • Caso surjam efeitos secundários adversos, consultar imediatamente o seu médico ou recorrer à urgência. • Guardar os medicamentos em locais secos e de difícil acesso a crianças. A prática da automedicação em pediatria não é uma prática adequada ou saudável. Recorra SEMPRE a um profissional de saúde.Famílias Felizes na Era Digital – Primeira Infância
A aprendizagem é uma grande e maravilhosa capacidade do cérebro. Deste modo, na primeira infância estabelecem-se as bases para estruturar todas as aprendizagens posteriores. Estes estímulos, que são a maior área de oportunidade, dão origem a funções como a linguagem, a memória e o raciocínio, logo mais importante e transcendente do desenvolvimento humano é a primeira infância, e é neste período que se consolidam os alicerces e a estrutura da personalidade harmoniosa e integral. Efetivamente, a tecnologia acompanhou a humanidade desde os seus primeiros momentos no nosso planeta e cada revolução tecnológica veio acompanhada por um salto social (pelo menos, da mesma magnitude). Assim todas as novas tecnologias e descobertas contribuíram para a evolução humana, portanto, não é possível separar o contexto em que uma pessoa se desenvolve das tecnologias que a rodeiam. De facto, as novas tecnologias são ferramentas que podem promover um melhor desenvolvimento das crianças. Podem fazê-lo através de uma educação formal, mas também na aprendizagem livre, guiadas pela curiosidade; podem ajudá-las a estabelecer e a manter relações sociais significativas com os que estão próximos, assim como com os que estão longe, e também podem ser uma forma saudável de entretenimento. No entanto, elas também podem ter um efeito muito negativo, quando são mal utilizadas, por exemplo, quando as usamos em horários que podem comprometer o sono das crianças, necessário para um crescimento, desenvolvimento e desempenho social e académico adequados. Por outro lado todos os instrumentos que nós usamos, no nosso dia a dia, como escovas de dentes, por exemplo, são tecnologia. No entanto, a transformação digital, particularmente no século XXI, revolucionou a nossa relação com a tecnologia e, para o bem e para o mal, veio para ficar e devemos aprender a conviver, crescer e desenvolver com ela. Por isso, nos últimos anos, foram criadas numerosas alternativas que tiveram um grande impacto no desenvolvimento da humanidade, tanto individual como coletivo. Desta forma, a Assembleia Geral das Nações Unidas, reiterando o papel relevante que as tecnologias de informação e comunicação desempenham hoje, como porta de entrada para o conhecimento, declarou, em 29 de junho de 2012, o acesso à internet como um direito humano, por ser uma ferramenta que facilita o crescimento e o progresso da sociedade como um todo (Organização das Nações Unidas, 2012). Através da internet, é-nos permitida a transmissão instantânea de informações, ideias e juízos de valor sobre ciência, comércio, educação, entretenimento, política, arte, religião e outras tantas áreas. Contudo, este tipo de acesso à informação acarreta os seus próprios riscos, pois nem sempre as informações são precisas ou inofensivas, sendo esta uma realidade particularmente sensível para a primeira infância. Deve-se ensinar as crianças ( e os adultos!) a encontrar fontes confiáveis e a usar a tecnologia em segurança. De facto, um número gigantesco de informação já foi digitalizado e está disponível na internet, sendo permitido o seu acesso em praticamente qualquer lugar, através de dispositivos móveis que consideramos “inteligentes”. Esta forma de usar e “vivenciar” a tecnologia gerou uma mudança fundamental na sociedade. Devemos lembrar-nos de que a tecnologia nos dá ferramentas, mas não deve ser um fim em si mesma. Não se trata apenas de considerar o tempo de uso, também é preciso ter em conta o conteúdo consumido, além da interação da criança com a tecnologia e com outras pessoas/personagens com as quais interage através dela, dado que é o mesmo usar a tecnologia para aprender, socializar ou divertir. Atualmente, as novas tecnologias, aliadas às novas estratégias de aprendizagem, têm um grande potencial para desenvolver competências na educação, durante os primeiros anos de vida dos seres humanos. Através de um planeamento e desenvolvimento bem estabelecidos, poderão ser oferecidas infinitas possibilidades, desde uma formação baseada nas necessidades das crianças, até um acompanhamento mais personalizado dos alunos no processo de aprendizagem. Além disso, nos últimos anos, o acesso aos recursos e materiais didáticos disponíveis online foi melhorado, tornando-se acessíveis, praticamente em qualquer momento ou promovendo uma maior participação dos alunos, através da utilização de métodos inovadores, como o desenvolvimento de estratégias, de forma lúdica, para este mesmo processo de aprendizagem. Por tudo isto, nós, como adultos importantes para cada criança com quem interagimos, devemos ajudá-las a lidar com as tecnologias de forma responsável e segura, para que a sua aprendizagem permita desenvolver o máximo potencial possível. Concluindo, uso adequado e responsável das tecnologias na primeira infância promove novas formas de estabelecer relações sociais, nas quais os pais devem estar envolvidos no seu uso racional e acompanhado. É fundamental compreender e avaliar os riscos que podem surgir com o seu uso, assim como as vantagens da sua utilização nas escolas. Efetivamente, o aspeto mais importante a ser lembrado é que o uso da tecnologia não substitui o tempo de interação com a família. Sejam incrivelmente felizes em família!Infeções respiratórias e os cuidados essenciais para uma vida saudável
As infeções respiratórias constituem um conjunto de sinais e sintomas clínicos provocados por vírus ou bactérias, sendo as crianças, particularmente, vulneráveis. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define, como infeções respiratórias, as doenças que ocorrem no trato respiratório, tanto superior como inferior, nas quais há a obstrução da passagem do ar, tanto a nível nasal, quanto a nível dos brônquios e pulmonar. As infeções agudas podem variar desde pneumonias e resfriados comuns, a infeções mais graves, como a tuberculose. Embora as infeções das vias respiratórias superiores sejam muito frequentes, mas de fácil resolução, as infeções das vias respiratórias inferiores são responsáveis por doenças mais graves, tais como gripe, pneumonia, tuberculose e bronquiolite. As infeções respiratórias podem ser influenciadas pelas estações do ano, principalmente, quando se relacionam com algumas variáveis meteorológicas, tais como a temperatura ambiente, a humidade relativa do ar e a chuva. Os fatores responsáveis pelo maior desenvolvimento de vírus e bactérias, nesta época de inverno, são diversos, sendo que o frio e a chuva não são os principais responsáveis – são os vírus e as bactérias. No inverno, as alergias respiratórias pioram muito, devido às infeções virais frequentes, ao aumento da poluição ambiental, às constantes e bruscas mudanças meteorológicas, ao ar seco do ar condicionado e ao uso que casacos, pijamas, lençóis e cobertores, que são utilizados sem lavagem prévia após serem retirados dos armários, depois de muito tempo guardados. A vivência da pandemia por Corona vírus permitiu-nos esclarecer e fortalecer as práticas básicas de higiene e cuidados com a saúde e reconhecer que o primeiro passo é a prevenção. Os vírus infetam a maioria das pessoas, durante a vida, e causam doença respiratória leve a moderada no trato respiratório. Os sintomas podem incluir pingo, dor de garganta e febre. Os vírus, algumas vezes, podem causar infeção do trato respiratório inferior, como as pneumonias, sendo bastante comum em crianças. Estas infeções respiratórias são doenças de alto contágio devido ao seu elevado potencial de propagação, que acontece principalmente pelas gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; contacto pessoal próximo, como o toque ou o aperto de mão; contato com os objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contacto com a boca, o nariz ou os olhos. Apesar de não ser possível a prevenção da totalidade das formas de infeções respiratórias, existem muitas práticas simples que podem reduzir a contaminação e fortalecer o sistema imunológico, tais como:- Manter uma alimentação equilibrada: para fortalecer as defesas do organismo é importante aumentar a ingestão de carotenóides (vegetais e frutas amarelo-alaranjados), frutas cítricas (ricas em vitamina C), alimentos ricos em vitamina E (grãos, azeite e ovos), zinco (peixes, carnes e aves), vegetais verde-escuros, leguminosas (ricos em ácido fólico) e probióticos (iogurtes);
- Praticar exercício físico: a prática regular de exercício físico moderado traz benefícios, ao nível do sistema cardiovascular, da função respiratória e do tónus muscular; diminui os níveis de ansiedade, favorecendo a estabilidade emocional, promove o controlo metabólico; otimiza o peso e a massa corporal, bem como a melhoria da função imunológica;
- Ter um sono de qualidade: um sono de qualidade melhora o equilíbrio físico, mental e emocional da criança; fortalece o seu sistema imunológico; ajuda a prevenir doenças e tem grande importância para o bom funcionamento do cérebro. O sistema de defesa do organismo é prejudicado, quando a criança dorme pouco ou mal e isso aumenta o risco de doenças;
- Beber muita água: manter-se hidratado é fundamental. para garantir uma boa imunidade. São as recomendações básicas de higiene que evitam o risco de contrair ou transmitir doenças respiratórias:
- Frequente lavagem e higienização das mãos, com água e sabão, principalmente, antes de consumir algum alimento;
- Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
- Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir, com cotovelo flexionado, ou utilizar de um lenço descartável (nunca a mão);
- Higienizar as mãos, após tossir ou espirrar;
- Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca, sem higienização adequada das mãos;
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência (os brinquedos, os puxadores de porta ou a mesa);
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
- Evitar contato próximo de pessoas que apresentem sinais ou sintomas de infeção respiratória;
- Manter os ambientes bem ventilados;
- Obter informações e orientação com profissionais de saúde
Dia Mundial dos Cuidados Paliativos
A 8 de outubro assinala-se o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos E este é um dia para falar de afetos e de amor. Às vezes, a normalidade dos dias faz -nos esquecer de agradecer a vida. Somos muito em alguns dias e perdemo nos noutros tantos. Hoje, ao lembrarmos os afetos, lembrem-se dos milhares de crianças espalhadas por esse mundo fora, que lutam contra um real bicho papão. Hoje é dia mundial destas crianças, pais e cuidadores. Hoje não podemos nem devemos florear o dia. Hoje devemos ter consciência de que esta dor aparece sem darmos conta. Um prognóstico reservado, uma luta silenciosa, muitos dias de angústia e outros tantos de resignação. Hoje é dia de desconstruir muita coisa e sentar no jardim, na relva… olhar e dizer que somente o amor nos constrói e faz com que tenhamos reciprocidade eterna de amor. Hoje, particularmente, é dia de os homenagear, meninos e meninas, que são autênticos super heróis de cabeças rapadas, de fios alojados no corpo, de seringas que marcam as veias. Queremos que quem nos lê, pense em vocês, que com as poucas esperanças, que vos dão, conseguem encher o peito de força, coragem, gratidão e alegria no dia a dia. Desejamos que todos os teus dias sejam lindos de viver. Desejamos que se sintam lindos e maravilhosos. Radiantes e incríveis, porque o são. Vocês são uma imensidão de talentos todos juntos. São admiráveis! São de uma força brutal! Já viram por tudo o que passaram e a forma como caem e se levantam? É o vosso dia, hoje e todos os dias. Por muitas doçuras, muitos sorrisos e muitas brincadeiras. Tu mereces muito! Vocês merecem muito! Com toda a admiração do mundo.Influência positiva do ambiente familiar na construção da saúde mental nas crianças e adolescentes
A saúde mental infantil é um assunto que deveria ser, amplamente, debatido em casa, na escola e na sociedade. De facto, os transtornos mentais podem manifestar-se, de modos diferentes, nas crianças e adolescentes e os seus sintomas podem ser confundidos com problemas comportamentais, dificultando, assim, o seu diagnóstico. Podem, também, sofrer com transtornos de conduta, os quais são, comummente, interpretados como manha, birra ou má educação. Quando a criança apresenta um comportamento muito atípico ou agressivo, em casa, e é diferente na escola (ou vice-versa), é provável que tenha algum problema comportamental. Como as crianças têm dificuldade em cuidar das suas próprias emoções e condutas, por serem inexperientes e estarem em fase de desenvolvimento, os adultos, presentes nas suas vidas, devem estar atentos aos sinais de perturbações na saúde mental infantil. As crianças e adolescentes podem ter depressão, ansiedade e outros transtornos? As crianças e adolescentes também são suscetíveis à perturbação do bem-estar emocional, embora, por vezes, não a expressem da mesma forma que os adultos. Os sintomas da depressão infantil e juvenil, por exemplo, são semelhantes aos da depressão que acomete os adultos. A criança depressiva encontra dificuldades para transformar os seus sentimentos em palavras. Em vez disso, elas extravasam através de comportamentos inapropriados, como crises de choro, agressividade com os pais e na escola, isolamento dos amigos, baixa autoestima, maus resultados escolares e regressão em atitudes de crianças mais novas ou bebés. Também a quietude, tristeza e apatia nas crianças são sempre um indicativo de que algo não está bem. Ansiedade, Síndrome do Pânico, Transtorno de Deficit de Atenção (TDAH), distúrbios alimentares e outras condições prejudiciais à saúde mental infantil manifestam-se de maneira semelhante à depressão. Deste modo, logo que algum sintoma for notado, a criança deve consultar um profissional de saúde. De acordo com a Mental Health Foundation (Fundação da Saúde Mental, em português), instituição com base na Inglaterra, cerca de 70% das crianças e dos jovens não recebem o tratamento necessário, na idade adequada, ou seja, a criança sofre durante a infância e a adolescência, iniciando a jornada adulta com diversas pendências emocionais. Assim, um novo problema surge. Muitos adultos, em determinada idade, não costumam fazer terapia para modificar comportamentos negativos, por acreditarem na expressão popular “eu sou assim e vou morrer assim”. Como a negligência com a saúde mental infantil afeta o desenvolvimento? A negligência com a saúde mental infantil resulta em vários impasses emocionais e comportamentais. Muitos deles poderiam ser facilmente tratados com a psicoterapia infantil e, assim, reduzir o sofrimento dos mais pequenos, durante uma fase, habitualmente, tão feliz da vida. A infância deveria ser livre de preocupações e tristezas. Mesmo quando a criança enfrenta circunstâncias de vida desfavoráveis, como a pobreza ou a falta de acesso à educação, a sua mente pode ser poupada da desesperança. Ela pode ser ensinada a ser resiliente e otimista,dentro do seu contexto social. Obviamente, este é um trabalho árduo, mas longe de ser impossível. Algumas consequências de não cuidar da mente das crianças, além do surgimento de transtornos mentais, são: • dificuldade para comer, de maneira saudável, e de se exercitar regularmente, pois a criança não aprende que a saúde mental e física estão interligadas; • conflitos na escola; • desempenho escolar precário. Consequentemente, a criança não exercita o cérebro e não adquire conhecimento básico, atrasando o seu desenvolvimento cognitivo; • desconfiança nos pais e outros adultos; • dificuldade ou inabilidade de se sentir amado ou compreendido; • estabelecimento de relacionamentos interpessoais pouco saudáveis na vida adulta; • sufocamento dos sentimentos e das emoções; • baixa autoestima; • ausência de autoaceitação, a qual pode levar a conflitos de identidade duradouros; • sentimento de inutilidade, como se não importasse; • sensação de que precisa de trabalhar, além do necessário, para chamar atenção, o que pode levar ao esgotamento ou a frustração; • falta de apego aos familiares; • inaptidão para processar e se livrar de mágoas da infância; • postura de fácil desistência perante problemas; • transtornos de conduta. Como promover a saúde mental infantil? Promover a saúde mental infantil é mais simples do que se possa pensar. Muitas vezes, o que falta é uma mudança de perspetiva. - Permitir que a criança seja uma criança Da mesma forma que as crianças precisam ter responsabilidades, de acordo com suas capacidades físicas e mentais, também precisam de brincar. A brincadeira é a maneira das criançasexercitarem o cérebro e o corpo e de se autoexpressar. Preferencialmente, o momento de diversão deve conter brincadeiras à moda antiga, como correr, jogar ou saltar. No entanto, na era digital, sabemos que isso nem sempre é sempre possível. Ainda assim, procure diversificar os períodos de brincadeira dos filhos, nas suas horas vagas, encorajando-os a praticar desporto e a fazer jogos mais ativos. - Demonstrar sentimentos (à sua maneira) Alguns pais têm dificuldades afetivas, oriundas da sua própria infância. Cada pessoa expressa os seus sentimentos de maneira única. Só não se esqueça de demonstrar o quanto os seus filhos são importantes e o quanto os ama e, se algum dia duvidarem, converse com eles sobre as diferentes maneiras de amar. Por exemplo, o amor pode ser expresso por meio de atos, em vez de palavras. Pode parecer uma preocupação anormal, mas muitas crianças sentem falta de afeto dos pais, enquanto crescem. - Acompanhar a vida escolar do filho A escola é o ambiente social mais importante das crianças. Lá, elas aprendem a fazer amizades e a serem responsáveis. Os professores convivem muito com os mais pequenos e têm uma vasta experiência com crianças e, por isso, conseguem identificar problemas comportamentais mais rapidamente. Assim, a sua opinião torna-se muito válida nas preocupações dos pais. - Valorizar as suas emoções, opiniões e traços de personalidade A criança tem a sua própria individualidade. Embora a sua personalidade não esteja totalmente formada, já expressa traços, qualidades e defeitos, os quais podem ser estimulados ou minimizados pelos pais. O ideal é permitir que ela se expresse e ajudá-la a corrigir condutas que podem causar mal a elas e aos demais. - Ensinar a solucionar problemas Ensine os seus filhos a solucionarem problemas, tais como zangas com amigos, notas baixas ou objetos quebrados, de forma inteligente. Quando os pais fazem tudo pela criança, ela não aprende a resolver os seus próprios obstáculos e torna-se, emocionalmente, dependente. Já quando os filhos são ensinados a encontrar soluções, eles aprendem a lidar com a frustração e a ser emocionalmente inteligentes. A SAÚDE DO CORPO E DA MENTE TEM INÍCIO NA INFÂNCIA.SaudávelMente – Conversas de Filhos e Pais
Ser criança é ter o dia mais feliz da vida, todos os dias!
São tantas as vezes que ouvimos a expressão “é preciso pouco para fazer uma criança feliz”. A pergunta é curta, mas as respostas não são simples nem lineares. Afinal o que faz uma criança feliz? As respostas podem variar, mas todas têm um ponto em que estão de acordo: a felicidade dos mais pequenos depende dos mais velhos.
O que faz uma criança feliz é ver a sua família feliz. É ter colo, ser abraçado, receber elogios por ter conseguido superar, conquistar e aprender; ver televisão e passear em família; praticar jogos tradicionais; brincar, sujar-se, ser livre, ser criança, ser ele próprio!
É ter a casa como o seu ninho de conforto, é ter os pais como porto seguro, e não como um centro de hesitações e mudanças. É amar e ser amado, com muitas regras e regras firmes, mas também com muito amor, colo e muitas pepitas de alegria (e, algumas, de chocolate).
Fazer uma criança feliz é mais simples do que parece e muito menos complicado do que fazemos. Qual a receita? Quais os ingredientes fundamentais que os pais devem utilizar? Os ingredientes são: dormir bem, comer saudavelmente e que os seus pais sejam tranquilos e confiantes. Os ingredientes que tornam a receita única passam por doses generosas de confiança, bom senso e amor. Precisam de muito amor, mas também de regras, para se sentirem seguras e com um genuíno sentimento de pertença. A confiança é dos ingredientes mais importantes em todo o processo!
Pais, concentrem-se nela e naquilo em que acreditam! Sigam o vosso instinto com amor, está quase sempre certo! A pitada de bom senso fará toda a diferença. O foco nestes ingredientes é essencial para pais felizes, logo, para filhos felizes e para relações saudáveis.
O que faz as crianças felizes são coisas muito pequenas que se fazem grandes. A ida ao supermercado, as brincadeiras na praia, a espuma no banho. As pequenas surpresas: um pai que começa a dançar, uma mãe que faz o pino, uma avó que a vai buscar à escola. E, também, as pequenas doses de liberdade e conquista: correr pelo campo e apanhar insetos flores, correrem soltos enquanto riem alto e cantam a plenos pulmões, um passeio de bicicleta sem rodinhas, uma festinha a um cão ou gato.
As pequenas rotinas: a história antes de dormir, o abraço antes de entrar na escola, a pasta de dentes com sabor a morango. As pequenas fugas à rotina: a música que se canta no carro, ir para a cama dos pais ou vestir o casaco do super-herói para dormir.
As pequenas sensações: abrir um presente, marcar um golo, fazer biscoitos ou dizer adeus ao avião. As pequenas conquistas: pintar um desenho dentro das linhas, arrumar o quarto, calçar os sapatos ou aprender a andar de bicicleta. E, sobretudo, os pequenos mimos: o colo, o beijo e o abraço.
Que os dias felizes sejam mais longos.
A Enf.ª Elisabete Teixeira (Enf.ª Saúde Mental e Psiquiátrica, a
Enf.ª Fernanda Centenico (Enf.ª Pediatria), a Enf.ª Sónia Santos
(Enf.ª Pediatria) e o Dr. Tiago Branco (Médico Pediatra) lançam
a rubrica “Crescer SaudávelMente – conversas de filhos e pais!”
Gostamos de falar com pessoas de todas as idades. Somos
quatro. Poucos. Mas outros vão chegando!
EBOOKS CHTS
Tratamento Cirúrgico da Obesidade
- Estilo de vida sedentário
- Aleitamento artificial
- Disponibilidade generalizada de alimentos densos em energia
- Fatores genéticos e neuroendócrinos
- Carga horária (diminuição do tempo disponível para a preparação
- de refeições)
- Alterações psicológicas
- Diminuição da autoestima.
- Insatisfação com a imagem corporal.
- Isolamento social.
- Perceção de baixo autocontrolo.
- Sentimentos de culpa.
- Rejeição e exclusão social.
- Sintomatologia depressiva e ansiosa.
- Elevada comorbilidade.
- Diminuição da qualidade de vida.
- Aumento do risco de mortalidade precoce.
- Avaliação dos fatores psicológicos, emocionais e comportamentais, a fim de analisar a
- Avaliação do estilo de vida, dos aspetos motivacionais e do conhecimento sobre o
- Psicoeducação, reestruturação cognitiva e utilização de técnicas comportamentais.
- Promoção da autoestima, do autocontrole alimentar e da ansiedade.
- Acompanhar as mudanças na alimentação.
- Proporcionar um espaço de partilha de experiências, de aprendizagem e de expressão de emoções.
- Ajudar no confronto com a mudança.
“O doente com obesidade mórbida é um doente complexo que precisa de uma preparação específica multidisciplinar para ser submetido a um tratamento cirúrgico o mais seguro possível e, ainda, fundamental para um bom resultado final de todo o processo, torna-se imprescindível a mudança de hábitos alimentares e higiénico-sanitários que conduzam à correta e suficiente perda de peso para melhorar comorbilidades, aumentar a sobrevida dos doentes e, obviamente, evitar o reganho de peso e recidiva das comorbilidades a longo prazo.”
Consulte aqui o folheto informativo entregue na consulta de Avaliação Multidisciplinar para Tratamento Cirúrgico da Obesidade:
EBOOKS NUTRIÇÃO
E-BOOKS NUTRIÇÃO – Dicas para uma alimentação saudável
O Serviço de Nutrição e Dietética do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) tem como preocupação permanente a qualidade e ocupa, assim, um lugar cimeiro na sua estratégia de promoção de hábitos alimentares saudáveis em contexto de consulta e na divulgação de materiais para a comunidade.
Neste sentido, é lançada uma série de e-books com dicas para a promoção de uma alimentação saudável, visando a prevenção da obesidade e outras doenças. Clique nos links abaixo para consultar os diferentes temas:
1. Dicas para Lanches Saudáveis (Ficheiro PDF, 2,24 MB, A4)
2. Água – A importância na alimentação (Ficheiro PDF, 5,86 MB)
Descomplicar a gravidez
VIAJAR DURANTE A GRAVIDEZ
É seguro?
Para a maioria das grávidas, sim! Contudo, o mesmo não se aplica a mulheres com complicações da gravidez. Aconselhe-se junto do seu médico se apresenta alguma condição que possa contraindicar a viagem.Qual a melhor altura para viajar?
O 2º trimestre da gravidez (14-28 semanas) é o período mais seguro para viajar. Depois das 28 semanas, as grávidas terão mais dificuldade em andar ou estar sentadas durante longos períodos. Após as 36 semanas, os riscos são acrescidos e por isso devem evitar-se (se viajar de avião deverá verificar o limite permitido pela companhia aérea).Antes de viajar:
- Informe-se com o seu médico se poderá viajar.
- Evitar viajar para locais com Zika e malária endémicos.
- Verifique que tem as vacinas atualizadas e se precisa de alguma suplementar em função do destino que escolheu.
- Se viajar de avião, verifique as políticas da companhia aérea para mulheres grávidas.
- Verifique se no destino que escolheu existe uma instituição de saúde com cuidados obstétricos, caso seja necessário.
- Ponderar fazer um seguro de saúde para a viagem;
Dicas para quando viajar:
- Levar o Boletim de Saúde da Grávida e/ou outra informação útil sobre a gravidez.
- Durante a viagem, aperte o cinto de segurança abaixo do abdómen.
- Se viajar de carro, faça paragens durante o trajeto para pequenas caminhadas. Se for de avião, levante-se durante a viagem. Se tiver de ficar sentada, mexa as pernas e os pés com regularidade.
- Use meias de compressão, especialmente em viagens longas (≥4horas).
- Evite roupa apertada.
- Beba muitos líquidos
- Tenha cuidado com os alimentos que consome: comidas servidas quentes são geralmente mais seguras; evitar comida de rua; ter cuidado com as frutas e legumes crus; beba apensas bebidas engarrafadas.
Deverá procurar observação se apresentar estes sinais ou sintomas durante a viagem:
- Hemorragia vaginal
- Dor/contrações abdominais
- Rotura de membranas (perda de líquido pela vagina)
- Vómitos e diarreia severas
- Perna vermelha quente e inchada
- Falta de ar/dor no peito
- Dor de cabeça que não melhora ou alterações da visão
Países com Zika e Malária
É desaconselhado viajar para destinos com Zika ou malária endémicos. Se tiver de viajar para estes países deverá usar repelente e ter cuidado para evitar a picada por mosquitos. Se o seu companheiro viajar para destinos com Zika, deverá usar preservativo até ao final da gravidez (também há transmissão por via sexual). Se viajar para zonas com malária consulte o seu médico acerca da toma de medicação profilática antes da viagem.Descomplicar a gravidez é um projeto do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) que tem por objetivo eliminar mitos e esclarecer dúvidas da população acerca da gravidez.
_________Bibliografia:
-
American college of Obstetricians and Gynecologists. FAQS: Travel During Pregnancy. 2020
-
ACOG Committee on Obstetric Practice. ACOG Committee Opinion No. 443: Air travel during pregnancy. Obstet Gynecol. 2009 Oct;114
-
CDC: Pregnant Travelers, junho 2022
-
CDC Yellow Book: Pregnant Travelers, 2017
POSIÇÃO PARA DORMIR NA GRAVIDEZ
A posição para dormir na gravidez pode causar alguma ansiedade e é frequente a grávida não se sentir confortável e alterar a sua posição várias vezes durante os seus momentos de descanso. A partir das 28 semanas, a posição ideal para dormir, seja durante a noite, seja em sestas diurnas, será de lado, com um ou ambos os joelhos fletidos. Dormir de barriga para cima nesta fase final da gestação fará com que todo o peso do útero e bebé pressione alguns vasos importantes que conduzem sangue ao coração. Essa pressão poderá associar-se a dificuldade respiratória e a tonturas, conduzindo ainda a uma eventual diminuição da oxigenação do bebé, interferindo com o seu bem-estar. Uma estratégia que poderá auxiliar a grávida é a colocação de várias almofadas em locais estratégicos: atrás das costas, entre os joelhos e debaixo da barriga, entre a cama e esta. De qualquer das formas, se a grávida acordar numa posição diferente não deverá ficar preocupada, mas apenas corrigir a sua postura.Descomplicar a gravidez é um projeto do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) que tem por objetivo eliminar mitos e esclarecer dúvidas da população acerca da gravidez.
Fabiana Castro, António Pinho e Maria Liz Coelho, Médicos Internos de Formação Específica de Ginecologia e Obstetrícia, são os responsáveis pelo desenvolvimento deste projeto, sob orientação de Médicos Especialistas.
_________ Bibliografia: 1. https://www.acog.org/womens-health/experts-and-stories/ask-acog/can-i-sleep-on-my-back-when-im-pregnant - janeiro de 2021; 2. Sleep On Side Parent Pamphlet – RANZCOG. 3. Heazell A, Li M, Budd J, Thompson J, Stacey T, Cronin RS, Martin B, Roberts D, Mitchell EA, McCowan L. Association between maternal sleep practices and late stillbirth - findings from a stillbirth case-control study. BJOG. 2018 Jan;125(2):254-262.
TABACO, GRAVIDEZ e AMAMENTAÇÃO
O efeito do tabaco na saúde é amplamente conhecido sendo, no caso da mulher grávida, a principal causa evitável de complicações na gravidez, tanto para a mãe como para o bebé. O fumo do tabaco é constituído por mais de 7000 compostos químicos, entre os quais, a nicotina, o monóxido de carbono, o chumbo e o cianeto de hidrogénio, todos eles com efeitos nefastos no desenvolvimento e crescimento do bebé. A placenta constitui a interface entre a mãe e o bebé, sendo através dela que recebe todos os nutrientes e oxigénio que precisa para o seu desenvolvimento. O uso de tabaco durante a gravidez provoca alterações na placenta levando à diminuição da oxigenação do bebé e da eliminação de substâncias tóxicas. Fumar durante a gravidez associa-se a:- Aumento do risco de parto pré-termo (antes das 37 semanas),
- Restrição do crescimento fetal,
- Baixo peso ao nascer (< 2500g),
- Rotura prematura de membranas,
- Malformações congénitas nomeadamente da face/boca (lábio leporino associado, ou não, a fenda palatina), entre outros.
- Aumento do risco da ocorrência de síndrome de morte súbita do lactente,
- Desenvolvimento de doenças pulmonares como a asma,
- Aumento da frequência de infeções respiratórias,
- Otites,
- Problemas de sono no bebé/criança,
- Probabilidade de a criança vir a fumar na idade adulta, entre outros.
Bibliografia:
• Normas de Orientação Clínica. Cessação Tabágica na Gravidez. Direção Geral de Saúde; 2015. Disponível em http://nocs.pt/wp-content/uploads/2018/01/Manual-Cessação-Tabágica-Gravidez.pdf (Consultado em agosto 2022). • CDC: Pregnant? Don´t Smoke!, Agosto 2022. • American college of Obstetricians and Gynecologists. FAQS: Tobacco, Alcohol, Drugs, and Pregnancy, Agosto 2022. • Rodriguez, D., (2022). Cigarette and tobacco products in pregnancy: Impact on pregnancy and the neonate. In K. Eckler (Ed), UpToDate.
SUPLEMENTAÇÃO NA GRAVIDEZ
Na gravidez existe um aumento das necessidades de alguns nutrientes importantes, tanto para a mãe como para o desenvolvimento do bebé. Existem três suplementos essenciais durante a gravidez: O ácido fólico, o iodo e o ferro.ÁCIDO FÓLICO
• É uma vitamina do complexo B também conhecida como vitamina B9. Existe em alguns alimentos, como vegetais de folha verde escura (espinafres, brócolos, couve, etc.), fígado fruta, frutos secos, leguminosas, ovos e marisco. • O ácido fólico é importante para a formação do tubo neural (vai dar origem ao sistema nervoso central fetal). Assim, a toma desta vitamina é importante para prevenir malformações neurológicas no recém-nascido. • A dose recomendada durante a gravidez é de 400 µg/ dia, no entanto pode ser necessária uma dose superior pelo que deve sempre consultar o seu médico. • Na consulta pré-concecional está recomendado o início da suplementação com ácido fólico, devendo este ser mantido até ao final do 1º trimestre da gravidez.IODO (Iodeto de potássio)
• O iodo é um oligoelemento obtido através da alimentação, nomeadamente peixe, marisco, sal iodado, lacticínios e ovos. • Este oligoelemento é essencial na tiroide para a síntese das hormonas produzidas por esta glândula. É importante no desenvolvimento e maturação do sistema nervoso central fetal. O défice de iodo está associado, entre outros, a um inadequado desenvolvimento cognitivo e /ou comportamental. • Na gravidez as necessidades estão aumentadas, pelo que está recomendada a suplementação com iodeto de potássio 150-200 µg/ dia, na ausência de contraindicação, pelo que o médico deve ser sempre consultado antes de iniciar a sua toma. • Está recomendada a complementação antes de engravidar, durante toda a gravidez e enquanto estiver a amamentar de forma exclusiva.FERRO
• O ferro é um oligoelemento importante para as células sanguíneas responsáveis pelo transporte de oxigénio no sangue. • Durante a gravidez existe um aumento das necessidades de ferro. O seu défice está associado ao desenvolvimento de anemia durante a gravidez podendo causar, cansaço, fraqueza, intolerância ao exercício, entre outros. • Está recomendada uma dose de 30-60 mg/dia de ferro elementar até ao final da gravidez. Esta dose deve ser avaliada individualmente e deve ser ajustada consoante os valores analíticos, pelo que deve sempre consultar um médico.Descomplicar a gravidez é um projeto do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) que tem por objetivo eliminar mitos e esclarecer dúvidas da população acerca da gravidez.
Fabiana Castro, António Pinho e Maria Liz Coelho, Médicos Internos de Formação Específica de Ginecologia e Obstetrícia, são os responsáveis pelo desenvolvimento deste projeto, sob orientação de Médicos Especialistas.
________ Bibliografia: 1. DGS. Programa Nacional para a Vigila ncia da Gravidez de Baixo Risco. Direça o Geral de Saú de. 2016. 2. DGS. Orientaça o Clí nica nº 011/2013 de 26 de Agosto : Aporte de Iodo em múlheres na preconceça o, gravidez e aleitamento. Direça o Geral de Saú de. 2013 3. WHO. Gúideline: Daily iron and folic acid súpplementation in pregnant women. World Health Organization. 2012.
VACINAÇÃO NA GRAVIDEZ
A gravidez constitui um período da vida da mulher em que esta apresenta uma maior susceptibilidade a infeções por agentes víricos e outros patogéneos. A vacinação na gravidez constitui uma oportunidade de prevenção de doenças em mulheres grávidas, mas também dos recém-nascidos pela passagem de anticorpos através da placenta. Idealmente, todas as vacinas devem ser dadas antes da gravidez, mas a administração destas durante a gestação pode estar indicada em algumas situações. De uma forma geral, as vacinas com fragmentos de microrganismos, toxoides ou imunoglobulinas são seguras na gravidez. As vacinas com vírus ou bactérias vivos estão contra-indicadas.Quais as vacinas aconselhadas na gravidez?
- Vacina combinada contra a tosse convulsa, tétano e difteria (Tdpa)
- Vacina contra a gripe sazonal
Descomplicar a gravidez é um projeto do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) que tem por objetivo eliminar mitos e esclarecer dúvidas da população acerca da gravidez.
Fabiana Castro, António Pinho e Maria Liz Coelho, Médicos Internos de Formação Específica de Ginecologia e Obstetrícia, são os responsáveis pelo desenvolvimento deste projeto, sob orientação de Médicos Especialistas.
_________ Bibliografia: 1. Mariana Vide TAVARES et al, Vacinas e gravidez, Acta Med Port. 2011; 24(S4):1063-1068 2. DGS. Norma nº 016/2020 de 25/09/2020. Vacinação contra a gripe. Época 2020/2021. 3. DGS. Orientação nº 002/2016 de 15/07/2016 atualizada a 08/08/2016. Vacinação da grávida contra a tosse convulsa
MOVIMENTOS FETAIS
A perceção materna dos movimentos fetais inicia-se no 2.º trimestre da gravidez e é habitual ocorrer mais tardiamente na primeira gravidez (18-21 semanas) do que nas seguintes (16-18 semanas). O padrão de movimento do bebé é único e é importante identificar e reconhecer o padrão específico do seu bebé. Frequentemente, o final do dia e o início da noite correspondem a períodos de maior atividade. A atividade fetal global aumenta progressivamente até às 28 semanas de gestação e depois mantém-se estável até ao termo. É importante ter em conta que à medida que o seu bebé vai ficando mais maduro, vai-se acentuando o seu ritmo circadiano: dorme durante mais tempo. Durante o sono profundo do bebé há uma menor perceção dos seus movimentos. Estes períodos de sono fetal podem durar 20-40 minutos. A diminuição dos movimentos fetais é uma causa comum de preocupação e que motiva frequentemente a observação médica no Serviço de Urgência de Obstetrícia. Por vezes, existem algumas condições (da mãe ou do feto) que podem dificultar a perceção dos movimentos fetais, tais como:- Primeira gravidez
- Excesso de peso
- Tabagismo
- Jejum prolongado
- Atividade e posição maternas
- Toma de sedativos (calmantes, álcool)
- Ansiedade ou stress materno
- Posição da placenta (anterior)
- Posição das costas do bebé
- Quantidade de líquido amniótico
Descomplicar a gravidez é um projeto do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) que tem por objetivo eliminar mitos e esclarecer dúvidas da população acerca da gravidez.
Fabiana Castro, António Pinho e Maria Liz Coelho, Médicos Internos de Formação Específica de Ginecologia e Obstetrícia, são os responsáveis pelo desenvolvimento deste projeto, sob orientação de Médicos Especialistas.
_________ Bibliografia: 1. Royal College of Obstetricians and Gynaecologists. (2011). “Reduced Fetal Movements. Green-top Guideline No. 57”. 2. Hosp. Universitari Clínic Barcelona y Hosp.Sant Joan de Déu. (2010). “Protocolo: Disminución de los movimentos fetales”. 3. National Institute for Health and Clinical Excellence Royal Berkshire. (2016). “Maternity Guidelines - Reduced Fetal Movements (GL903)”. 4. Hofmeyr GJ et al. - Cochrane Database Syst Rev (2014). “Management of reported decreased fetal movements for improving pregnancy outcomes”. 5. Mangesi L. et al. - Cochrane Database Syst Rev. (2007). “Fetal movement counting for assessment of fetal wellbeing”.
EXERCÍCIO FÍSICO NA GRAVIDEZ
Regra geral, o exercício físico na gravidez está recomendado! A atividade física na gravidez está associada a múltiplos benefícios, quer para a futura mãe quer para o bebé, não se associando a maior probabilidade de aborto, baixo peso ao nascimento ou parto prematuro. Entre os benefícios encontram-se aumento de peso controlado (ainda mais importante para grávidas com excesso de peso), redução da dor lombar, menor risco de hipertensão/diabetes gestacional e de parto pré-termo (antes das 37 semanas), maior probabilidade de parto vaginal, melhor recuperação pós-parto, melhoria do humor/sono e menor risco de depressão/ansiedade. A adequação da intensidade/tipo de exercício devem variar em função da mulher e da sua prática desportiva prévia, bem como de fatores decorrentes da gestação. Na ausência de contraindicações pelo seu médico, exercícios como caminhada, bicicleta estática, dança, natação, hidroginástica, yoga ou pilates e de condicionamento da força estão aconselhados. Idealmente, a grávida deve permanecer ativa pelo menos 150 minutos por semana: por exemplo, 5 dias por semana durante 30 minutos. Em grávidas previamente habituadas a exercícios de intensidade elevada ou atletas, o conforto e a tolerância devem ditar a adaptação ao exercício nesta fase e não existe conhecimento sobre um limite máximo de exercício seguro devendo ter um acompanhamento adequado. Para além da complementação com uma alimentação adequada, regras de ouro durante o exercício incluem hidratação frequente, evitar sobreaquecimento/ambientes demasiado húmidos ou pouco arejados, evitar mudanças rápidas de direção/postura ou permanecer deitada de barriga para cima durante muito tempo e evitar exercícios com elevado risco de queda/trauma. Se exercícios com duração superior a 45 minutos, é ainda mais importante assegurar aporte calórico adequado, além da hidratação, através de alimentos ou bebidas adequadas. O exercício deve ser interrompido se intolerância, dor, falta de ar, hemorragia, cefaleia, tonturas, fadiga, movimentos fetais diminuídos ou contractilidade. Potenciais contraindicações à prática de exercício físico na gravidez são doenças pré-existentes como doença cardiovascular (por exemplo, hipertensão), asma ou diabetes mal controladas, alguns problemas osteoarticulares ou condições associadas à gravidez como hemorragia persistente, placenta prévia, anemia grave, pré-eclâmpsia, hipertensão gestacional ou indicadores de risco para parto pré-termo. O exercício físico é seguro e tem muitas vantagens para a grávida, devendo ser discutido com o seu médico e ainda com o profissional da prática desportiva que a acompanhará.Descomplicar a gravidez é um projeto do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) que tem por objetivo eliminar mitos e esclarecer dúvidas da população acerca da gravidez.
Fabiana Castro, António Pinho e Maria Liz Coelho, Médicos Internos de Formação Específica de Ginecologia e Obstetrícia, são os responsáveis pelo desenvolvimento deste projeto, sob orientação de Médicos Especialistas.
_________ Bibliografia: 1. Physical Activity and Exercise During Pregnancy and the Postpartum Period: ACOG Committee Opinion, Number 804. Obstet Gynecol. 2020 Apr;135(4):e178-e188. doi: 10.1097/AOG.0000000000003772. PMID: 32217980. 2. FAQs - Exercise During Pregnancy (última revisão julho 2019) – disponivel em https://www.acog.org/womens-health/faqs/exercise-during-pregnancy. 3. Royal Australian and New Zealand College of Obstetricians and Gynaecologists. Exercise during pregnancy (C-Obs 62), 2020 – disponível em https://ranzcog.edu.au/RANZCOG_SITE/media/RANZCOG-MEDIA/Women%27s%20Health/Statement%20and%20guidelines/Clinical-Obstetrics/Exercise-during-pregnancy-(C-Obs-62).pdf?ext=.pdf.
NÁUSEAS E VÓMITOS NA GRAVIDEZ
As náuseas (enjoos) e os vómitos são sintomas bastante comuns na gravidez, afetando até 80% das grávidas. Embora a sua causa ainda não seja bem compreendida, parecem ao estímulo hormonal na gravidez, adaptação evolutiva e predisposição psicológica. Geralmente estes sintomas surgem numa fase precoce da gestação, antes da 9ª semana, e tendem a melhorar após a 14ª semana, embora em algumas mulheres possa prolongar-se até ao termo da gravidez. As grávidas podem ter vários episódios de náuseas e vómitos durante o dia (frequentemente 1 a 2 vezes/dia). Apenas uma pequena percentagem pode desenvolver uma forma mais severa de náuseas e vómitos que se associa a desidratação e perda de peso (hiperémese gravídica). Esta situação, apesar de autolimitada, pode requerer a hospitalização transitória da grávida, para estabilização do quadro clínico.Os vómitos são prejudiciais para o bebé?
Não. As náuseas e os vómitos geralmente não são prejudiciais para o bebé, mas podem afetar muito a qualidade de vida da mãe, nomeadamente a sua capacidade de trabalho.O que posso fazer para melhorar os sintomas?
- Reforçar a hidratação: beber 8-12 copos de água por dia, mesmo quando não tem sede.
- Fazer refeições leves e fracionadas: comer em pequena quantidade, várias vezes ao dia.
- Evitar alimentos ricos em gordura (difíceis de digerir). Preferir alimentos como arroz, banana, tostas e chá (costumam ser bem tolerados).
- Evitar comidas condimentadas e odores intensos que previamente tenham desencadeado náuseas ou vómitos.
- Tomar as vitaminas da gravidez.
Existe medicação segura para as náuseas e vómitos na gravidez?
Sim. Quando as alterações na dieta e do estilo de vida não são suficientes para controlar os sintomas deverá recorrer ao seu médico assistente para este avaliar a necessidade de iniciar medicação. Vários medicamentos têm demonstrado a sua segurança na gravidez como, como por exemplo:- Doxilamina + Dicloverina + Piridoxina (Nausefe®).
- Metoclopramida (Primperam®).
- Suplementos de Gengibre.
Descomplicar a gravidez é um projeto do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) que tem por objetivo eliminar mitos e esclarecer dúvidas da população acerca da gravidez.
Fabiana Castro, António Pinho e Maria Liz Coelho, Médicos Internos de Formação Específica de Ginecologia e Obstetrícia, são os responsáveis pelo desenvolvimento deste projeto, sob orientação de Médicos Especialistas.
Bibliografia: 1. Morning Sickness: Nausea and Vomiting of Pregnancy; American College of Obstetricians and Gynecologists. 2020. 2. Pregnancy sickness (nausea and vomiting of pregnancy and hyperemesis gravidarum). Royal College of Obstetricians and Gynaecologists; 2016.
CUIDADOS MAMÁRIOS NO PÓS-PARTO
Os benefícios do leite materno e da amamentação são hoje amplamente conhecidos, tanto para o recém-nascido como para a mulher. No entanto, a amamentação pode representar um momento de ansiedade e dor para a mãe, sendo essencial a prevenção de desconforto e potenciais complicações associadas, de forma a evitar o seu abandono. Para tal, é essencial seguir algumas rotinas:- Posicionar corretamente o recém-nascido na mama de modo a prevenir a maceração do mamilo. De notar que, nas primeiras mamadas o mamilo encontra-se normalmente mais sensível podendo causar desconforto, independentemente da posição do bebé. Este desconforto é expectável diminuir até ao final da primeira semana do pós-parto.
- Evitar intervalos longos entre mamadas ou esvaziamento incompleto da mama, uma vez que a acumulação de leite pode deixar a mama endurecida, vermelha e quente - ingurgitamento mamário. Este pode ser evitado seguindo uma agenda de mamadas regulares ou, sempre que esta não é possível, efetuando extração manual ou com recurso a uma bomba de extração.
- A higiene da mama deve ser realizada uma vez por dia, durante a restante higiene corporal.
- As mamas e os mamilos devem ser mantidos secos, e deixados secar ao ar, sempre que possível. Deve ainda usar um soutien confortável e adequado à amamentação.
- O próprio leite pode ser usado para massajar os mamilos/aréola, antes e após a mamada, proporcionando assim a sua hidratação.
- Algumas mulheres referem alívio dos sintomas recorrendo ao uso de compressas mornas antes das mamadas, para facilitar a saída do leite, e de compressas frias após a mamada, para prevenir o desconforto.
- Se necessário, pode ainda recorrer ao uso de analgésicos, como o paracetamol, para o alívio da dor.
- Febre associada a uma região da mama mais endurecida e avermelhada;
- Um nódulo mamário que não diminui com o esvaziamento da mama;
- Saída de sangue pelo mamilo;
- Dor que se mantém durante toda a mamada.
Descomplicar a gravidez é um projeto do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) que tem por objetivo eliminar mitos e esclarecer dúvidas da população acerca da gravidez.
Fabiana Castro, António Pinho e Maria Liz Coelho, Médicos Internos de Formação Específica de Ginecologia e Obstetrícia, são os responsáveis pelo desenvolvimento deste projeto, sob orientação de Médicos Especialistas.
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Bibliografia
1. Breastfeeding Handbook for Physicians. 2nd Edition. Edited by Richard J. Schanler, Nancy F. Krebs, and Sharon B. Mass, 2013. 2. Landon MB, Galan HL, Jauniaux E, Driscoll DA, Berghella V, Grobman WA, et al. Gabbe's Obstetrics: Normal & Problem Pregnancies. 8th Edition. ed. Amsterdam: Elsevier; 2021. p. 475-502. 3. Spencer J. Common problems of breastfeeding and weaning. In: UpToDate, Post TW (Ed), UpToDate, Waltham, MA. (Accessed on January 20, 2021.) 4. Spencer J. Patient education: Common breastfeeding problems (Beyond the Basics). In: UpToDate, Post TW (Ed), UpToDate, Waltham, MA. (Accessed on January 20, 2021.)
AUMENTO DE PESO NA GRAVIDEZ
O aumento de peso na gravidez é muito variável. A maioria das grávidas aumenta entre 10 a 12.5kg, sendo que este aumento ocorre maioritariamente após as 20 semanas de gestação. Um aumento de peso inferior ao desejado acarreta um maior risco de abortamento, prematuridade e baixo peso ao nascimento. Um aumento excessivo de peso acarreta maior risco de trombose, diabetes na gravidez, hipertensão e pré-eclâmpsia. Associa-se, ainda, a maior probabilidade de abortamento, malformações no feto e bebés com excesso de peso ao nascimento e com maior risco de diabetes e obesidade ao longo da vida. Por outro lado, procedimentos como a realização de ecografias, monitorização do feto e analgesia epidural são dificultados.Então, qual o aumento de peso desejado na gravidez?
A resposta a esta questão depende de muitos fatores, sendo um dos mais importantes o Índice de Massa Corporal [IMC = peso em Kg / (altura em m)2] prévio à gravidez. Regra geral:- Uma grávida com baixo peso (IMC < 18.5Kg/m2) deverá aumentar 12.5 a 18kg.
- Uma grávida com peso normal (IMC entre 18.5Kg/m2 e 24.9Kg/m2) deverá aumentar 11.5 a 16kg.
- Uma grávida com excesso de peso (IMC entre 25Kg/m2 e 29.9Kg/m2) deverá aumentar 7 a 11.5kg.
- Uma grávida com obesidade (IMC ≥ 30Kg/m2) deverá aumentar 5 a 9kg.
E o que posso fazer para ter um aumento de peso adequado na gravidez?
No início da gestação, a grávida deverá estabelecer com o seu médico qual o aumento de peso desejado. A sua dieta deverá ser diversificada e equilibrada, incluindo frutas, vegetais e fibras, com baixa ingestão de gordura e de alimentos com açúcar adicionado. Para além disso, a grávida deve manter-se ativa e praticar exercício físico regularmente*.* Para mais informações sobre exercício físico na gravidez clique aqui para consultar o Descomplicar a Gravidez sobre Exercício Físico na Gravidez.
Descomplicar a gravidez é um projeto do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) que tem por objetivo eliminar mitos e esclarecer dúvidas da população acerca da gravidez.
Fabiana Castro, António Pinho e Maria Liz Coelho, Médicos Internos de Formação Específica de Ginecologia e Obstetrícia, são os responsáveis pelo desenvolvimento deste projeto, sob orientação de Médicos Especialistas.
_________ Bibliografia: 1.The Royal Australian and New Zealand College of Obstetricians and Gynaecologists.Why your Weight Matters During Pregnancy, 2017 - disponível em https://ranzcog.edu.au/womens-health/patient-information-resources/why-your-weight-matters. 2.Centers for Disease Control and Prevention. Weight Gain During Pregnancy, 2020 – disponível em https://www.cdc.gov/reproductivehealth/maternalinfanthealth/pregnancy-weight-gain.htm. 3. Rasmussen KM, Catalano PM, Yaktine AL. New guidelines for weight gain during pregnancy: what obstetrician/gynecologists should know. Curr Opin Obstet Gynecol. 2009.
O QUE É MAIS COMUM SENTIR AO LONGO DA GRAVIDEZ?
A gravidez é um estado associado a muitas alterações hormonais, físicas e psicológicas. Estas alterações são diferentes ao longos dos três trimestres da gravidez. É importante salientar que cada mulher poderá ter sensações muito diferentes ao longo da gravidez, e mesmo entre as suas próprias gravidezes.Quais são os sintomas/mudanças que poderá sentir em cada trimestre?
1.º Trimestre (até as 13 semanas + 6 dias)
- Sentir aumento do volume e tensão mamária
- Mamilos mais salientes
- Vontade de urinar com maior frequência
- Sentir-se mais cansada
- Sentir náuseas ou vómitos
- Aumento ou perda de apetite
- Sentir-se mais frequentemente com azia ou indigestão
- Sentir inchaço abdominal
- Obstipação
- Aumentar ou perder peso
2.º Trimestre (entre as 14 semanas e as 27 semanas + 6 dias)
- Aumento de apetite
- Melhoria das náuseas e do cansaço
- Mamilos e aréolas podem escurecer
- Podem aparecer estrias abominais
- Podem aparecer manchas castanhas na pele da face
- Os pés e os tornozelos podem inchar
- Começam a sentir-se os movimentos do bebé *
3.º Trimestre (a partir das 28 semanas até ao final da gravidez)
- Sentem-se movimentos mais fortes do bebé
- Pode sentir-se uma ligeira sensação de falta de ar
- Necessidade de urinar com maior frequência
- Pode sair um líquido aguado, amarelado pelos mamilos (colostro)
- O umbigo pode ficar mais saliente
- Podem sentir-se contrações (aperto e dor abdominal) esporádicas
Descomplicar a gravidez é um projeto do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) que tem por objetivo eliminar mitos e esclarecer dúvidas da população acerca da gravidez.
Fabiana Castro, António Pinho e Maria Liz Coelho, Médicos Internos de Formação Específica de Ginecologia e Obstetrícia, são os responsáveis pelo desenvolvimento deste projeto, sob orientação de Médicos Especialistas.
_________ Bibliografia: 1. American College of Obstetricians and Gynecologists: Changes During Pregnancy; Womens-health.2020
ANÁLISES DA GRAVIDEZ
Existem vários exames de rotina considerados essenciais no seguimento de uma gravidez normal. A realização de análises durante a gravidez é essencial para o rastreio, prevenção e tratamento de diversas patologias que podem afetar e colocar em risco a saúde da grávida e/ou do feto em desenvolvimento. As análises da gravidez são realizadas em, pelo menos, 3 momentos distintos:- No 1º trimestre da gravidez: entre as 11 e as 13 semanas;
- No 2º trimestre da gravidez: entre as 18 e as 20 semanas (rubéola) e as 24 e 28 semanas (restantes);
- No 3º trimestre da gravidez: entre as 32 e as 34 semanas.
- É avaliada a presença de anemia em todos os trimestres, através da análise da hemogloblina.
- A diabetes gestacional é rastreada em 2 momentos distintos:
- No 1º trimestre através da avaliação da glicemia (glicose no sangue) em jejum;
- No 2º trimestre (se o primeiro rastreio for normal) através da prova de tolerância oral à glicose, em que é avaliada a glicemia em jejum e após a grávida ingerir uma solução com 75g de glicose.
- É avaliada a imunização para as infeções por toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus.
- Realiza-se o rastreio de outras infeções, tais como as causadas pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) ou pelo vírus da hepatite B e é avaliada a presença de sífilis.
Descomplicar a gravidez é um projeto do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) que tem por objetivo eliminar mitos e esclarecer dúvidas da população acerca da gravidez.
Fabiana Castro, António Pinho e Maria Liz Coelho, Médicos Internos de Formação Específica de Ginecologia e Obstetrícia, são os responsáveis pelo desenvolvimento deste projeto, sob orientação de Médicos Especialistas.
_________ Bibliografia: 1. Norma da Direção Geral de Saúde nº 37/2011, atualizada em 20/12/2013: Exames laboratoriais na Gravidez de Baixo Risco. 2. DGS. “Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco” disponibilizado a 16 de Setembro de 2016. 3. NHS – National Institute for Health and Clinical Excellence. Antenatal care. NICE Clinical Guideline 62 (2008). 4. Lockwood C., Magriples U. (2018). “Prenatal care: Initial assessment”. Disponível em UpToDate database.
TOXOPLASMOSE NA GRAVIDEZ
A toxoplasmose é uma infeção causada por um protozoário, o Toxoplasma gondii. Esta infeção é geralmente assintomática (sem sintomas), mas algumas grávidas podem apresentar sintomas ligeiros como febre, dor de cabeça e dores no corpo. A transmissão da mãe para o bebé dá-se quando a infeção é adquirida pela primeira vez durante a gravidez.O que pode acontecer ao meu bebé?
Esta infeção pode causar algumas alterações no desenvolvimento do sistema nervoso e ocular do bebé.Como se apanha a infeção?
Essencialmente pela ingestão de carne crua ou mal cozinhada, ingestão de frutos e vegetais mal lavados.Como é feito o rastreio?
Através da pesquisa de anticorpos (IgG e IGM) no sangue materno contra o toxoplasma. O rastreio da toxoplasmose em Portugal está indicado em todas as mulheres que pretendam engravidar. Nas grávidas não imunes - ou seja, nas que nunca tiveram a infeção - deverá ser repetido o rastreio a cada trimestre da gravidez. As grávidas imunes não precisam de repetir o rastreio.Há tratamento?
Sim. Estão atualmente disponíveis tratamentos para diminuir a transmissão da mãe para o bebé e para diminuir as eventuais suas consequências da infeção no bebé.Não sou imune à toxoplasmose, que cuidados devo ter na gravidez?
- Cozinhar bem a carne (≥66ºC);
- Evitar levar as mãos aos olhos ou à boca quando se prepara a carne crua.
- Evitar carne fumada ou curada (pode estar contaminada);
- Utensílios de cozinha que estiveram em contacto com carne crua devem ser bem lavados;
- Evitar o contacto com materiais (ex. liteiras) contaminados com fezes de gato;
- Evitar atividades de jardinagem ou utilizar luvas;
- Lavar rigorosamente as frutas e os vegetais antes de consumir.
_________ Bibliografia:
1. ACOG. P ractice bullet in. Acog. Cytomegalovirus, Parvovirus B19,Varicella Zoster, and Toxoplasmosis in Pregnancy. 2016. 2. Universitat de Barcelona. Infecciones Torch y por parvovirus B19 en la gestación. Fetal Med Barcelona. Published online 2018. 3. Figueras F, Palacio CM, Sans MB, et al. Actualización en Medicina Maternofetal. 4ªedición. 2021 4. Khalil A, Sotiriadis A, Chaoui R, et al. ISUOG Practice Guidelines: role of ultrasound in congenital infection. Ultrasound Obstet Gynecol. 2020.
Descomplicar a gravidez é um projeto do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) que tem por objetivo eliminar mitos e esclarecer dúvidas da população acerca da gravidez.
ALTERAÇÕES CUTÂNEAS MAIS FREQUENTES NA GRAVIDEZ
A pele da grávida sofre muitas alterações, que decorrem, sobretudo, de variações do ambiente hormonal, sendo a maioria delas benigna. Destacam-se, de seguida, algumas das alterações mais frequentes:- Aumento da pigmentação cutânea (mais evidente em mulheres com pele mais escura). Pode afetar várias regiões do corpo, como órgãos genitais, aréolas mamárias, axilas e, por vezes, condicionar Melasma (na face - Imagem 1) e/ou Linea Nigra (no abdómen – Imagem 2);
- Estrias (Striae Gravidarum – Imagem 3) que ocorrem predominantemente no abdómen, mas podem, também, afetar outras partes do corpo. Derivam da rutura de fibras elásticas da pele pelo estiramento/crescimento corporal, estando, por vezes, associadas a um aumento de peso excessivo;
- Alterações de pequenos vasos sanguíneos da pele como Aranhas Vasculares (Imagem 4);
- Alterações das glândulas cutâneas como Acne, Miliária (vesículas causadas pela obstrução dos canais das glândulas que produzem suor) ou transpiração excessiva, mais comuns no 3.º trimestre;
- Aumento da queda de cabelo, particularmente nos primeiros meses pós-parto, ocorrendo recuperação espontânea alguns meses depois na maioria dos casos
- Aumento do crescimento das unhas, que se tornam mais pigmentadas, frágeis e quebradiças.

Descomplicar a gravidez é um projeto do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) que tem por objetivo eliminar mitos e esclarecer dúvidas da população acerca da gravidez.
Fabiana Castro, António Pinho e Maria Liz Coelho, Médicos Internos de Formação Específica de Ginecologia e Obstetrícia, são os responsáveis pelo desenvolvimento deste projeto, sob orientação de Médicos Especialistas.
_________ Bibliografia: 1. Maharajan A, Aye C, Ratnavel R, Burova E. Skin eruptions specific to pregnancy: an overview. The Obstetrician & Gynaecologist 2013; DOI: 10.1111/tog.12051. 2. Imagens adaptadas de Wikimedia Commons - Melasmablemish.jpg; Lineanigra2012.jpg; Striae gravidarum.jpg; SpiderAngioma.jpg.
CARDIOTOCOGRAFIA
A Cardiotocografia (CTG) ou “Exame das Cintas”, como é vulgarmente conhecido, é usada para registar o batimento cardíaco do bebé (frequência cardíaca) e as contrações sentidas pela mãe, durante a gravidez e trabalho de parto. Um exame normal deve tranquilizar a mãe e o obstetra. Se forem detetadas alterações, o obstetra analisa e pondera a necessidade de intervir. O exame é realizado sobretudo no final da gravidez, salvo algumas exceções em que pode ser necessário realizar numa fase mais precoce. Com a grávida na posição semi-sentada, de pé, ou deitada de lado, são colocadas duas cintas elásticas à volta do abdómen. Uma das cintas deteta a frequência cardíaca do bebé e a outra a frequência das contrações uterinas. A duração do registo é variável e individualizada. No geral, é realizado durante 20 minutos, mas pode ser interrompido assim que se verificarem os critérios que demonstram o bem-estar do bebé, ou prolongada, se necessário. Importa realçar que este exame é seguro tanto para a grávida como para o bebé._________ Bibliografia:
1. Reis-Carvalho C, Ayres-de-Campos D. Interpretação da cardiotocografia segundo as normas da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia de 2015. In: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia; Urbanetz AA, Luz SH, organizadores. PROAGO Programa de Atualização em Ginecologia e Obstetrícia: Ciclo 15. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2018. p. 105–42. 2. Ayres-de-Campos D, Spong CY, Chandraharan E; FIGO Intrapartum Fetal Monitoring Expert Consensus Panel. FIGO consensus guidelines on intrapartum fetal monitoring: cardiotocography. Int J Gynecol Obstet. 2015 Oct;131(1):13–24. 3. Ayres-de-Campos D, Arulkumaran S; FIGO Intrapartum Fetal Monitoring Expert Consensus Panel. FIGO consensus guidelines on intrapartum fetal monitoring: Introduction. Int J Gynaecol Obstet. 2015 Oct;131(1):3-4. 4. Mendes-da-Graça, L. (2017). Medicina materno-fetal (5ª ed.). Lisboa: Lidel
Descomplicar a gravidez é um projeto do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) que tem por objetivo eliminar mitos e esclarecer dúvidas da população acerca da gravidez.
Descomplicar a gravidez é um projeto do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) que tem por objetivo eliminar mitos e esclarecer dúvidas da população acerca da gravidez.
Fabiana Castro, António Pinho e Maria Liz Coelho, Médicos Internos de Formação Específica de Ginecologia e Obstetrícia, são os responsáveis pelo desenvolvimento deste projeto, sob orientação de Médicos Especialistas.
Poderá consultar nos separadores laterais os seguintes temas:
- POSIÇÃO PARA DORMIR NA GRAVIDEZ
- SUPLEMENTAÇÃO NA GRAVIDEZ
- TABACO, GRAVIDEZ e AMAMENTAÇÃO
- VACINAÇÃO NA GRAVIDEZ
- VIAJAR DURANTE A GRAVIDEZ
- MOVIMENTOS FETAIS
- EXERCÍCIO FÍSICO NA GRAVIDEZ
- NÁUSEAS E VÓMITOS NA GRAVIDEZ
- CUIDADOS MAMÁRIOS NO PÓS-PARTO
- AUMENTO DE PESO NA GRAVIDEZ
- O QUE É MAIS COMUM SENTIR AO LONGO DA GRAVIDEZ?
- ANÁLISES DA GRAVIDEZ
- ALTERAÇÕES CUTÂNEAS MAIS FREQUENTES NA GRAVIDEZ
- TOXOPLASMOSE NA GRAVIDEZ
- CARDIOTOCOGRAFIA
O SONO NA INFÂNCIA
O SONO NA INFÂNCIA – RECOMENDAÇÕES PARA A PROMOÇÃO DE HÁBITOS DE SONO SAUDÁVEIS
O sono é uma função natural que sofre alterações ao longo da vida. Dormir é essencial para o crescimento e desenvolvimento, e para a manutenção do estado de saúde, quer seja ele, físico, mental ou intelectual.
Os períodos de sono e de vigília são impostos pelo nosso relógio biológico, que é influenciado por fatores externos, tal como a luz do dia. Durante o sono há uma diminuição do estado de consciência e da mobilidade, no entanto o nosso corpo mantém-se ativo para restabelecer os vários sistemas, repor energia e assegurar a capacidade de defesa às infeções. Assim, o sono favorece o desenvolvimento de processos de auto-regulação fundamentais para o desenvolvimento emocional da criança e das suas interações sociais futuras.
As principais consequências de défice de sono na infância são: sonolência, humor variável, irritabilidade, diminuição da capacidade de atenção, dificuldade de memória e aprendizagem e comportamento hiperativo ou agressivo.
A duração do sono normal em crianças é variável (mesmo dentro da mesma faixa etária), e as necessidades diárias de sono decrescem ao longo da vida.
Os recém-nascidos passam 70% do seu tempo a dormir e os seus despertares são relacionados com a fome ou desconforto. A partir do primeiro mês de vida, o sono vai-se consolidando em torno do período noturno. O número de despertares noturnos vai reduzindo gradualmente desde esse momento até ao 1º ano de vida.
A sesta é importante para a consolidação da memória e da aprendizagem. Se a criança permanece acordada durante o dia sem comprometer a atenção, humor e atividade, é sinal de que não necessita de sesta.
Entre os 2 e os 5 anos, podem surgir algumas alterações no sono: terrores noturnos, despertar confusional, pesadelos, sonambulismo ou enurese noturna (perdas de urina). A criança pode acordar em diferentes momentos da noite, por vezes assustada, agitada, chorosa, a gritar ou até a andar de forma específica ou repetitiva. É possível que na manhã seguinte não se lembre do que aconteceu. Nestas situações, a criança pode retomar o sono de forma tranquila ou precisará de ajuda para adormecer.
Entre os jovens, o sono pode muitas vezes ser desvalorizado, mas é esperado que estes se apresentem mais sonolentos, principalmente no período da manhã. Isto acontece devido a alterações biológicas, endócrinas e psíquicas que interferem com o ritmo circadiano e consequentemente com o sono nessa fase da vida.
Higiene do Sono
Um bom padrão de sono permite que a criança seja mais saudável.
A “higiene do sono” não é mais do que o estabelecimento de rotinas e estratégias que permitem à criança sentir-se segura, adormecer tranquila e ter qualidade de sono durante o seu crescimento e vida adulta. Ao longo do seu desenvolvimento, as suas necessidades relativamente ao sono vão sofrendo alterações e, por isso, é fundamental adaptar estes hábitos à faixa etária e individualidade de cada criança.
Conselhos de higiene do sono para a criança e adolescente:
1. Manter um horário regular para a criança se deitar e para acordar, que deve ser mantido todos os dias, e não deve variar mais do que uma hora nos fins de semana;
2. Criar uma rotina diária que transmita segurança à criança. Esta rotina deve ser consistente e previsível e pode incluir o banho, o jantar e a ida para o quarto;
3. Cerca de 30 a 60 minutos antes da hora de dormir, a criança deve ser envolvida em atividades calmas e relaxantes, que permitam que desacelere da agitação do seu dia-a-dia. A leitura de uma história e ouvir música calma são exemplos de atividades que pode adotar;
4. O ambiente do quarto deve ser confortável, silencioso, com uma temperatura amena e escuro. Se necessário, pode usar uma luz de presença. A cama deve ser confortável e adaptada à criança;
5. O recurso a objetos eletrónicos como televisão, telemóveis ou tablets tendem a estimular a criança. A luz e o ruído emitido por estes aparelhos causam perturbação do sono, pelo que devem ficar fora do quarto;
6. Para as crianças mais pequenas, deve permitir o uso do objeto preferido da criança – objeto de transição – para que se sinta protegida. Exemplos destes objetos são: a chupeta, um peluche pequeno ou uma fralda de pano;
7. A alimentação também tem um papel muito importante na qualidade do sono. A criança não deve ir dormir com fome nem de “barriga muito cheia” para não perturbar o adormecimento;
8. Não devem ser ingeridas bebidas e alimentos com estimulantes (refrigerantes, chás, café e chocolates) nas horas que antecedem o sono;
9. Deve ser evitada a ingestão de líquidos antes de dormir para evitar várias idas ao WC e consequentes despertares noturnos.
“Não se pode viver sem dormir, assim como não se pode viver sem respirar. A alternância entre a vigília e o sono constitui um ritmo fundamental da espécie humana assumindo particular importância durante a infância” (Sociedade Portuguesa de Pediatria, 2017, pág. 2).
Artigo Elaborado por:
Ana Catarina Fernandes;
Ana Cláudia Barbosa;
Ana Rita Silva;
Cátia Duarte;
Goreti Gomes;
Isabel Gomes;
Raquel Santos
Tânia Leonardo;
Elementos do NESIP – Núcleo de Enfermeiros Especialistas em Saúde Infantil e Pediátrica
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Almeida, C. (2017). Socorro! O meu bebé não dorme. Porto: Porto Editora.
• Associação Portuguesa de Sono; Associação Portuguesa de Pediatria (13 de 10 de 2020). APS. Retirado de: [https://apsono.com/images/higienesono.pdf].
• Departamento Científico de Medicina do sono (2017). Parassonias. Retirado de: [https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/20176c-DocCientifico_-_Parassonias.pdf]
• Direcção Geral de Saúde. (2013). Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil. Retirado de: [https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/programa-tipo-de-atuacao-em-saude-infantil-e-juvenil-png.aspx].
• Direcção Geral de Saúde. (2015). Programa Nacional de Saúde Escolar. Retirado de: [https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/normas-e-circulares-normativas/norma-n-0152015-de-12082015-pdf.aspx].
• Geib, L. T. (2006). Moduladores dos hábitos de sono na infância. Revista Brasileira de Enfermagem, REBEn, pp. 564-568.
• Geib, L. T. (2007). Desenvolvimento dos estados de sono na infância. Revista Brasileira de Enfermagem, REBEn, pp. 323-326.
• Hockenberry, M.; Winkelstein, M.; Wilson, D. (2006). Wong : fundamentos de enfermagem pediátrica (7ª Edição ed.). São Paulo: Mosby.
• Papalia, D.; Olds, S. W.; Feldman, D. R. (2001). O Mundo da Criança. Lisboa: Editora McGraw-Hill de Portugal.
• Paruthi, S.; Brooks, L. J.; D’Ambrosio, C.; Hall, W. A.; Kotagal, S.; Lloyd, R. M.; Malow, B. A.; Maski, K.; Nichols, C.; Quan, S. F.; Rosen, C. L.; Troester, M. M. (2016). Recommended Amount of Sleep for Pediatric Populations: A Consensus Statement of the American Academy of Sleep Medicine. Jornal ofClinicalSleep Medicine, Vol. 12 (6), 785-786. Retirado de: [https://aasm.org/resources/pdf/pediatricsleepdurationconsensus.pdf].
• Salavessa, M.; Vilariça, P. (2009). Problemas de sono em idade pediátrica. Dossier: saúde mental infantil, 584-591.
• Schub, T.; Engelke, Z. (2018). Patient Education: Teaching Adolescents and Children about Sleep Hygiene (Sleep Habits) Techniques. NursingPractice&Skill.
• Sociedade Portuguesa de Pediatria (2017). Recomendações SPS-SPP: Prática da Sesta da criança nas Creches e Infantários, Públicos ou Privados. Retirado de:[http://www.spp.pt/UserFiles/file/Noticias_2017/VERSAO%20PROFISSIONAIS%20DE%20SAUDE_RECOMENDACOES%20SPS-SPP%20SESTA%20NA%20CRIANCA.pdf].
• Weiss, S. K. (2010). Dicas para os pais: prevenção e gestão de problemas de sono. Enciclopédia sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância, 1-7.
A mãe e o bebé, as primeiras semanas
O bebé: as primeiras semanas
Nesta secção, aborda-se vários aspectos como, por exemplo, o conforto e a higiene do bebé nas primeiras semanas. Poderá selecionar os diferentes temas na caixa abaixo.- Conforto
- Higiene
- Massagens
- Leite materno
- Amamentar
- Mamadas
- Leite materno em excesso
- Leites artificiais para bebés
- Preparação da fórmula infantil
- Mamadas de leite artificial
- Esterilização dos biberões e tetinas
- Segurança do bebé
- Segurança no berço
- Segurança a dormir
- Segurança com chupetas
- Segurança com os brinquedos
- Segurança no automóvel
- Teste do pezinho
- Consultas de rotina
- Vacinas
- Nariz entupido
- Bolçar e engasgar
- Choro
- Trânsito Intestinal
- Febre
- O conforto do bebé é essencial para o seu bem-estar e para a sua saúde;
- Nas primeiras de semanas, o bebé precisa de descansar muito e o ambiente em seu redor deve ser tranquilo. Se tiver muitas visitas e muita agitação, pode ficar fatigado e aborrecido;
- Costuma dormir a maior parte do dia, permanecendo acordado apenas durante curtos períodos;
- Nas primeiras semanas, o bebé deve permanecer em casa – deve sair apenas em caso de necessidade, por exemplo ir ao Centro de Saúde ou a uma consulta médica.
- O bebé deve tomar banho, diariamente, ao fim do dia;
- Os produtos usados na sua higiene devem ser adequados, para que não provoquem alergias ou irritações na pele.
Antes de iniciar o banho, deve:
- Aquecer o quarto ou a casa de banho, a 23-24ºC;
- Colocar um tapete antiderrapante no fundo da banheira, para o bebé não escorregar;
- Colocar, junto a si, tudo aquilo que irá ser necessário depois do banho: a toalha, a fralda, as roupinhas, etc.
Para preparar a ÁGUA DO BANHO:
- Deitar na banheira primeiro a água fria e depois a água quente, até ficar morna, a 37ºC;
- Não é preciso encher demasiado a banheira – a altura de água deve ficar pelo nível do umbigo do bebé;
- Confirmar se a água está morna – com um termómetro ou com o pulso;
- A seguir, deitar na água um pouco de gel de banho, que sirva para lavar tanto o corpo como o cabelo do bebé;
- Os banhos devem ser rápidos e não exceder 5 minutos;
- Nunca se deve deixar o bebé sozinho na banheira – é que, em poucos segundos e em meio palmo de água, ele pode afogar-se.
Depois do banho
- Depois do banho, secar o bebé, suavemente sem esfregar, envolvendo-o numa toalha macia, aquecida, agasalhando bem a cabeça, para não arrefecer;
- Depois de seco, deve hidratar-se a pele com um óleo ou creme hidratante e pentear-se o cabelo com uma escova macia;
- Depois colocar a uma fralda limpa e vestir-lhe roupa lavada;
- As roupas do bebé devem ser folgadas, confortáveis e fáceis de vestir e de despir. A roupa interior deve ser macia e sempre de algodão;
- Toda a roupa do bebé deve, depois de lavada, ser passada por água, para retirar todos os resíduos de detergente ou amaciador, que podem irritar a pele.
- As massagens fazem muito bem aos bebés, e devem ser feitas diariamente pelos pais;
- A massagem Shantala é um tipo de massagem que as mães indianas fazem aos seus bebés há mais de mil anos, que passou a ser praticada na Europa, em meados do século XX;
- As massagens shantala reforçam o vínculo afetivo do bebé com a mãe;reforçam a imunidade e as defesas do bebé contra as infecções; fortalecem-lhe os músculos dos braços e das pernas; melhoram o funcionamento do coração, da respiração e da digestão (com menos cólicas e obstipação); e relaxam o bebé, que à noite, irá ter sonos mais longos e mais tranquilos.
Veja aqui como fazer as massagens Shantala.
- O leite materno é o melhor alimento para o bebé;
- É o alimento nutricionalmente mais completo e mais equilibrado para o bebé;
- Saciando a sede como a fome;
- Diminui o risco de surgirem no futuro algumas doenças, como alergias, diabetes e obesidade;
- Proporciona felicidade e bem-estar ao bebé pelo contacto intimo com o corpo da mãe;
- Reforça o vinculo afetivo com a mãe.
- Para a mãe, amamentar é a forma mais prática, mais cómoda e mais económica de alimentar o bebé;
- Favorece a recuperação de peso, que a mãe tinha antes de engravidar;
- Favorece a redução do tamanho do útero e diminui as hemorragias uterinas após o parto;
- Reduz o risco da mãe vir a contrair cancro da mama e dos ovários.
Durante as mamadas, a mãe deve:
- Escolher um local sossegado e estar descontraída e focada no bebé;
- Estar comodamente instalada. As almofadas de amamentação ajudam a mãe a posicionar-se convenientemente durante a mamada, para depois não ficar com dores nas costas;
- O bebé deve ser colocado com a cabeça e o corpo em linha reta, com a barriguinha de frente para a mãe e com a boca bem adaptada, de modo a conseguir agarrar bem o mamilo e a aréola;
- Depois de mamar, o bebé deve ser sempre colocado a arrotar, para expulsar o ar que engoliu durante a mamada.
Leite materno em excesso? Saiba como conservar e descongelar
Se o bebé não conseguir mamar todo leite materno que a mãe produz, pode extrai-lo e conservá-lo para lho oferecer mais tarde.
Para o leite materno conservar todas as suas propriedades e não sofrer contaminações, deve ser extraído da seguinte forma:
- Primeiro, lavar cuidadosamente as mãos antes de extrair do leite;
- Depois extrair o leite manualmente ou com uma bomba de extração.
- O leite extraído deve ser lançado diretamente para um recipiente próprio e esterilizado, que deve ser muito bem fechado, e depois consumido nas 6 horas seguintes.
Conservação do leite extraído
Se for para conservar e dar ao bebé mais tarde, deve deitar-se no biberão apenas a quantidade de leite necessária para uma mamada e colar um rótulo com a data e a hora da extração.
O leite materno conservado deve ser dado ao bebé dentro dos seguintes prazos recomendados:
- Até 48 horas, se for conservado na parte mais fria do frigorífico (entre 0 e 4ºC);
- Até 2 semanas no congelador do frigorífico, se este se encontrar no seu interior;
- Até 3 meses no congelador do frigorífico, se o congelador tiver uma porta independente;
- Até 6 meses, se for conservado em arca frigorífica.
Descongelação do leite conservado
- A descongelação de leite materno deve ser feita lentamente no frigorífico;
- Depois de descongelado, o leite deve ser aquecido em banho-maria ou sob água quente corrente (a 30-40ºC);
- Quando estiver morno, o leite deve ser consumido de imediato.
Os leites artificiais para bebés, também conhecidos como fórmulas infantis, têm uma composição nutricional aproximada da do leite materno.
Em geral, são usadas como suplemento quando o leite da mãe não é suficiente para garantir um bom aumento de peso ao bebé.
Existem muitas marcas de leites artificiais. Por isso, antes de optar por uma delas, peça conselho ao seu médico assistente.
Na preparação da fórmula infantil deve:
- Primeiro, deitar no biberão a quantidade de água fervida necessária;
- Depois, adicionar as medidas adequadas de pó, seguindo sempre a REGRA DE OURO da preparação das fórmulas infantis, que é por cada 30 ml de água adicionar 1 medida rasa de pó;
- A seguir, colocar a tampa no biberão e agitar muito bem até o pó se dissolver completamente.
Depois de ter preparado o leite artificial deve:
- Confirmar se o leite está morno, deitando algumas gotas na mão ou no pulso;
- Dar o leite ao bebé.
No fim da mamada:
- Rejeitar o leite que tenha sobrado no biberão;
- Lavar os biberões e as tetinas com água quente e detergente da louça;
- Retirar os resíduos de leite com um escovilhão apropriado.
Depois de lavados, os biberões e as tetinas devem ser esterilizados.
A esterilização pode ser feita de 2 formas:
- Ou por vapor, em aparelhos apropriados;
- Ou por fervura.
Atenção: os microondas não servem para esterilizar!
Esterilização por fervura
A esterilização por fervura é um método simples e eficaz, que pode ser feito com os utensílios de cozinha.
Para esterilizar por fervura:
- Colocar os biberões, as respectivas tampas e as tetinas dentro de uma panela, suficientemente grande;
- Deitar água na panela até ficarem cobertos;
- Deixar a água ferver durante 5-10 minutos e, ao fim deste tempo, estão esterilizados.
Depois da esterilização
- Depois de esterilizados, coloque tudo a escorrer;
- Quando estiverem secos, tape os biberões com as tampas e guarde-os até voltarem a ser usados.
Depois de sair da Maternidade, a segurança do bebé vai passar a ser uma prioridade para os pais.
Os bebés são extremamente curiosos e imprevisíveis, mas ao mesmo tempo incapazes de se proteger a si próprios.
Por isso, os pais têm sempre que avaliar os riscos que o seu bebé possa correr, tanto dentro de casa como noutros sítios aonde o possam levar.
Vigilância permanente
- Os bebés nunca devem ser deixados sozinhos – pois são imprevisíveis;
- Nunca deixe o bebé sozinho pousado em locais altos, como fraldários, mesas ou camas;
- Nunca deixe o bebé sozinho dentro da banheira com água – bastam 10 cm de altura de água para um bebé se afogar;
- Nunca deixe o bebé sozinho no automóvel – nem que seja só por um minuto;
- Nunca deixe o bebé sozinho no carrinho de bebé, mesmo que esteja preso com os cintos de segurança.
- O berço do bebé deve ser estável, seguro e obedecer às normas de segurança da União Europeia;
- As grades devem ter no mínimo 60 cm de altura;
- A distância entre as grades deve ser inferior a 6 cm;
- O colchão deve ser firme – para o bebé não se afundar -, justo ao berço e protegido com um resguardo impermeável;
- Não deve ter almofadas nem edredões – para o bebé não correr risco de asfixiar.
Está comprovado que dormir deitado de costas é a mais seguro para o bebé porque diminui o risco de ocorrer a síndrome da morte súbita do lactente.
- De preferência, o bebé deve dormir num saco-cama próprio para o efeito;
- Os cobertores e edredões podem tornar-se perigosos – porque o bebé pode deslizar e meter-se debaixo deles e ficar asfixiado;
- A cabeça do bebé não deve ser coberta com panos ou fraldas;
- O bebé deve ser sempre deitado de costas (decúbito dorsal).
As chupetas devem ser inspeccionadas periodicamente para se verificar o seu estado de conservação.
As chupetas que estiverem estragadas ou sem condições devem ser rejeitadas.
Segurança com correntes de chupeta
- As correntes das chupetas não devem ser utilizadas por rotina – apenas quando for indispensável;
- Nunca usar correntes com mais 22 cm de comprimento, devido ao risco de estrangulamento;
- Retirar a corrente quando deitar o bebé para dormir;
- Não colocar fios, fitas ou adornos à volta do pescoço do bebé, pelo risco de estrangulamento.
Os brinquedos do bebé devem cumprir as normas de segurança da União Europeia (verificar no rótulo) e ser apropriados à idade do bebé.
- O bebé deve permanecer sempre na cadeirinha, preso com os cintos de segurança;
- A cadeirinha deve ser sempre fixada ao banco do carro;
- Os lugares de trás são mais seguros para o bebé;
- Por razões de segurança, os bebés devem viajar virados para trás até aos 18 meses os bebés para que, em caso de embate ou travagem brusca, a cabeça do bebé não balance bruscamente para a frente, o que poderia causar-lhe graves lesões na coluna vertebral, ao nível do pescoço.
- O teste do pezinho é o termo pelo qual é conhecido do grande público o Programa Nacional de Diagnóstico Precoce;
- É a primeira “análise” que todos os bebés fazem após o seu nascimento;
- Tem como finalidade diagnosticar 24 doenças metabólicas e o hipotiroidismo congénito;
- Todas estas doenças têm em comum o facto de serem graves e não darem muitos sintomas nas primeiras semanas de vida;
- Se não for feito o seu diagnóstico precoce e se o seu tratamento não for iniciado rapidamente, poderão causar graves consequências como atraso mental, problemas neurológicos, alterações do fígado e mesmo situações de coma;
- O Diagnóstico Precoce deve ser realizado entre o 3ª e 6º dia de vida, no Centro de Saúde.
Nas consultas de rotina:
- O médico examina o bebé e avalia o seu estado de saúde;
- Deteta e trata precocemente doenças que ele possa ter;
- Avalia o peso, o comprimento, o perímetro cefálico e regista-os no Boletim de Saúde Infantil;
- Verifica se está a crescer e a desenvolver-se normalmente;
- Receita vitaminas e outros medicamentos que o bebé possa necessitar;
- Dá conselhos aos pais sobre como resolver os problemas habituais dos bebés, sobre alimentação infantil, prevenção de acidentes, proteção solar, administração de medicamentos, etc.;
- É por tudo isto que as consultas de rotina são indispensáveis;
- A 1ª consulta de rotina deverá ser feita por volta dos 15 dias de vida.
- As vacinas têm como finalidade conferir proteção contra infeções, que podem ser graves ou, mesmo, mortais;
- O Programa Nacional de Vacinação inclui vacinas contra 12 doenças, nomeadamente o tétano, a tosse convulsa, a difteria, o sarampo, a papeira, a rubéola, a hepatite B;
- A maioria das doses de vacinas é administrada durante o 1º ano de vida;
- A 1ª vacina é administrada na Maternidade e confere proteção contra a Hepatite B; todas as outras, irão ser administradas no Centro de Saúde;
- A próxima vacina do bebé será administrada aos 2 meses de vida.
- O bebé precisa de respirar bem pelo nariz para conseguir mamar sem dificuldade e dormir bem;
- Quando o nariz tem secreções, o bebé não as consegue expulsar e tem dificuldade em respirar;
- Nestas situações, devem-se introduzir algumas gotas de soro fisiológico nas narinas e depois retirar-se as secreções com a ajuda de um aspirador nasal;
- A limpeza das narinas com soro fisiológico deve ser feita diariamente.
É normal os bebés bolçarem depois das mamadas e também é costume engasgarem-se enquanto mamam. Quando o bebé se engasga, em geral, é suficiente deitá-lo de lado e esperar que ele fique bem.
Engasgar
Se o bebé se engasgar muito e começar a apresentar sinais de dificuldade em respirar deve começar a fazer-se, de imediato, as Manobras de Desengasgamento:
- Colocar o bebé de bruços sobre um dos antebraços, com a cabeça mais baixa que o corpo;
- Segurar-lhe, com firmeza, o queixo entre polegar e indicador e, com outro dedo, manter-lhe a boca aberta;
- Dar 5 pancadinhas nas costas do bebé, entre as omoplatas, com o “calcanhar” da mão.
Quando o bebé desengasgar e recuperar a respiração, vai começar a chorar e poderá sair algum líquido pela boca ou pelo nariz.
O choro é a forma que o bebé mais vezes usa para chamar a atenção e para interagir com os pais nas primeiras semanas de vida.
Os bebés costumam chorar mais durante os primeiros 3 meses, do em qualquer outra fase da sua vida e podendo chorar durante 2 horas num mesmo dia.
Os bebés choram por diferentes motivos: ou porque querem mimos, ou porque têm fome, ou porque sentem frio, por terem a fralda molhada, etc., etc.
Quando o bebé chorar, deve tentar interromper essa “crise” de choro da seguinte forma:
- Pegar-lhe ao colo;
- Embalá-lo suavemente, a um ritmo constante;
- Meter-lhe a chupeta;
- Cantar-lhe baixinho ao ouvido ou sopre-lhe suavemente no rosto.
- Pensar nas possíveis razões para o choro do bebé.
As razões mais comuns do choro do bebé
- Se enquanto chora, lhe parecer que o bebé está agitado, com a barriga a fazer ruídos, é provável que tenha fome. Experimente dar-lhe de mamar para ver se ele sossega;
- Há bebés que choram sempre que sentem a fralda suja e não param enquanto não forem mudados. Se depois de confirmar que ele não quer mamar, verifique se tem a fralda suja, a precisar de ser mudada;
- Outros bebés gostam de estar embrulhados e agasalhados e choram se não se sentirem quentinhos. Se lhe parecer que está pouco agasalhado, experimente embrulhá-lo num cobertor ou vista-lhe mais alguma roupa;
- Se durante o dia o bebé teve muitas visitas, muitos colinhos ou muito ruído à sua volta, é provável que esteja fatigado e chore por esse motivo. Experimente levá-lo para um quarto silencioso, com pouca luz, sem pessoas a fazer barulho, onde possa sossegar;
- Se depois todas as tentativas, o bebé continua a chorar, o melhor é dar-lhe um banho de água morna. Na água, deite-lhe algumas gotas de óleo relaxante. Durante o banho faça-lhe umas massagens suaves, que de certeza o deixarão mais relaxado e mais sossegado.
O funcionamento dos intestinos dos bebés é muito diferente de todas as outras pessoas.
E isto é devido quer à imaturidade dos seus intestinos, quer ao tipo de alimentação, ou seja, apenas leite.
Os bebés que mamam ao peito costumam fazer várias dejecções de fezes por dia; os que são alimentados com leites artificiais, normalmente fazem apenas 1 ou 2 dejeções por dia.

Fezes normais
A cor das fezes é muito variável, podendo ser amarelas, castanhas ou esverdeadas, ao longo do mesmo dia.
A consistência das fezes é também muito variável, podendo ser semi-líquidas, semelhantes a uma gemada, que é mais comum nos bebés que mamam ao peito; ou de consistência pastosa, moldadas com grumos, mais frequentes nos bebés alimentados com leite artificial.
Por vezes a fezes tornam-se duras, em pequena quantidade e o bebé tem dificuldade em fazer cocó, evacuando apenas 1 x por dia ou dia sim, dia não.
Nestes casos, quando o bebé não consegue fazer cocó com facilidade ou as fezes são duras, deve:
- Colocá-lo o deitado de costas, fazer-lhe massagens na barriga;
- Fazer movimentos de flexão e extensão das pernas sobre o abdómen, para estimular a saída das fezes;
- Se as manobras anteriores não surtirem efeito, estimular a abertura do ânus com a ponta de um cotonete ou de um termómetro, humedecida com óleo de amêndoas doces;
- Se continuar a não ter dejeção e se já não evacuar há mais de 24 horas, então deve administrar-lhe um microclister para bebés.
Qual é a temperatura normal dos bebés?
A temperatura normal dos bebés oscila, ao longo do dia, na casa do 37ºC.
Quando é que existe febre?
Existe febre quando a temperatura rectal é superior a 38ºC. A melhor forma para se saber se o bebé tem febre é avaliar a temperatura retal.
Para avaliar a temperatura retal deve:
- Introduzir-se cuidadosamente a ponta do termómetro, 1 a 2 cm, no rabinho do bebé;
- Mantê-lo nessa posição durante 2-3 minutos ou até alarmar;
- Verificar o valor que é apresentado.
Não é comum os bebés terem febre nas primeiras semanas de vida, mas quando a temperatura sobe e ultrapassa os 38ºC convém verificar:
- Se não estará excessivamente agasalhado;
- Se, por acaso, se encontra num ambiente muito quente.
A febre não dói, mas costuma causar algum desconforto – por isso é conveniente tentar baixar a temperatura do bebé com medidas de arrefecimento natural, que são:
- Manter uma temperatura ambiente fresca, à volta de 20ºC, e o bebé com pouca roupa (apenas a suficiente para não ter frio);
- Colocar compressas de água morna na testa, pescoço, virilhas ou dar um banho com água morna (a 36ºC), durante uns 5 a 10 minutos;
- Oferecer líquidos pouco mornos ou frios (água ou leite), para o bebé ficar mais hidratado e a temperatura descer mais depressa.
Se as medidas anteriores não foram suficientes para baixar a temperatura deve dar-se um medicamento antipirético, por exemplo o paracetamol, em xarope ou supositório.
Se mesmo assim a febre persistir, então o que deve fazer é telefonar para o médico assistente ou para o SNS 24 – 808 24 24 24, disponível durante 24 horas por dia, e pedir conselhos sobre o que mais poderá ainda fazer ao bebé ou onde poderá levá-lo para ser consultado.
Cuidados pós-parto
Após o parto ocorre uma regressão das alterações associadas à gravidez. As primeiras semanas após o nascimento são um período desafiante para a mulher e recém-nascido. Se tiver alguma dúvida ou algum sinal de alarme não hesite em procurar ajuda médica. O que deve esperar após o parto?- Involução uterina - O útero volta ao tamanho normal. É normal sentir dor semelhante a “contrações” uterinas nos primeiros dias após o parto, especialmente durante a amamentação.
- Lóquios - São as perdas vaginais fisiológicas. Nos primeiros cinco dias são sanguinolentos, passando a ser mais acastanhados ao longo do tempo e a partir do décimo dia são mais claros. A quantidade diminui progressivamente até desaparecerem totalmente por volta das 4 a 6 semanas após o parto.
- Mamas - A “subida do leite” ocorre entre 24 a 72 h após o parto e pode ser acompanhada de desconforto significativo. A produção do leite é estimulada pela sucção do bebé durante a amamentação.
- Edema dos membros inferiores – É normal após o parto as pernas “incharem”. Ao longo das primeiras duas a três semanas o edema vai reduzindo até desaparecer totalmente
- Dor vaginal/perineal - Mesmo sem ter pontos ou lacerações vaginais, após um parto vaginal pode ter dor nesta região, associada à passagem do bebé e distensão dos tecidos. Esta dor é transitória tendo uma resolução completa uns dias após o parto.
- Pontos na vagina ou períneo - Os pontos são absorvidos geralmente entre oito a 10 dias após o parto. Deve manter uma boa higiene local, manter a zona o mais seca possível e mudar o penso higiénico com frequência. A aplicação de gelo local bem como a toma de analgésicos conforme indicação médica podem ser benéficas no alívio da dor.
- Hemorróidas - São veias dilatadas na região do ânus e reto que podem inflamar, causar dor e/ou sangramento. A maior parte resolve espontaneamente algumas semanas após o parto. Deve ingerir água e alimentos ricos em fibras. Os banhos com água morna podem ajudar, bem como a aplicação/toma de alguns medicamentos aconselhados pelo seu médico.
- Alívio da dor - Se tiver dor a nível vaginal/perineal, abdominal, dor de cabeça ou noutro local pode tomar paracetamol 1000 mg de oito em oito horas ou ibuprofeno 400 mg de oito em oito horas consoante a necessidade. Se não existir melhoria ou resolução da dor consulte o seu médico.
- Retomar da atividade sexual - Não existe uma recomendação exata. Cada mulher recupera de maneira diferente após o parto. De uma forma geral, é aconselhável aguardar pelo final do primeiro mês ou até à consulta de revisão pós-parto, de forma a assegurar uma correta cicatrização dos tecidos.
- Contraceção - Inicia-se geralmente no primeiro mês após o parto. Existem várias opções disponíveis nesta fase pelo que é importante discutir a opção mais adequada com o seu médico.
- É natural que exista um período de adaptação da mãe e do bebé.
- Deve amamentar em horário livre. Se existirem dificuldades por má adaptação do recém-nascido à mama pode utilizar mamilo de silicone.
- Não deve dar tetinas ou chupetas até que a amamentação esteja bem estabelecida.
- A higiene da mama deve ser feita durante o banho diário e não antes da mamada.
- No final da amamentação, aproveitar um pouco de colostro/leite e espalhar no mamilo e aréola, deixando secar ao ar. Na presença de fissuras mamilares e ineficácia destas medidas pode aplicar lanolina tópica após amamentar.
- Em caso de ingurgitamento mamário com dor/ desconforto associado pode aplicar compressas quentes ou chuveiro com água morna e massajar suavemente. Colocar o recém-nascido a mamar na mama mais cheia. Se continuar congestionada após amamentar deve esvaziá-la até se sentir bem.
- Após amamentar pode aplicar compressas frias ou gelo e tomar analgésicos, se necessário.
- Agendar consulta de puerpério, quatro a seis semanas após o parto nos Cuidados de Saúde Primários/Médico Assistente.
- Febre superior a 38 º C.
- Cicatriz da cesariana ou da episiorrafia com vermelhidão, saída de pus, inchaço ou cheiro desagradável.
- Dor moderada/intensa que não cede à analgesia.
- Hemorragia vaginal abundante, com perda de coágulos ou cheiro fétido.
- Região mamária muito dolorosa, vermelha, inchada e quente.
- Aparecimento recente de ardor ao urinar ou vontade de urinar muito frequentemente.
- Dor ou assimetria das pernas (uma perna mais inchada do que a outra ou com coloração diferente).
- Falta de ar súbita ou dor no peito.
- Cansaço extremo associado a pequenos esforços e palidez da pele.

Puerpério: o que a mãe deve saber
O puerpério é o período pós-parto em que há a regressão das alterações físicas e psíquicas que ocorreram durante a gravidez. É normal sentir cansaço, irritabilidade e privação do sono. Aproveite para descansar quando o bebé está a dormir. Lóquios: corrimento libertado pelo útero após o parto durante 4 a 6 semanas. Perdas de urina: são comuns durante três meses após o parto. Para minimizar estas perdas, deve fazer os exercícios Kegel (contrair e descontrair os músculos do períneo). A episiorrafia (corte no períneo) deve ser mantida o mais impa e seca possível. Aplicar gelo devidamente protegido durante alguns minutos, várias vezes ao dia. A ferida cirúrgica abdominal está coberta com penso impermeável, o que permite a sua higiene corporal diária. Antes de retirar os pontos/agrafos evite esforços; depois de os retirar, deve manter a ferida limpa e seca e massajar com creme cicatrizante. Enquanto amamentar deve usar um soutien adequado e manter mamilos secos; no fim das mamadas, colocar colostro/leite nos mamilos no final das mamadas e deixar secar; se necessário, utilizar arejadores de mamilos; é normal sentir dores abdominais (por contrações uterinas) durante as mamadas.Sinais de alarme durante o puerpério
Deve consultar o médico em caso de febre, aumento da hemorragia vaginal, corrimento vaginal com cheiro fétido, desconforto ao urinar, dor intensa nas mamas, na episiorrafia ou na ferida cirúrgica abdominal; penso da ferida sujo; início súbito de dor e inchaço nas pernas ou falta de ar. A consulta de revisão do puerpério deve ser feita 4 a 6 semanas após o parto.- Puerpério
- Útero
- Mamas
- Mamilos
- Abdómen
- Sistema urinário
- Exercício físico
- Menstruação
- Complicações
- Sinais de alarme
- Comunicação
- Condicionantes
- Relações sexuais
- Outras formas
- Engravidar
- Amamentação
- Contraceção hormonal
- Outros métodos
- Mitos e factos - 1
- Mitos e factos - 2
- Mitos e factos - 3
- Mitos e factos - 4
O puerpério é o período de recuperação física e psicológica da mãe, que se inicia imediatamente após o parto e se prolonga durante 6 semanas (em média 42 dias).
O corpo da mulher vai passar por grandes alterações físicas e emocionais para retornar ao estado pré-gravidez.
As principais modificações do aspeto e do funcionamento do corpo da mulher ocorrem no útero, nas mamas e mamilos, no funcionamento dos intestinos e do sistema urinário.
Útero: A redução do tamanho do útero inicia-se imediatamente após o parto.
Imediatamente após a saída do bebé, o bordo superior do útero localiza-se ao nível do umbigo, semelhante a gestação de 20 semanas (4-5 meses). Uma semana após o parto, o tamanho do útero é semelhante a uma gravidez de 12 semanas. Entre a 4.ª e a 6.ª semana o útero readquire o seu tamanho normal
Lóquios: são as descargas uterinas que se ocorrem após o parto.
A cor dos lóquios vai variando ao longo dos dias: nos primeiros dias, são vermelhos; a partir do 5.º dia, são acastanhados; a partir do 10.º dia, são amarelados.
A quantidade de lóquios vai diminuindo progressivamente, durando em média 4 semanas (mas cerca de 15 por cento das mulheres mantém os lóquios até à oitava semana).
Mamas e amamentação:
A descida do leite ocorre entre as 24 e as 72 horas após o parto.
Durante a amamentação é fundamental:
– hidratar e proteger os mamilos desde o primeiro dia de amamentação
– colocar leite nos mamilos no final das mamadas e deixar secar;
– usar soutien adequado à amamentação
Se as mamas ficarem duras e turgidas, com dor ao toque, deve:
– massajar suavemente os seios ou colocar sobre elas uma toalha aquecida (morna)
– e depois, retirar o excesso de leite com extrator de leite materno, até se sentir confortável (não é necessário esvaziar completamente a mama).
Como evitar os mamilos gretados?
– garantir que o bebé faz uma boa pega no mamilo, durante a mamada;
– não interromper à força a mamada. Deixe que o bebé largue espontaneamente o mamilo. Se necessário, coloque um dedo entre a aréola e a língua do bebé para interromper a sucção;
– lavar o mamilo apenas uma vez por dia (hora do banho)
– evitar a utilização de discos absorventes impermeáveis
– utilizar conchas de arejamento sob o soutien
– aplicar no mamilo e deixar secar algumas gotas de leite materno, após a mamada;
– aplicar pomada com efeito hidratante e cicatrizante no mamilo e na aréola, após o banho e depois de cada mamada.
Proteção do mamilo
Para manter os mamilos saudáveis e resistentes enquanto amamenta, deve utilizar protetores mamilares.
Tipos de protectores de mamilos
Protetores descartáveis: – mantêm o mamilo seco; são práticos e confortáveis
Protetores laváveis: podem lavar-se entre 40º e 0º C e são reutilizáveis
Almofadas de hidrogel: proporcionam alívio calmante imediato. São seguras para uso em mamilos doridos ou gretados
Protetores de mamilos: ajudam a evitar a fricção das roupas, a reduzir o desconforto e a promover a cicatrização através da circulação de ar.
Abdómen: Depois do parto, a parede abdominal mantém-se ainda flácida e distendida, sendo necessárias 6 semanas até que consiga readquirir o seu estado normal.
Cintas: As cintas podem ser usadas nos primeiros dias após o parto para aconchegar e proporcionar conforto ao abdómen, especialmente se o parto foi por cesariana. Não é aconselhável o uso prolongado de cintas por dificultar a recuperação da força de contração e o tónus dos músculos da parede abdominal. A decisão de utilizar a cintas após o parto e, durante quanto tempo, deve ser tomada em conjunto com o seu médico obstetra.
Estrias: As estrias que surgiram durante a gravidez não vão mais desaparecer. Vão, contudo, adquirir uma coloração esbranquiçada, tornando-se menos visíveis. Uma boa hidratação da pele do abdómen com produtos hidratantes adequados e específicos para este fim, durante a gravidez e após o parto, são fundamentais para melhorar a estética abdominal.
Obstipação: A obstipação é habitual nos primeiros dias após o parto. A obstipação que surge após o parto costuma ser causada por:
– inibição e receio em evacuar devido à dor no períneo durante a evacuação
– presença frequente de hemorróidas
– uso habitual de medicação analgésica durante estes dias.
Em geral, esta obstipação desaparece espontaneamente, sem necessidade de medicação.
Medidas para evitar e para favorecer o desaparecimento mais rápido da obstipação:
– aumentar a ingestão de água
– fazer uma alimentação rica em legumes e frutas
– fazer pequenas caminhadas
Sistema urinário: Nas primeiras duas semanas após o parto é normal ocorrer o aumento do volume de urina.
– É também habitual uma maior incidência de infeções urinárias após o parto.
Perdas de urina: Durante os primeiros 3 a 4 meses após o parto, pode ocorrer incontinência urinária, com pequenas perdas de urina, quando fazem pequenos esforços, durante a tosse ou o riso.
Exercícios de Kegel: Os exercícios de Kegel destinam-se a fortificar e a tonificar os músculos da zona pélvica, e são particularmente úteis nas mulheres que têm incontinência urinária após o parto.
– Consistem em fazer a contração dos músculos vaginais e anais durante 5 segundos e depois relaxar. Estas contracções devem ser feitas pelo menos 10 vezes por dia.
– estes exercícios podem ser realizados em qualquer posição, seja sentada, deitada ou de pé, e podem inclusive ser realizados com o auxílio de bolas de ginástica. No entanto, é mais fácil iniciar os exercícios estando deitada com as pernas dobradas.
Se a incontinência urinária persistir para além do período em que é habitual, deve recorrer ao médico de família
Exercício Físico:
Os exercícios físicos pós-parto são muito úteis pois ajudam a recuperar a silhueta mais rapidamente, promovem a sensação de bem-estar, promovem sonos mais tranquilos e contribuem para a melhoria da auto-estima e da autoconfiança, com frequência fragilizadas durante este período.
A prática de exercícios físicos pode iniciar-se logo que seja seguro em termos físicos e médicos, em geral duas semanas após os partos normais ou quatro semanas após os partos por cesariana.
Começar por fazer caminhadas, pilates, durante 20 a 30 minutos, 3 vezes por semana, habitualmente é suficiente.
Menstruação:
– O tempo que decorre desde o parto até se restabelecer o ciclo menstrual normal é variável.
– Nas mulheres que amamentam, a menstruação costuma ocorrer geralmente 1 mês de pois da cessação da amamentação.
– Nas mulheres que não amamentam, a menstruação surge mais cedo, cerca de 6 a 8 semanas após o parto.
O puerpério nem sempre evolui normalmente. Por vezes podem surgir complicações
As complicações mais frequentes durante o puerpério são:
Hemorragias uterinas:
– Consideram-se patológicas as hemorragias uterinas pós-parto que não diminuem, isto é, que persistem ou são excessivas.
– é também anormal a persistência de lóquios hemáticos para além das 3 semanas após o parto.
– as hemorragias pós-parto tardias geralmente são causadas por insuficiente involução do leito placentário, por retenção de fragmentos placentários dentro de útero ou por endometrite crónica.
Infeções: As mais frequentes durante o puerpério são: as infeções no útero (endometrite puerperal), da episiotomia (corte no períneo) ou da ferida operatória da cesariana e as mastites puerperais, isto é, as infeções nas mamas nas mulheres que amamentam;
Doenças tromboembólicas, como a trombose venosa profunda ou trombo-embolismo pulmonar. Estas doenças têm uma maior incidência durante a gravidez, durante o período pós-parto e após cesariana. São uma das principais causas de morte materna nos países desenvolvidos.
Alterações psiquiátricas, nomeadamente o blues pós-parto (baby bues), a depressão pós parto e a psicose puerperal (ver em A MÃE E O BEBÉ – AS PRIMEIRAS SEMANAS, na secção O BEM ESTAR MENTAL DA RECÉM-MAMÃ).
Sinais de alarme
Se, durante o puerpério, a mulher sentir algum dos sintomas abaixo indicados, deve recorrer rapidamente a uma consulta médica pois poderão ser sinais de alarme das complicações que podem ocorrer neste período.
– febre
– hemorragia persistente ou excessiva
– lóquios com cheiro fétido (a peixe podre)
– ferida cirúrgica com sinais inflamatórios ou pus
– mama vermelha, inchada e quente
– queixas urinárias
– dor, vermelhidão ou inchaço de uma perna
– dificuldade em respirar, dor no tórax, tosse seca
– tristeza, irritabilidade, fobias, alucinações
Pela grande importância que as relações sexuais têm na vida afectiva da mulher e do casal, a sexualidade após o parto é um dos temas abordados na consulta de reavaliação do puerpério.
As mudanças que ocorrem no corpo da mulher após o parto, em especial na região genital, determinam a necessidade fazer ajustes no tipo de relacionamento sexual do casal, assunto sobre o qual nem sempre é fácil, ou habitual, conversar.
Como as dúvidas e as preocupações acerca da sexualidade após o parto são comuns à maioria das mulheres e dos casais, especialmente após o primeiro parto, os médicos de família e os ginecologistas estão preparados para poder ajudar e esclarecer todas as dúvidas que possam existir.
Comunicação entre o casal
Durante o puerpério é essencial que os parceiros do casal comuniquem e tomem consciência das mudanças físicas e psicológicas que ocorreram após o parto na mulher, mas que também afectaram o homem.
É essencial que comuniquem e que se preparem para que essas mudanças possam vir a alterar a sua sexualidade e disponibilidade para as relações sexuais.
A sexualidade da mulher no período pós-parto é fortemente influenciada e condicionada por factores, como:
– crenças culturais e religiosas;
– estado emocional modificado pelas hormonas próprias da gravidez;
– receios de sentir dor no local da cicatriz durante as relações sexuais;
– medo de causar alguma lesão na região genital;
– existência de perda de sangue ou corrimento vaginal,
– lubrificação vaginal diminuída, que é habitual;
– diminuição do interesse sexual
– sensação de cansaço e preocupações com o bem-estar da criança;
– baixa auto-estima, que é muitas vezes motivada pelas alterações do seu corpo próprias da gravidez.
Tudo isto é comum na mulher durante o período pós-parto e deve ser encarado como sendo um situação normal e transitória.
O stress emocional e psíquico que a mulher puérpera costuma sentir, é também, muitas vezes, partilhado e experienciado por muitos homens após a paternidade, com repercussão no seu desejo e disponibilidade sexual.
Quando reiniciar as relações sexuais?
Não existem evidências científicas que permitam estabelecer datas recomendadas precisas para reinício das relações sexuais após o parto. As relações sexuais podem ser reiniciadas:
– após a cessação dos lóquios;
– desde que não condicionem desconforto ou dor no períneo ou na vagina;
– pelos menos 2-3 semanas após o parto; regra geral, a partir das 6 semanas após o parto.
A maioria dos casais reinicia as relações sexuais depois das 6 semanas após o parto, que coincide com a data em que é realizada a consulta de revisão pós-parto.
Como é compreensível, a data de reinício das relações sexuais dependerá de diversos factores, como o tipo de parto, se foi realizada episiotomia (corte no períneo), se foi necessário fazer correção de lacerações do períneo causadas pelo parto ou se ocorreram complicações no puerpério.
Apesar das potenciais mudanças no desejo sexual (libido), estima-se que mais de 80 por cento das mulheres retomam as relações sexuais coitais seis semanas após o parto.
Outras formas de prazer
Para além das relações sexuais com penetração, é importante não esquecer que existem outras formas de prazer alternativas, igualmente satisfatórias para a mulher e para o casal.
Exercícios do pavimento pélvico
Os exercícios de fortalecimento do pavimento pélvico podem ser muito úteis, mesmo nas mulheres assintomáticas, não só para a recuperação de situações de incontinência urinária que possam ter surgido mesmo antes do parto, mas também para melhorar o bem-estar da mulher e facilitar as relações sexuais, potenciando o prazer que elas proporcionem.
Lubrificantes vaginais
A utilização de lubrificantes vaginais à base de água ou cremes vaginais com estrogénio podem ser muito importantes nesta fase, em que a lubrificação da vagina está diminuída, em consequência da amamentação exclusiva e de pílulas de contraceção com progestativo.
A aplicação diária de lubrificantes vaginais, e não apenas aquando das relações sexuais, pode melhorar significativamente o bem-estar sexual da mulher.
Quando se fala em retomar a atividade sexual deve também falar-se sobre contracepção, que tem alguns aspetos especiais nesta fase e que é abordado no próximo separador.
Quando posso voltar a engravidar?
Quando se fala em reiniciar a atividade sexual após o nascimento de um bebé, é também importante abordar a questão da contracção.
Os especialistas consideram que não é recomendável a mulher engravidar imediatamente, ou poucos meses, após ter tido um bebé.
Do ponto de vista físiológico, o corpo da mãe fica preparado para uma nova gravidez em poucos meses, mas do ponto de vista emocional e psicológico, uma gravidez muito precoce pode interferir e prejudicar a criação de uma forte vinculação afetiva entre a mãe e o bebé.
O consenso cientifico é de que deve ser respeitado um intervalo mínimo de 2 anos entre gravidezes.
A amamentação substitui a contraceção?
Em teoria, a hormona produzida durante a amamentação (a prolactina) inibe a ocorrência de ovulações regulares; não havendo ovulações, não ocorrerá gravidez.
Na prática, nem sempre é assim. Ocasionalmente, mesmo durante o período de amamentação regular, ocorrem variações nos níveis de prolactina no sangue da mãe, que poderão permitir a ocorrência de ovulações e consequente gravidez.
Em conclusão, a amamentação não pode ser considerada como um método de contraceção, nem uma forma de evitar gravidezes indesejadas. Por isso, é necessário que a mãe e o pai tomem precauções para não acontecer uma gravidez não desejada.
Contraceção hormonal
A contraceção após o parto por ser feita através de medicamentos hormonais, nomeadamente:
“Pílulas de amamentação”
– podem ser usadas durante a amamentação porque não diminuem a quantidade de leite materno produzido pela mãe;
– deve ser iniciada aos 21.º dia após o parto
– é frequente não ocorrer menstruação durante o seu uso;
– são fornecidas no Centro de Saúde
Pílulas combinadas
– podem diminuir a quantidade e a qualidade do leite materno e, por isso, prejudicar o ganho de peso da criança
– deve ser iniciada depois de terminado o período de amamentação.
Implante subdérmico
– é um dispositivo que é colocado debaixo da pele do braço da mulher.
– podem ser colocados na maternidade, durante o internamento da mãe após o nascimento do bebé.
– podem não ocorrer menstruações ou apenas ocorrerem perdas esporádicas.
– é um método de contraceção eficaz e seguro
– têm um efeito contraceptivo durante 3 anos.
A contraceção após o parto por ser feita através de:
Preservativo Masculino e Feminino
– eficaz e seguro, sem qualquer restrição, desde que utilizado sempre e de forma correta.
Dispositivo Intrauterino (DIU) ou Sistema Intrauterino (SIU)
– muito eficaz e seguro durante o período de amamentação
– em geral, é colocado na consulta de revisão puerperal, ou seja, 6 semanas após o parto, quando o útero já readquiriu o seu tamanho normal
– existem DIU com duração de efeito contracetivo de 3, 5 ou 10 anos
Laqueação das trompas e Vasectomia
– a laqueação das trompas e a vasectomia são métodos contracetivos irreversíveis e que só devem usados quando existir um desejo manifesto em não ter mais filhos ou devido a alguma indicação médica especifica.
– a laqueação de trompas pode ser feita durante o parto por cesariana, ou por laparoscopia, a partir da 6.ª semana após o parto e em mulheres com idade superior a 25 anos.
– A vasectomia pode ser feita em qualquer altura.
Mitos e factos sobre o puerpério
O puerpério, também conhecido por resguardo ou quarentena, é um período “especial” em que o corpo da mulher se comporta de um modo diferente do “habitual”. Por causa disso, o puerpério esteve, desde sempre, envolvido em algum mistério, tendo sido criados a seu respeito alguns mitos.
Devem evitar-se as relações sexuais durante o puerpério. Sim, isso é VERDADE.
As relações sexuais apenas devem ser reiniciadas após a cessação dos lóquios e pelo menos 2-3 semanas após o parto; em geral, a partir das 6 semanas após o parto.
A amamentação funciona como método anticoncecional: Não é verdade. Isso é um MITO.
O momento em que ocorre a primeira ovulação depois do parto é imprevisível e, apesar de haver valores médios para a primeira menstruação, não deixam de ser apenas isso, valores médios, estatísticos.
Se a mãe não amamenta, a menstruação pode aparecer cerca de 6 a 12 semanas após o parto; se amamenta, pode demorar 4 a 6 meses.
Apesar de a amamentação exclusiva até aos 6 meses poder atrasar a ovulação e a regularização do ciclo menstrual, estar a amamentar não impede que possa engravidar.Assim, durante este tempo, mesmo não tendo menstruações, deve tomar medidas contracetivas para evitar uma nova gravidez.
A mulher não pode lavar a cabeça nos dias a seguir ao parto. Não é verdade. Isso é um MITO.
Pode lavar a cabeça logo no dia do parto, se assim o desejar.
Mitos e factos sobre o puerpério
O puerpério, também conhecido por resguardo ou quarentena, é um período “especial” em que o corpo da mulher se comporta de um modo diferente do “habitual”. Por causa disso, o puerpério esteve, desde sempre, envolvido em algum mistério, tendo sido criados a seu respeito alguns mitos.
A vagina fica diferente após o parto vaginal Não é verdade Isso é um MITO.
Muitas mulheres receiam que o parto vaginal alargue a vagina e que o prazer sexual seja, assim, diminuído. Contudo, o parto não altera a estrutura da vagina.
Para fortalecer e tonificar os músculos pélvicos depois do parto, continue com os exercícios de Kegel praticados na gravidez. Para além de reforçarem os músculos da zona pélvica, ajudam a recuperar o controlo da bexiga, prevenindo a incontinência urinária.
Amamentar deixa o peito caído: Não é verdade. Isso é um MITO.
A forma das mamas é definida por fatores genéticos. Ainda assim, usar bons soutiens durante a gravidez, que sustentem o aumento do tamanho do peito, e durante a amamentação, ajudam a manter o peito mais firme.
Fazer exercício físico regularmente aumenta a massa muscular e tonifica todo o corpo o que acaba por se refletir, também, na sustentação das mamas
O leite da mãe pode ser fraco e não alimentar o bebé: Não é verdade. Isso é um MITO
Segundo os especialistas, não existe leite materno fraco. Mesmo quando a aparência do leite materno se assemelha a “água de lavar o arroz“, não há alimento para o bebé que seja mais rico e ajustado às suas necessidades.
Se a mulher tiver um peito pequeno não produz leite suficiente: Não é verdade. Isso é um MITO.
Não há relação direta entre o tamanho do peito e a produção de leite pela mulher. Se as glândulas mamárias estiverem bem desenvolvidas, ela terá o leite necessário para alimentar de forma satisfatória o seu bebé
Mitos e factos sobre o puerpério
O puerpério, também conhecido por resguardo ou quarentena, é um período “especial” em que o corpo da mulher se comporta de um modo diferente do “habitual”. Por causa disso, o puerpério esteve, desde sempre, envolvido em algum mistério, tendo sido criados a seu respeito alguns mitos.
Os homens não sabem cuidar de bebés Não é verdade. Isso é um MITO.
Hoje em dia, os homens estão cada vez mais envolvidos nos cuidados ao seu bebé e a importância disso mesmo reflete-se na licença parental. Na verdade, a única coisa que os homens não podem realmente fazer é amamentar; todos os restantes cuidados podem ser prestados pelo pai.
Cuidar do bebé também é uma forma do pai se sentir incluído na nova família, criar laços com o bebé e partilhar a responsabilidade de cuidar dele. Para além disso, é uma forma de apoiar a mulher numa fase em que, também ela, precisa de muita atenção, estabilidade e tempo para recuperar.
A queda do cabelo pode aumentar a seguir ao parto Sim, isso é VERDADE.
As alterações hormonais no pós-parto estão na origem da queda acentuada de cabelo, particularmente, entre os 3 e os 12 meses. O stress provocado pelo parto, o cansaço acumulado e uma alimentação desequilibrada podem agravar o problema.
Mas, com os cuidados certos e uma alimentação saudável e equilibrada, o seu cabelo rapidamente recupera.
É normal sofrer de prisão de ventre no resguardo Sim, isso é VERDADE.
A prisão de ventre (obstipação) é frequente durante este período. Para evitar a prisão de ventre deve aumentar a ingestão de água e de alimentos ricos em fibra. Faça pequenas caminhadas para estimular os movimentos intestinais. Se a obstipação causar desconforto, dores ou tiver muita dificuldade em evacuar, consulte o seu médico.
Mitos e factos sobre o puerpério
O puerpério, também conhecido por resguardo ou quarentena, é um período “especial” em que o corpo da mulher se comporta de um modo diferente do “habitual”. Por causa disso, o puerpério esteve, desde sempre, envolvido em algum mistério, tendo sido criados a seu respeito alguns mitos.
Amamentar ajuda a perder peso Sim, isso é VERDADE.
Amamentar ajuda a emagrecer porque a produção de leite consome muitas calorias. Quando amamenta o seu bebé, o seu corpo gasta cerca de 600 a 800 calorias por dia o que, ao fim de 30 dias, pode representar uma perda de 2 quilos de peso.
As contrações do útero são mais fortes nas mulheres que já tiveram filhos anteriormente Sim, isso é VERDADE.
Nos primeiros dias após o parto, à medida que o útero se contrai, a mulher poderá sentir umas dores abdominais semelhantes às dores menstruais. As contrações do útero (contrações puerperais) no período pós-parto são mais fortes com o segundo filho e com os filhos seguintes porque o útero está mais distendido, o que dificulta a regressão do útero ao tamanho anterior à gestação.
A nutrição ideal da mãe
Nesta secção abordamos alguns mitos e conceitos errados acerca da alimentação das mães no período pós-parto e enquanto amamentam. A crença nestes mitos pode levar as mães que amamentam a fazer dietas restritivas e desequilibradas, que, em casos extremos, causarão importantes desequilíbrios nutricionais, com graves consequências para a sua saúde. Estes conceitos devem ser desmistificados e substituídos por informações nutricionais corretas que levem estas mães a fazer uma alimentação variada e saudável e a poderem desfrutar das suas refeições com prazer e satisfação.- Enquanto amamentar tenho que fazer muitas alterações na minha alimentação
- Beber muito leite significa que vou produzir mais leite materno
- Comer bacalhau estimula a produção de leite
- É necessário ter uma dieta hipercalórica durante a amamentação
- Alguns alimentos que a mãe come provocam cólicas aos bebés
- Os alimentos com paladar intenso levam o bebé a rejeitar o leite materno
- Os alimentos consumidos pela mãe podem provocar alergias nos bebés
- Beber cerveja preta faz aumentar a produção de leite
- A mãe que amamenta não pode comer certos alimentos
- Amamentar promove a perda de peso
- Alimentação saudável no pós-parto
- Regras da alimentação saudável
Enquanto amamentar tenho que fazer muitas alterações na minha alimentação
Não é verdade – isso é um MITO.
Enquanto amamenta a mãe deve simplesmente ter uma alimentação saudável, isto é, uma alimentação que seja completa, variada e equilibrada, baseada na Roda dos Alimentos.
A Roda dos Alimentos (modelo português) preconiza que a alimentação diária seja completa, equilibrada e variada.
Por se assemelhar a um prato, a Roda dos alimentos ajuda a escolher e combinar os alimentos que deverão fazer parte da nossa alimentação diária.
Cumprir o que é preconizado pela Roda dos Alimentos permite-nos ter hábitos alimentares saudáveis e simultaneamente fazer uma alimentação completa, variada, equilibrada e saborosa.
Beber muito leite significa que vou produzir mais leite materno
Não é verdade – isso é um MITO.
A quantidade de leite que a mãe bebe não tem uma influência direta na quantidade de leite materno que é produzido.
O que a mãe pode fazer para ter a quantidade de leite materno suficiente para o bebé, é ter uma alimentação completa, variada e equilibrada, baseada na Roda dos Alimentos.
Comer bacalhau estimula a produção de leite
Não é verdade – isso é um MITO.
A ingestão de bacalhau não estimula a produção de leite materno. O que realmente promove produção e a secreção de leite materno é a sucção do mamilo pelo bebé.
A sucção do mamilo estimula a produção de Prolactina, que é a hormona responsável por estimular a produção de leite pela glândula mamária. Assim, de uma forma esquemática, podemos dizer que a produção do leite materno assenta numa “lógica de oferta e de procura”, ou seja, a sucção do mamilo pelo bebé determina a produção da Prolactina, produção essa que determina produção/ oferta de leite pela mama da mãe, que determina a procura e sucção do mamilo pelo bebé e assim sucessivamente.
É necessário ter uma dieta hipercalórica durante a amamentação
Não é verdade – isso é um MITO.
Durante a amamentação, a mãe não deve fazer uma dieta hipercalórica nem excessiva. Deve sim, fazer uma alimentação saudável, equilibrada e variada, baseada na Roda dos Alimentos.
Apenas em casos muito raros de mães com graves carências nutricionais, é que pode ocorrer uma menor produção de leite materno.
Mesmo nestes casos, muito raros em Portugal, a diminuição é mais na quantidade de leite materno produzido do que na sua qualidade nutricional (exceção feita para alguns nutrientes essenciais, como é o caso dos ácidos gordos ómega-3).
Alguns alimentos que a mãe come provocam cólicas aos bebés
Não é verdade – isso é um MITO.
Não existe uma relação direta entre os alimentos que a mãe come e as cólicas do bebé.
Durante a gravidez, o bebé recebe os todos os nutrientes através do cordão umbilical, não tendo necessidade de utilizar o seu intestino para a digestão dos alimentos e absorção dos nutrientes. Depois de nascer, o bebé vai ter de começar a comer e os seus intestinos vão ter que ter o trabalho de digerir e assimilar os alimentos. As cólicas nos primeiros meses de vida resultam da adaptação do seu intestino do bebé à alimentação por via oral.
Se as cólicas fossem provocadas pelos alimentos que a mãe come, os bebés alimentados com leites artificiais não teriam cólicas.
Os alimentos com paladar intenso levam o bebé a rejeitar o leite materno
Não é verdade – isso é um MITO.
Durante o 3.º trimestre da gravidez, o feto deglute diariamente cerca de 45 ml de líquido amniótico, cujo sabor é influenciado pelos alimentos ingeridos pela mãe. Tal como acontece no líquido amniótico, o sabor do leite materno é também influenciado pelo sabor dos alimentos que a mãe ingere.
Assim, se os alimentos com sabor intenso (como a cebola e o alho) fizerem parte da dieta habitual da mãe durante a gravidez, então poderão continuar a ser ingeridos durante a amamentação sem interferência com a boa aceitação do leite materno pelo bebé.
Os alimentos consumidos pela mãe podem provocar alergias nos bebés
Tanto pode ser MITO como pode ser VERDADE.
Os alimentos classificados como potencialmente alergénicos (marisco, amendoins, ovos) não devem ser incluídos na alimentação dos bebés nos primeiros meses de vida.
Isto não significa que as mães não possam comer estes alimentos enquanto estão a amamentar. Para além disso, todos os alimentos, mesmo os que são considerados insuspeitos, podem teoricamente provocar reacções alérgicas aos bebés.
Portanto, o mais sensato é não rotular, a priori, os alimentos como “alimentos bons” ou “alimentos maus” e estar atenta a eventuais reacções que o bebé possa apresentar.Se surgir alguma reação aparentemente alérgica, então deve contactar o médico assistente e esclarecer as dúvidas que possa ter.
Beber cerveja preta faz aumentar a produção de leite
Não é verdade – isso é um MITO.
Vários estudos já demonstraram que este conceito é totalmente errado.
O álcool não é saudável nem durante a gravidez nem no período em que a mãe estiver a amamentar.
Para aumentar a produção de leite, o que realmente importa, é que a mãe faça uma alimentação saudável, que beba muitos líquidos, de preferência água, e que dê de mamar ao bebé com frequência, pois o estímulo da sucção do bebé é o que, realmente, faz aumentar a produção do leite.
A mãe que amamenta não pode comer certos alimentos
É verdade.
Na realidade, há alguns alimentos que não podem ser consumidos nem pelas gravidas nem pelas mães que estão a amamentar, como por exemplo as bebidas alcoólicas. O etanol (álcool das bebidas) tem um efeito tóxico sobre as células do cérebro do bebé e prejudicam o seu normal funcionamento e desenvolvimento.
As mães que amamentam devem fazer uma alimentação completa, equilibrada e variada e, tal como a população em geral, evitar os alimentos não saudáveis, como os produtos salgados e muito processados (fast food).
Amamentar promove a perda de peso
É verdade.
As mães que amamentam costumam voltar ao seu peso normal mais rapidamente, nos primeiros meses após o parto, porque o seu o corpo despende diariamente cerca de 700 quilocalorias na produção de leite para o bebé.
Por esta razão, a mães que amamentam devem compensar este dispêndio energético fazendo uma alimentação saudável, equilibrada e variada, a qual ajudará a promover a produção de leite materno e simultaneamente preservar a sua saúde.
Alimentação no pós-parto
Tal como durante a gravidez, também a fase de amamentação deixa a mulher mais disponível e recetiva à ideia de melhorar os seus hábitos alimentares.
Por isso, os períodos pós parto e de amamentação são excelentes janelas de oportunidade para as recém-mamãs adotarem práticas alimentares saudáveis.
Ter hábitos alimentares saudáveis não significa fazer uma dieta restritiva e monótona, mas sim fazer uma alimentação completa, variada e equilibrada, que proporcione prazer em comer e em que as refeições sejam momentos de satisfação.
A RODA DOS ALIMENTOS (modelo português) preconiza que a alimentação diária seja completa, equilibrada e variada. Por se assemelhar a um prato, a Roda dos Alimentos ajuda a escolher e combinar os alimentos que deverão fazer parte da alimentação diária.
A nova Roda dos Alimentos é composta por sete grupos de alimentos de diferentes dimensões, os quais indicam a proporção de peso com que cada um deles deve estar presente na alimentação diária: – Cereais e derivados, tubérculos – 28% – Hortícolas – 23% – Fruta – 20% – Lacticínios – 18% – Carnes, pescado e ovos – 5% – Leguminosas – 4% – Gorduras e óleos – 2%.
Cumprir o que é preconizado pela Roda dos Alimentos e ter hábitos alimentares saudáveis não significa fazer uma alimentação restritiva ou monótona, antes pelo contrário.
PROTEÍNAS
Uma alimentação saudável durante a amamentação deve incluir proteínas de alto valor biológico (ex. peixe, carne, leite, ovos) e proteínas de baixo valor biológico (ex., cereais, grão de bico, feijão, grão de bico, ervilhas, brócolos).
- Carne – As proteínas da carne são muito importantes para o crescimento do bebé, mas deve evitar-se o consumo excessivo de carne. São mais aconselhadas as carnes brancas (carnes de aves, de coelho, a carne magra do porco) do que as carnes vermelhas (ovinos, bovinos, caprinos), ricas em gordura saturada, que é a mais prejudicial para a saúde.
- Peixe – O pescado deve ser consumido sempre que seja possível, quer fresco quer congelado. Uma refeição diária deve ser sempre de peixe.
- Ovos são alimentos a não que devemos ignorar – o que é desaconselhada é a gordura em que eles são fritos. Preferir os ovos ou escalfados ou cozidos. É aconselhável consumir, em média, 2 ovos por semana. Por exemplo, um ovo escalfado com ervilhas estufadas é uma saborosa e excelente combinação.
As proteínas de origem vegetal (ex., feijão, ervilhas, grão de bico) devem substituir em parte as proteínas de origem animal. Quando fazem parte da refeição juntamente com carne ou peixe, deverão ser consumidas em menor quantidade.
LÍPIDOS (gorduras)
São nutrientes necessários para a nossa alimentação mas o seu contributo não deverá ultrapassar os 60 gramas diários. No dia-a-dia deve procurar-se reduzir o consumo de gorduras saturadas e de colesterol (ex. molhos, gorduras das carnes) favorecendo o consumo a gorduras monoinsaturadas e polinsaturadas (azeite, margarinas, peixe gordos).
Os frutos secos oleaginosos (amêndoas, avelãs, nozes, amendoins) são também ricos em gordura maioritariamente saudável.
VITAMINAS
A alimentação saudável após o parto deve incluir vitaminas hidrossolúveis (complexo B, vitamina C), existentes nas frutas e legumes e vitaminas lipossolúveis (Vitaminas A, D, E e K), existentes nas gorduras dos peixes e oleaginosas (nozes, amêndoas).
SAIS MINERAIS
A alimentação saudável deve também ser rica em minerais, como o cálcio (existente no leite e derivados e hortícolas de folha verde escura), o ferro não-heme (existente no feijão, grão de bico, ervilhas e lentilhas), o magnésio (nas nozes), o potássio (nas frutas e legumes) e o zinco (nos ovos e cereais integrais).
FIBRAS
A alimentação saudável deve também conter fibras (complantix), que são indispensáveis à regulação do trânsito intestinal, e evitam a obstipação e outras doenças intestinais. As fibras encontram-se principalmente nos frutos, hortícolas, leguminosas, cereais inteiros e seus derivados integrais (ex. pão escuro, arroz e massas integrais). Atualmente recomenda-se a ingestão diária de pelo menos 25g de fibras, por exemplo, através do consumo de 400 gr de legumes ou hortícolas por dia.
FRUTA
As frutas são alimentos muito saudáveis, devendo ser ingeridas diariamente entre 3 a 5 porções por dia. Considera-se como uma porção de fruta, por exemplo, 1 maçã, 1 pêra, 1 laranja, meia banana, 7 morangos, 2 kiwis, 3 ameixas, 8 bagos de uva, 14 cereja, etc.
ÁGUA
A maior parte do nosso organismo é constituída por água. Beber água é a melhor forma para saciar a sede e hidratar o nosso organismo. Diariamente deve beber-se entre 1,5 a 2 litros de água.
No período pós-parto e durante a amamentação, a mãe não precisa fazer grandes adaptações na sua alimentação.
O que é recomendável, é que faça uma alimentação completa, variada e equilibrada baseada na Roda dos Alimentos e que cumpra as seguintes Regras de Alimentação Saudável:
- Fazer uma alimentação variada, baseada na Roda dos Alimentos;
- Comer calmamente e mastigar bem os alimentos;
- Não ficar mais de 3,5 horas sem comer.
- Fazer pelo menos 5 refeições diárias: pequeno-almoço, meio da manhã, almoço, meio da tarde e jantar;
- Fazer sempre o pequeno-almoço. Pode optar por leite ou iogurte, pão ou cereais tipo flocos de milho e uma peça de fruta;
- Iniciar o almoço e jantar com um prato de sopa rico em legumes e hortaliças. A sopa de legumes é muito rica em vitaminas, minerais, fibras e água e ajuda a controlar a quantidade de alimentos que a seguir se comem no prato;
- Acompanhar o prato principal com saladas variadas ou legumes;
Comer 3 a 5 peças de fruta, ao longo do dia; - Limitar o consumo de carnes gordas. Comer mais vezes carnes magras (frango, peru, coelho, carne de porco fresca – apenas lombo ou fêvera) e peixe;
- Retirar toda a gordura visível dos alimentos, antes de os confeccionar e também no prato;
- Reduzir a quantidade de gordura que se usa para cozinhar e para temperar;
- Preferir os cozidos, grelhados, estufados e assados com pouca gordura, sem molhos gordurosos;
- Evitar os fritos, os estufados e os molhos;
- Reduzir consumo de sal e a ingestão de alimentos salgados. Não usar sal refinado
- Reduzir o consumo de produtos açucarados (bolos, bolachas, chocolate, gelados e outras guloseimas) e salgados (empadas, rissóis, croquetes, etc.). Estes alimentos nutricionalmente pobres, muito calóricos, favorecem o aumento de peso e predispõem para desenvolvimento de várias doenças. Devem apenas ser consumidos em dias de festa;
- Beber muita água (1,5 a 2 litros) ao longo do dia. Reduzir o consumo de refrigerantes;
- Analisar os rótulos dos alimentos embalados e optar por aqueles que tem menor quantidade de gordura saturada, açúcar e sal;
- Não ir às compras com fome. Fazer uma lista de compras.

O bem-estar mental da recém-mamã
O período do pós-parto é uma fase de grande instabilidade emocional e, por isso, de risco psicológico. No final desta página, vai encontrar uma caixa onde poderá selecionar vários aspetos relacionados com o tema. Nas primeiras semanas, é possível que sinta o baby blues, fase comum a várias recentes mamãs, e que pode ser definida como um estado depressivo leve, caracterizado por ansiedade, irritabilidade, sentimentos de incapacidade, fadiga e choro frequente. Normalmente desaparece em 2 ou 3 semanas. Caso os seus sintomas tenham maior duração e severidade, deverá recorrer à ajuda profissional, pois a depressão pós-parto e outras perturbações são uma possibilidade. A amamentação é uma parte importante para o estabelecimento do vínculo afetivo, mas não pode nunca ser entendida como obrigação. Para um bebé, é mais benéfico ter a mãe a dar-lhe um biberão descontraidamente, mantendo-se disponível para olhar e falar com ele, do que estar absorvida por uma situação de grande tensão e ansiedade. Depois do pós-parto são visíveis as mudanças no corpo da mulher, sendo natural que se sinta receosa e menos confiante de voltar a estar intimamente com o parceiro. É importante estar preparada para as modificações na sexualidade, que são passageiras e superáveis, sendo a comunicação o aspeto mais importante neste processo. Deverá existir à vontade para discutirem sem medos o que se sentem ou não preparados e confortáveis a fazer.Gerir Visitas
- Se puder, negoceie o horário e o número de visitas (caso não consiga, pode sempre inventar uma mentira pequenina).
- Em casa é possível distanciar um pouco o bebé dos estímulos extra que advém das visitas! Pode colocá-lo a dormir noutra divisão enquanto conversa com as visitas, permitindo que a criança descanse de modo tranquilo e não grite desmesuradamente durante a noite.
- Algumas visitas vão querer ajudar no verdadeiro sentido da palavra, ou seja, se tiver muita confiança com as visitas e se elas lhe perguntarem se necessita de ajuda (por exemplo, fazer um jantar com ajuda ou arrumar a casa ou a roupa pode ser algo que pode pedir às visitas mais chegadas), não hesite!
- Mas cabe, também, a si saber aceitar ajuda quando as pessoas querem dar-lha. aceite, cuide do seu bebé e de si.
- Os primeiros sentimentos
- A selfie da mãe
- O que dizem as visitas
- O que sente a mãe
- Programar as visitas
- Baby Blues
- Depressão pós-parto
- Psicose pós-parto
- A amamentação não deve ser encarada como uma obrigação
- É fundamenttal para o bem-estar físico e equilíbrio emocional e psicológico da mãe
- O bem-estar psicológico é possível
- Mitos mais comuns
Nas primeiras semanas após o nascimento do bebé, o dia-a-dia da mãe é caracterizado por uma multiplicidade de sensações e sentimentos, nomeadamente:
- Cansaço mais fácil – que é uma das características próprias do puerpério;
- Amor incondicional – pelo bebé;
- Solidão geralmente muita – porque muitas vezes a mãe tem que estar sozinha em casa, por causa do bebé;
- Desânimo algum – devido às alterações da formas do seu corpo, em resultado da gravidez e da amamentação;
- Sofrimento às vezes – por, muitas vezes, não conseguir satisfazer as suas necessidades básicas (por exemplo, por vezes está com muita necessidade de ir à casa de banho mas está com o bebé ao colo, a dormir, depois de ter custado tanto a adormece-lo, mas vai ter que esperar e aguentar ainda mais um bocado);
- Frustração por vezes – porque cuidar do bebé também acaba por ser desgastante (por exemplo, quando o bebé acorda, por causa do ruído de uma mota que passou na rua, e volta a chorar, depois da mãe ter estado tempos infinitos a tentar adormecê-lo);
- Falta de paciência com as visitas – porque, às vezes, elas são tantas que não dão descanso nem à mãe nem ao bebé.
A “selfie” emocional e psicológica da mãe nas primeiras semanas após o parto é muito condicionada pelos seguintes fatores inerentes ao estado pós-gravídico:
- As grandes transformações físicas, fisiológicas, emocionais e sociais porque passa a mulher resultantes da gravidez, do parto e da sua nova condição de mãe;
- A ansiedade e o stress resultantes da responsabilidade de ter de cuidar adequadamente de um bebé indefeso;
- A grande instabilidade emocional típica do puerpério.
Por tudo isto, a “selfie da mãe ” mostra frequentemente uma mulher emocionalmente fragilizada e, muitas vezes, em risco aumentado de poder desenvolver problemas psicológicos.
Visitar a mãe que teve um bebé é uma tradição e um gesto social de consideração e afeto.
Para as mães, receber e conversar com as visitas costumam ser agradáveis momentos de convívio. Mas, quando são numerosas e demoradas, as visitas podem gerar fadiga e incómodo tanto à mãe e como ao bebé.
O que costumam dizer as visitas sobre o bebé:
- Que gorduchinho!
- É tão perfeitinho!
- É tão lindo!
- Sai mesmo ao lado da mãe!
- É a cara do pai!
- É tão fofinha! Chora muito?
O que costumam dizer as visitas à mãe:
- Olha como tu estás!
- Tens que cuidar mais de ti!
- Tens amamentado? É o melhor que tens a fazer, dizem que é essencial!
- Não faças isso! Olha que os bebés não gostam!
- Etc…
Como se sente a mãe depois de ter recebido muitas visitas:
- Já não aguento mais!
- Já não os posso ouvir!
- Estou saturada das visitas!
Conselho importante:
As mães devem ser impermeáveis a muitas das opiniões e recomendações que a visitas lhes dão.
Para que as visitas à mãe e ao bebé sejam experiências de satisfação e não um incómodo, é importante que os pais façam a sua adequada gestão e programação.
Dicas para que uma boa gestão das visitas
- Informe sobre os horários em que prefere receber as visitas.
- Negoceie o horário e o número de visitas, sempre que possível. Se for preciso, “invente uma mentirinha”, isto é, uma desculpa para não receber essas visitas em dias ou horas que não lhe convenham.
- Afaste o bebé da agitação e ruído das visitas. Coloque-o noutra divisão enquanto conversa com as visitas. Isto permitirá que o bebé a tenha a tranquilidade que necessita, para que depois, durante a noite, não vá chorar muitas vezes por não ter descansado bem durante o dia.
- Aceite ajuda das visitas, sempre que elas se ofereçam para a ajudar. Se tiver muita confiança com as visitas e se elas lhe perguntarem se necessita de ajuda (por exemplo, fazer um jantar, arrumar a casa ou a roupa), aceite-a, Sem hesitar
- Cabe, também a si saber aceitar ajuda quando as pessoas querem dar-lha. Aceite, cuide do seu bebé e de si.
Nas primeiras semanas após o nascimento de um bebé, todas as mulheres passam por um período de fragilidade psicológica, com risco aumentado em desenvolver problemas psicológicos.
As alterações psicológicas mais frequentes durante o puerpério são o “baby blues”.
“Baby blues” é uma expressão anglo-saxónica que significa “tristeza pós-parto”. Este é um estado emocional que ocorre após o parto em 50 a 80% de todas as recém-mamãs.
Os sintomas geralmente surgem entre o 2º e 5º dia após o parto, persistem durante 10 a 15 dias, e desaparecem espontaneamente até ao fim do primeiro mês.
Este estado é caracterizado por: lapsos de memória; sensações de fadiga, de ansiedade, de inquietação, de impaciência, de irritabilidade e de tristeza; e períodos de choro sem motivo aparente.
Para superar mais facilmente esta fase de “baby blues”, é importante que a recém-mamã se sinta, apoiada, ajudada e compreendida por toda a sua família.
A depressão pós-parto é um problema psiquiátrico que afeta 1 em cada 10 mulheres que foram mães recentemente.
Os sintomas característicos da depressão pós-parto são:
- Falta de interesse pelo bebé e sentimentos negativos para com ele;
- Falta de interesse por si própria, falta de energia e de motivação;
- Perda de prazer;
- Sentimentos de inutilidade e de culpa;
- Alterações do apetite e do peso;
- Alterações do padrão de sono (dormir mais ou menos do que é habitual);
- Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio.
Os sintomas da depressão pós-parto costumam surgir pouco após o nascimento do bebé – de um modo repentino ou progressivamente nos meses que se seguem ao nascimento do bebé – e tendem a persistir durante vários meses.
As alterações hormonais e as modificações da imagem corporal que normalmente ocorrem durante a gravidez assim como o stress são algumas das causas predispõem para a ocorrência da depressão pós-parto.
A psicose pós-parto é um problema psiquiátrico que afeta 1 em cada 1000 mulheres que foram mães recentemente.
Os sintomas característicos da Psicose Pós-parto são:
- Inquietação ou agitação;
- Sensação de fraqueza intensa e incapacidade em se movimentar;
- Choro e descontrolo emocional;
- Desconfiança;
- Confusão mental;
- Falar coisas sem sentido;
- Ter obsessão por alguém ou alguma coisa;
- Visualizar vultos ou ouvir vozes (alucinações).
Os sintomas mais severos duram entre 2 e 12 semanas e a recuperação pode demorar meses ou anos.
Esta condição é uma emergência psiquiátrica e requer tratamento hospitalizar, pelo elevado risco de suicídio.
Todos nós sabemos que o leite materno é o alimento ideal para o bebé.
Para a saúde da mãe, amamentação é também importante e a grande maioria das mães desejam amamentar.
Contudo, a amamentação não deve ser nunca encarada pela mãe como uma obrigação.
Não amamentar (por vontade própria ou por algum tipo de impossibilidade) deve ser considerado pela mãe e pelos seus familiares e amigos, como uma situação normal, sem motivo para culpabilizações ou críticas.
Para o bebé, é sempre preferível ter junto a si a mãe a dar-lhe biberão de leite, tranquilamente, com toda a sua atenção focada no bebé, a olhar e a falar para ele, do que ter a mãe a dar-lhe de mamar ao peito, mas que, ao mesmo tempo, está absorvida com dores que a sucção provoca nos mamilos gretados ou com a tensão e angustia de que o seu leite possa não ser suficiente para alimentar bem o bebé.
A compreensão, a ajuda e o apoio ativo e incondicional do pai nos cuidados a prestar ao bebé e na gestão da casa são fundamentais para o bem-estar físico e para o equilíbrio emocional e psicológico da mãe durante o puerpério.
A sexualidade após o parto
O casal deve saber e estar preparado para as alterações que vão surgir na sua sexualidade conjugal após o parto e durante o puerpério. Essas alterações são transitórias e perfeitamente superáveis pelo casal.
O casal deve saber que:
- É comum ocorrer libertação de leite materno durante a excitação sexual e o orgasmo;
- O contacto das mãos ou da boca com os mamilos da mãe, não prejudica a amamentação nem contamina o leite materno;
- Nas primeiras semanas após o parto, as relações sexuais sem penetração são, igualmente, uma forma alternativa e satisfatória de prazer e isentas de dor;
- Após o puerpério, a mulher irá continuar a ter as mesmas necessidades afetivas e sexuais, como qualquer outra mulher, apesar no seu novo papel de mãe.
De novo como uma Supermulher
Sentir-se de novo como uma supermulher é a sensação comum às mulheres depois de ultrapassadas as limitações do puerpério e quando verificam que a sua imagem corporal já recuperou das alterações ocorridas durante a gravidez e no parto e quando sentem que contam com o apoio e a ajuda incondicional do pai do bebé.
Nestes casos, com a auto-estima reforçada e o psicologicamente “em alta”, as mulheres, ao tirar o pijama e ao voltar a vestir a roupa “antiga”, vão voltar a sentir-se como umas verdadeiras supermulheres.
Dicas para o bem-estar psicológico da recém-mamã:
- Cuide de si e da sua imagem. Reserve diariamente um tempo para cuidar si própria.
- Não exija demasiado de si. Habitue-se a pedir ajuda ao marido ou aos seus familiares.
- Não “corte” nas horas de sono. Faça sestas sempre que possível e descanse o mais possível. Peça a colaboração do marido ou de familiares para as tarefas domésticas.
- Crie tempos de qualidade para si própria. Procure relaxar e fazer algumas pausas nos seus deveres de mãe. Arranje tempo para fazer aquelas coisas de que tanto gosta, como tomar um banho de espuma, saborear calmamente um chá, acender umas velas perfumadas, etc.
- Faça das refeições uma prioridade. Por motivos de saúde, é importante que a recém-mamã faça uma alimentação variada, equilibrada e completa. Não “salte” refeições. Uma boa alimentação, que satisfaça a mãe, tem sempre um impacto muito positivo no seu bem-estar psicológico e favorece simultaneamente a produção do leite materno.
- Retome progressivamente o exercício físico, mas não exagere. Uma caminhada de 30 minutos por dia faz muito bem, tanto ao corpo e como ao espírito.
- Procure apoio e ajuda nos que a rodeiam. Não se afaste dos amigos nem da família. Eles poderão ser uma grande ajuda nesta fase, por vezes, difícil. Não guarde para si a preocupações. Partilhe as suas experiências e os seus sentimentos com os seus familiares, as suas amigas ou com outras mães através das redes sociais ou em fóruns na Internet.
- Procure a ajuda profissional e consulte o médico ou o psicólogo se se sentir “muito em baixo”. Eles poderão recomendar-lhe as terapias de que necessitar, quer individuais quer em grupos de apoio, ou mesmo algum tratamento medicamentoso que lhe possa fazer bem.
Estes são alguns dos mitos que existem na cabeça de muitas pessoas acerca do que é ser mulher e mãe. É importante desmistificar estes mitos para se evitarem muitos sofrimentos psicológicos e desânimos injustificados às mães.
Todas as mulheres têm naturalmente o instinto maternal
Não, isso não é verdade. Nem todas as mulheres sentem a necessidade ou obrigação de serem mães – e não há nada de errado nisso.
Ser mãe é uma felicidade infinita
Sim é uma felicidade inigualável, mas essa felicidade é sempre interrompida por momentos menos felizes, de tensão, de preocupação e de tristeza.
Ser mãe é perder a liberdade
Não tem obrigatoriamente de o ser. Se a mãe for capaz de organizar bem seu o tempo e de pedir e aceitar a ajuda dos que a rodeiam, será possível continuar a ter o tempo que necessita para si e para poder realizar aquelas atividades de que gosta e que a fazem feliz.
Amamentar os nossos filhos transforma-nos em melhores mães
Não, isso não é verdade. De facto, amamentar ajuda na vinculação e na criação de laços afectivos fortes com o bebé. Mas, para além da amamentação, existem muitas outras formas, igualmente saudáveis, de dar amor e de criar os laços afetivos com o bebé.
Desde pequenas, todas as mulheres sonham em ser mães
Não, nem todas pensamos assim e não é por não sonharmos ser mães que passamos a ser menos mulheres do que as outras.
A depressão pós-parto é produto da falta de amor da pelo bebé
Não, isso não é verdade. A depressão pós-parto é uma perturbação psicológica que ocorre em algumas mulheres, independentemente da sua vontade ou do amor que têm pelo bebé. Como um dos sintomas da depressão pós-parto é a tristeza e o negativismo, pode parecer aos outros que a mãe se interessa pouco pelo bebé.
Se tiver cuidado, recupero a forma num instante
Raramente isso acontece. O habitual é haver uma recuperação gradual da forma física à medida que a mãe vai progressivamente retomando todas as atividades que anteriormente fazia.
Eu consigo fazer tudo sozinha
Esta é uma ideia errada e que costuma ter consequências prejudiciais para a mãe. Nenhuma pessoa consegue fazer tudo sozinha. As mães que pensam ser capazes de fazer tudo sozinhas (tratar do bebé, tratar delas, tratar da família, tratar da casa) acabam geralmente por entrar numa espiral de exaustão, de stress e ansiedade. Todas, mas mesmo todas as mães, necessitam sempre da ajuda dos familiares e dos amigos.
A mãe e o bebé, as primeiras semanas
“A Mãe e o Bebé – As Primeiras Semanas” é um projeto colaborativo dos Serviços de Pediatra, de Obstetrícia e Ginecologia, de Nutrição e de Psicologia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa que tem como destinatárias as grávidas seguidas nas consultas de Obstetrícia e nas sessões de Preparação para o Parto desta instituição de saúde.
Nas últimas semanas da gravidez, estas futuras mães são convidadas a assistir a uma das sessões públicas deste projeto, apresentadas por especialistas daqueles Serviços, e que são realizadas mensalmente no auditório do Hospital Padre Américo.
O objetivo destas sessões é transmitir informações práticas sobre os cuidados de saúde que a mãe deve ter consigo durante o puerpério, sobre os cuidados a prestar ao bebé nas primeiras semanas de vida e esclarecer as dúvidas que as futuras mães possam ter acerca destes mesmos temas.
Nos separadores que se seguem – “O bebé: as primeiras semanas”, “Puerpério. O que mãe deve saber”, “A nutrição ideal da mãe” e “O bem-estar mental da recém-mamã” – encontram-se os conteúdos informativos apresentados nas sessões públicas deste projeto.
Aleitamento Materno

Sabia que o Leite Materno tem influência na construção do Sistema Imunitário?
Após o nascimento, o intestino do recém-nascido é estéril, e os sistemas gastrointestinal e imunológico adaptam-se à vida extrauterina, num processo de desenvolvimento e maturação gradual. Este, acontece à medida que o recém-nascido vai sendo exposto às bactérias existentes no meio ambiente, e é influenciado pelo tipo de parto e pela alimentação do bebé. O leite materno, possui uma composição única e inimitável, específica em imunoglobulinas, anti-inflamatórios e imunoestimulantes, que dificilmente poderão ser igualáveis pelos seus substitutos, e que representam uma enorme relevância na prevenção de infeções. Destacam-se as suas características anti-infeciosas, cuja presença dos lactobacilos e das bifidobactérias, contribuem para o equilíbrio da flora intestinal, para a inibição da multiplicação de bactérias patogénicas e consequentemente, para a diminuição da incidência de colite e diarreia. Por outro lado, o leite materno é rico em oligossacáridos que promovem a seleção dos pré-bióticos, isto é, das bactérias benéficas à saúde intestinal. O leite materno contém anticorpos específicos a inúmeros microrganismos com os quais a mãe contactou ao longo de toda a sua vida, que transfere para o bebé, através da amamentação. Possui elementos bioquímicos, antioxidantes, fatores de crescimento e células imunocompetentes, que interagem entre si e com as mucosas intestinal e respiratória, estimulando a maturação do sistema imunitário do bebé. Estas caraterísticas adquirem especial importância, nos primeiros dias após o parto, e em bebés prematuros, mais vulneráveis às bactérias e infeções. Assim, o leite materno é o melhor alimento para o bebé. Não há outro leite que se lhe possa comparar. Por isso, conte connosco... no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), a equipa de enfermagem do serviço de Obstetrícia estará ao seu lado!
Sabia que o Leite Materno previne infeções?
Além de estimular o desenvolvimento do sistema imunitário do bebé, o leite materno possui imunoglobulinas que impedem o contacto e a adesão de vírus e bactérias à mucosa intestinal, protegendo contra infeções intestinais, diarreia, alergias e doenças auto-imunes. De entre uma variedade de cerca de 250 elementos de proteção encontrados no leite materno, destacam-se anticorpos com efeitos protetores contra infeções do ouvido e pulmão, resultantes da resposta da mãe à exposição prévia a agentes infeciosos. Estes, têm a capacidade de sobreviver nas membranas da mucosa respiratória e resistir à digestão, mantendo assim, uma proteção constante ao longo de todo o tubo digestivo do bebé. O leite materno, possui constituintes exclusivos que conferem proteção específica contra a gripe sazonal, a asma, a faringite, a bronquite e outras afeções do trato respiratório. O que, nos coloca perante a sua pertinência face às atuais circunstâncias de pandemia por COVID-19, e à possibilidade de o leite materno constituir um elemento de proteção eficaz para os recém-nascidos. Dentro do contexto internacional, a evidência científica disponível, recomenda que a amamentação deve ser preservada, mesmo em situações de SARS-CoV-2 positivo. E, nas situações de doença severa, em que se verifique a impossibilidade de amamentar, deve ser considerada a relactação, o mais precocemente possível. Advertindo, no entanto, para as devidas precauções de segurança, como sendo: a higiene respiratória, o uso de máscara durante a amamentação, a lavagem adequada das mãos antes e após contacto com o bebé e a limpeza e desinfeção das superfícies com que a mãe contactou. Assim, esta continua a ser uma decisão da mãe, desde que tenha condições clínicas e cumpra as recomendações de segurança. Por isso, conte connosco... no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) a equipa de enfermagem do Serviço de Obstetrícia estará ao seu lado.
Sabia que o Leite Materno também tem benefícios para a mãe?
Para além de ser o alimento mais seguro e completo para o bebé, que é capaz de estimular o seu sistema imunitário e prevenir infeções, o leite materno também possui inúmeros benefícios para a saúde da mãe. O pós-parto, representa um período de necessidades e vulnerabilidade para o organismo da mulher. Logo após o nascimento do bebé, é estabelecido o contacto pele a pele com a mãe. Através deste, é favorecido o aleitamento materno, e uma vez iniciada a estimulação do mamilo pela sucção do bebé, ocorre a libertação da hormona ocitocina que, atua simultaneamente, na ejeção do colostro e na contração do útero, favorecendo a saída da placenta e a diminuição do tamanho do útero, bem como o regresso à sua posição pré-gravídica. Este mecanismo diminui a perda de sangue, e com ele, o risco de hemorragia e anemia para a mulher. O aleitamento materno exclusivo, em livre demanda, durante as 24h, inibe a ovulação, funcionando como um contracetivo natural, que aumenta o espaçamento entre as gestações e diminui a proliferação celular, tornando-se preventivo do cancro do ovário. Por outro lado, a presença de macrófagos no leite materno, promove a destruição das células neoplásicas, detendo assim um efeito protetor da mama em relação ao cancro mamário. Durante a gravidez, verifica-se uma acumulação de 100 a 150 calorias por dia, culminando no aumento ponderal da mulher, o qual, através do gasto energético que a amamentação determina, será mais rapidamente revertido, com ganhos na saúde materna e na sua autoimagem. As hormonas envolvidas na lactação promovem o relaxamento, provocando sensação de tranquilidade e sentimentos de paz, e assim, conferindo proteção face ao risco de depressão pós-parto, associado às exigências deste período. Há ainda um favorecimento dos sentimentos de autoestima e autorealização, associado à ideia de produção do alimento para o seu filho. Assim, para além de todos os benefícios para o bebé, o aleitamento materno, é um processo fisiológico que também traz imensas vantagens para a saúde da mãe. Por isso, conte connosco... no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) a equipa de enfermagem do Serviço de Obstetrícia estará ao seu lado.
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Sabia que o Leite Materno também tem benefícios para a sociedade?
O leite materno possui inúmeros benefícios para a saúde da mãe e do bebé. As suas propriedades estimulantes do sistema imunitário e preventivas de alergias e infeções do trato gastrointestinal e respiratório, têm um grande impacto na melhoria da saúde da população infantil. As crianças amamentadas, têm menor probabilidade de ficar doentes, o que, em termos sociais, representa menor necessidade de cuidados para a família, com repercussão na produtividade dos pais, e na redução do absentismo ao trabalho. Isto significa uma diminuição de encargos financeiros para a família, e aumento da produtividade para as instituições empregadoras, com ganhos económicos para a sociedade. Por outro lado, o leite materno é um alimento natural, que está sempre pronto a ser consumido, evitando os gastos de tempo e energia na preparação e manipulação do leite artificial, o que representa uma mais valia na dinâmica familiar. Sendo produzido pela mãe, é um alimento ecológico, cuja produção não envolve consumo de recursos naturais, e, como não produz resíduos, não contamina o ambiente, o que significa uma vantagem para a saúde ambiental e climática do planeta que é de todos nós. Além disso, o aleitamento materno é a forma mais económica de alimentar o bebé, permitindo às famílias poupar nos custos associados à aquisição de leite artificial, biberons e tetinas. Neste sentido, o aleitamento materno, deve ser encarado como uma prática de sustentabilidade, a nível social, económico, ambiental e ecológico, que deve ser protegida e apoiada. A amamentação é uma responsabilidade de todos, e da qual, todos beneficiamos. Enquanto cidadãos envolvidos no desenvolvimento de uma sociedade mais saudável, capaz de preservar o futuro dos seus filhos e netos, devemos apoiar a mãe a amamentar o seu filho, ajudando-a na gestão de todas as suas dificuldades e no desempenho dos seus papeis. O sentimento de apoio, pode ser determinante na decisão da mãe de continuar a amamentar, e assim, possibilitar o usufruto dos benefícios da amamentação para todos nós. Por isso, conte connosco... no Centro Hospitalar do Tâmega Sousa (CHTS), a equipa de enfermagem do Serviço de Obstetrícia estará ao seu lado.
Sabia que o apoio é fundamental para o sucesso da amamentação?
O leite materno é o alimento ideal para o bebé. Os seus benefícios justificam a sua recomendação, em exclusivo até aos 6 meses, e como complemento da variação alimentar pelo menos até aos 2 anos. A importância da Amamentação na prevenção de doenças e infeções tem um grande impacto na promoção da saúde da mãe e da criança, o que a torna numa prática de interesse para a saúde pública, e, portanto, uma responsabilidade da sociedade. Segundo a OMS, o aumento das taxas de amamentação pode salvar a vida de mais de 800.000 crianças pequenas em cada ano, em todo o mundo, pelo que, enquanto cidadãos responsáveis, todos devemos envolver-nos na sua promoção. Atualmente, o relevante papel da mulher na família e no trabalho, pode ser um fator de abandono precoce do aleitamento materno, pelo que, o apoio fornecido à mãe, a todos os níveis, deve ser encarado como uma importante estratégia de prolongamento da amamentação. Assim, o pai e outros elementos significativos à família, têm um importante papel no apoio ao desempenho das tarefas domésticas e dos cuidados aos restantes filhos, contribuindo para os sentimentos de maior tranquilidade da mãe, que se sente assim mais disponível para a amamentação. Por outro lado, as instituições empregadoras devem respeitar as leis e políticas de proteção ao aleitamento materno, disponibilizando tempo e um local para a mãe amamentar/extrair leite materno. Nesta perspetiva, deve ser considerado o desenvolvimento de opções a nível de maior flexibilidade e/ou redução do horário de trabalho da mãe, de teletrabalho, e de abertura de creche, com possibilidade de as mães trazerem os seus bebés até ao seu local de trabalho. Ao nível das instituições de saúde, deve haver maior consciência dos profissionais, em relação aos benefícios sociais, económicos, ambientais e ecológicos do aleitamento materno, bem como da importância de fornecer apoio à mãe que amamenta. A Amamentação não é uma prática isenta de dificuldades, e os profissionais de saúde, encontram-se numa situação privilegiada de fornecer o apoio necessário e, assim, influenciar positivamente a decisão materna. Por isso, conte connosco... no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), a Equipa de Enfermagem do Serviço de Obstetrícia estará ao seu lado.
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Sabia que o Leite Materno é o melhor alimento para o bebé?
O leite materno apresenta-se como um alimento vivo e dinâmico, cuja constituição é variável ao longo do dia, e ao longo dos meses, por forma a acompanhar o crescimento da criança, adaptando-se às suas necessidades. É um alimento completo e natural, fonte essencial de energia e nutrientes, e adequado a praticamente todos os recém-nascidos. Sendo constituído por anticorpos, imunoglobulinas e fatores biológicos anti-inflamatórios, consegue prevenir infeções gastrointestinais, infeções do ouvido médio, infeções respiratórias e urinárias, bem como leucemia linfocítica aguda e síndrome de morte súbita do lactente. Por outro lado, tem um efeito protetor sobre as alergias, nomeadamente as específicas para as proteínas do leite de vaca, com impacto na redução do risco de dermatite atópica e de asma. O colostro (leite materno produzido nos primeiros dias) é de fácil digestão e tem propriedades laxantes que favorecem a expulsão do mecónio (primeiras fezes do recém-nascido) e com ele as bilirrubinas, diminuindo o risco de icterícia. O facto de a sua constituição nutricional ser variável, de acordo com a alimentação da mãe, faz com que a criança amamentada tenha uma melhor adaptação a outros alimentos, dado que, ao longo da amamentação foi contactando com os nutrientes dos alimentos consumidos pela mãe, por meio do leite materno. Assim, a longo prazo, salienta-se a sua importância na prevenção de doenças inflamatórias do intestino, de doença celíaca, de linfomas, de Obesidade e as doenças que lhe estão associadas: diabetes, hipertensão arterial, hipercolesterolemia e problemas cardiovasculares. Mas, os seus benefícios ultrapassam a esfera biológica e verificam-se também a nível psicológico e emocional, dado que o fortalecimento do vínculo afetivo entre a mãe e o bebé proporciona mais e melhor interação, favorecendo o desenvolvimento psicomotor, com impacto no aumento da capacidade cognitiva da criança e no reforço dos seus níveis de confiança. Assim, considera-se que o aleitamento materno é uma prática fundamental para a melhoria das condições de saúde da população infantil, diminuindo os indicadores de morbilidade ao longo de todo o ciclo vital. É a melhor opção para o recém-nascido, por isso... conte connosco, no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) a equipa de Enfermagem do Serviço de Obstetrícia estará ao seu lado.Aleitamento Materno
O leite materno é o alimento completo, seguro, mais adequado ao desenvolvimento da criança, e por isso recomendado, em exclusivo até aos 6 meses, e como complemento da diversificação alimentar, pelo menos até aos 2 anos. A sua importância para a saúde, verifica-se ao longo de todo o ciclo vital e justifica a sua promoção, com divulgação dos seus benefícios junto da população.
Conheça todas as vantagens e benefícios do aleitamento materno:
Sabia que o Apoio é fundamental para o Sucesso da Amamentação?
Sabia que o Leite Materno previne infeções?
Sabia que o Leite Materno também tem benefícios para a mãe?
Sabia que o Leite Materno também tem benefícios para a sociedade?
Sabia que o Leite Materno tem influência na construção do Sistema Imunitário?
Sabia que o Leite Materno é o melhor alimento para o bebé?
Acidente Vascular Cerebral (AVC)
AVC: Guarde (n)a sua Memória
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) continua a ser uma das principais causas de morte em Portugal, sendo também a principal causa de morbilidade e de potenciais anos de vida perdidos no conjunto das doenças cardiovasculares. A promoção de uma alimentação e estilo de vida saudável é essencial para a prevenção do AVC.“Na cadeia de sobrevivência do AVC, reconhecer os sinais de alerta é fundamental”
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Projeto Guarde (n)a sua Memória
Os dados do Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) mostraram que, nos últimos anos, a percentagem de doentes submetidos a terapêutica de reperfusão foi inferior a 5% em relação ao total de doentes que tiveram um Acidente Vascular Cerebral isquémico. Esta percentagem é uma percentagem baixa e, nesse contexto, o Serviço criou um projeto, com três fases, que pretende aumentar o número de doentes submetidos à terapêutica de reperfusão. Numa primeira fase, foi feito um inquérito em todos os Centros de Saúde abrangidos pelo nosso Centro Hospitalar. Concluiu-se que os utentes reconheciam os sinais e sintomas do AVC, como por exemplo, boca ao lado, falta de forças no braço, alteração na fala. Mas quando questionados sobre “o que fazer perante a suspeita de um AVC”, só 68,7% diziam “Liga 112”. Tendo em conta estes dados, foi criada a segunda fase do projeto, “Guarde na sua memória, guarde a sua memória, ligue a tempo 112”, com o objetivo de sensibilizar a população para os sinais de alerta e formas de atuar perante a suspeita de um de AVC.Unidade de AVC do CHTS
A Unidade de AVC do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) iniciou a sua atividade a 15 de julho de 2009 e foi criada após a implementação da Via Verde AVC no Centro Hospitalar. Esta Unidade está integrada no Serviço de Medicina Interna, no Hospital Padre Américo, e o espaço físico é composto por uma enfermaria de oito camas, com monitorização eletrocardiográfica contínua, destinada aos doentes admitidos com um evento vascular cerebral em fase aguda. A equipa responsável é constituída por quatro especialistas de Medicina Interna, um especialista de Neurologia e Enfermeiros com especial incidência na reabilitação. Nesta equipa, colaboram também na abordagem multidisciplinar, especialistas em Cirurgia Vascular, Fisiatria e uma Assistente Social. Iniciar precocemente o tratamento e a neuro-reabilitação, prevenir o agravamento do AVC, identificar fatores de risco, implementar medidas preventivas do AVC recorrente, prevenir complicações, tratar comorbilidades e desenvolver um plano de alta e de follow-up adequados são os objetivos da Unidade de AVC do CHTS. As recomendações mais recentes demonstram que a terapêutica de reperfusão (trombólise endovenosa e trombectomia) permitem uma recuperação da autonomia funcional em mais de 60% dos doentes. Estes dados reforçam a importância da dinâmica das Unidades de AVC, de que é exemplo o projeto “Guarde (N)a sua memória: ligue a tempo 112”, do Serviço de Medicina Interna, campanha atual para a sensibilização da população sobre a importância da rápida e correta intervenção nos eventos vasculares cerebrais. A Unidade de AVC conta no seu currículo com cinco projetos de investigação premiados nas diferentes reuniões do Núcleo de Estudos de Doença Vascular Cerebral da SPMI desde 2013. Em 2016, no âmbito do 17º Congresso do Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), a Unidade de AVC do CHTS foi distinguida com o "Prémio de Mérito AVC, Inovação e Dinamismo".
AVC: prevenção e sinais
O Dia Nacional do Doente com AVC, comemorado anualmente a 31 de março, foi estabelecido em Diário da Republica em 2003 com intuito de alertar para esta problemática e, deste modo sensibilizar a sociedade para as medidas que podem/devem ser adotadas para o evitar. O AVC é um défice neurológico súbito de origem isquémica (deficiência de irrigação sanguínea) ou hemorrágica e continua a ser uma das principais causas de morte em Portugal. De acordo com a Sociedade Portuguesa do AVC, Portugal é, na Europa Ocidental, o país com a maior taxa de mortalidade na população com menos de 65 anos de idade. A adoção de estilos de vida saudáveis é considerada a melhor medida preventiva, assim a alimentação saudável, promoção da atividade física, redução/abandono de consumo de tabaco e álcool e o controlo de doenças como a hipertensão, diabetes e arritmias cardíacas são essenciais. A sintomatologia de um AVC depende da área cerebral afetada e pode ser reconhecida recorrendo à regra dos 3 F’s:- Face: desvio da face (comissura labial ou uma das pálpebras descaídas)
- Força: alteração da força num braço, perna ou em ambos os membros do mesmo lado
- Fala/Linguagem: erros na articulação das palavras, nomeação, compreensão, fluência ou repetição alterados.
Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 29 de março de 2019
Alergias

A primavera já chegou… mas os pólenes também!
A primavera já chegou! Vem aí o bom tempo, os dias bonitos, as flores... mas também os pólenes e as alergias. Em Portugal a maior concentração de pólenes na atmosfera ocorre nos meses de primavera. Durante estes meses, os pólenes libertados pelas plantas irão provocar sintomas a quem for alérgico a estas pequeníssimas partículas. Assim, quem sofrer de rinite alérgica aos pólenes irá ter espirros frequentes, prurido nasal, entupimento e corrimento nasal; quem sofrer de conjuntivite alérgica irá ter lacrimejo frequente e prurido ocular; e os que são portadores de asma alérgica poderão ter tosse irritativa ou dificuldade em respirar, sobretudo durante a realização de exercícios físicos ao ar livre. Durante estes meses polínicos, as crianças e adultos alérgicos aos pólenes podem tentar reduzir estes incomodativos sintomas de alergia, evitando brincar, fazer desporto ou piqueniques em espaços relvados ou arborizados; evitando passear ao ar livre em dias quentes e ventosos, entre as 12 e as 15 horas; evitando dormir com as janelas do quarto abertas; evitando fazer férias em regiões onde haja predomínio de plantas a cujo pólen seja alérgico (pode consultar o calendário polínico da região no site www.spaic.pt). Poderão, simultaneamente, aliviar esses sintomas de alergia tomando medicamentos específicos prescritos pelos seus médicos assistentes.Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 29 de março de 2018

Rinite, conjuntivite, asma e urticária são as doenças alérgicas mais comuns na primavera
A Primavera é a estação polínica por excelência. A quantidade de grãos de pólen no ar é muito elevada, fator que condiciona os sintomas de alergia, causando, desta forma, problemas respiratórios. As doenças mais comuns são a rinite, conjuntivite, asma e urticária. São mais frequentes nas crianças e jovens, mas também atingem o adulto. As alergias devem ser tratadas, mas não podemos falar em cura. Há medidas para aliviar os sintomas mais incomodativos e há medicamentos para prevenir e diminuir a resposta do organismo aos efeitos causadores. Para prevenir ou diminuir os sintomas, deve evitar-se o que for evitável e tomar medidas gerais de proteção – quando andar de carro, feche as janelas para entrarem menos pólenes e poeiras, não tenha plantas dentro de casa, nem deixe que o cão e o gato entrem no quarto onde dorme. O uso de óculos de sol também tem um efeito protetor importante. Protegem os olhos dos pólenes e reduzem o impacto da hipersensibilidade à luz. O Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) trata casos de alergias respiratórias no adulto e o Serviço de Pediatria as alergias na criança.Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 12 de abril de 2019
Alimentação

A água é essencial!
Estamos no Verão, e, com este, a necessidade e a vontade do consumo de água aumenta. A água contribui com mais de metade do peso do corpo. Os seres vivos, são constituídos na maior parte por água. No caso dos humanos, ela contribui com 65% para o peso corporal em adultos jovens, com 58% em idosos e com 80% em recém-nascido. A água é indispensável para a difusão e transporte de nutrientes e outras substâncias pelo sangue e demais líquidos extracelulares, para o funcionamento das células e para o equilíbrio tensional de solutos orgânicos… A quantidade de água que o organismo necessita advém da necessidade dos fluídos corporais individuais. São diversos os fatores que influenciam as necessidades hídricas diárias, nomeadamente a idade, a gravidez e lactação, a actividade física, o tipo de alimentação, o clima e as perdas aumentadas que podem ocorrer derivadas de vómitos, náuseas, entre outros. A transpiração, utilizada para manter a temperatura corporal constante em cerca de 37ºC, é uma das principais causas de perda de água do organismo, mas também perdemos líquidos através da urina, fezes e respiração e quando estes excedem os aportes ingeridos a pressão osmótica aumenta e pode ocorrer desidratação celular. Às crianças deve ser dada toda a água que peçam, e não será de mais! Também os idosos, deverão beber bastante água, apesar de estes acharem que nunca têm sede. No entanto, esta situação é enganosa. É necessário que os idosos bebam água, mesmo que estes recusem, para que estejam sempre hidratados. Todos nós, devemos beber água, pois, esta trás benefícios, na medida que a água ajuda a defecar, torna as infeções urinárias menos constantes, e, o cansaço com o tempo quente, será menor. O corpo humano não trabalha nem sobrevive sem água! Na verdade, todas as células e funções dos órgãos que compõem toda a nossa anatomia e fisiologia dependem da água para o seu funcionamento. Urina abundante, clara e pouco cheirosa, indica que se está a beber o suficiente. Do mesmo modo que a água mineral, refrigerantes com ou sem gás e o leite, não são adequados para tirar a sede, o vinho e a cerveja, também não! Embora a água seja a melhor bebida a ingerir para satisfazer a sede, pode também recorrer a outro tipo de líquidos como infusões ou água aromatizada com fruta sem adição de açúcar ou adoçantes. As bebidas açucaradas irão levar a um consequente aumento dos hidratos de carbono de absorção rápida que por conseguinte levará ao aumento de picos de glicémia (açúcar no sangue) sendo este considerado um dos fatores de risco do síndrome metabólico, obesidade, e Diabetes Mellitus tipo 2. Assim é recomendado, para os indivíduos adultos saudáveis, a ingestão de cerca de 1,5 L a 3L de água por dia. Não há inconveniente em beber às refeições, quantidades maiores ou menores conforme a “secura da comida”. No entanto, no Verão o corpo perde mais água do que quando está frio. Logo, a pessoa tem necessidades aumentadas de água para se manter hidratado. De qualquer maneira a água é necessária para todos os seres humanos, sendo Verão ou não. Por isso, a água deve constar na “lista” de comida de todos. Não saia de casa sem a sua garrafa de água! Beba água e sentir-se-á melhor! Ótima Saúde!Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 17 de agosto de 2018

Emagrecer não é enfraquecer!
Com o aproximar do verão muitas pessoas iniciam uma série de dietas, nem sempre adequadas, e que muitas vezes acarretam uma série de desajustes alimentares graves. Lembre-se que antes de iniciar qualquer dieta, ela não deve fazer mal! Deverá portanto fornecer o máximo possível de minerais, vitaminas e complantix (fibras), a quantidade justa de proteínas, hidratos de carbono suficientes para manter a nutrição cerebral, e o mínimo de gordura. A água deve ser abundante para prover boa hidratação. A dieta deverá ainda ser agradável e saborosa, e deve ser servida em múltiplas refeições, de modo a que se coma, antes de sentir fome. Decididamente as dietas não devem ser radicais, de fome, ou muito desequilibradas porque isto pode provocar desnutrição proteica uma vez que não se ingere de forma sistemática a quantidade adequada de hidratos de carbono, que poderá acarretar destruição muscular, perda de matriz proteica dos ossos e grave envelhecimento da pele. Estas dietas radicais podem também originar formação de cálculos renais e, sobretudo da vesícula, além que originam quebra das defesas orgânicas contra as infecções, que pode acontecer até alguns meses após a dieta acabar.Emagrecer não é enfraquecer!
É muito importante que o programa de emagrecimento (dieta e exercício) se cumpra com acompanhamento adequado e sem falhas até o objetivo ser atingido. Quando se anda sempre em dieta significa que nunca se cumpre a sério, assim de dieta em dieta, as exigências do nível do gasto energético basal do organismo baixam de tal maneira que se engorda mesmo sem cometer exageros. Se anda ou está a pensar fazer dieta sem aconselhamento adequado tenha atenção se sentir tonturas, cefaleias, suores ou qualquer outra sensação desagradável. Pode significar que está a comer menos que o necessário. Não se esqueça! Uma dieta de emagrecimento só deve ser elaborada por um nutricionista. Ótima saúde!Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 27 de abril de 2018
Doença Celíaca - Intolerância ao Glúten
"A Doença Celíaca é uma doença crónica. O tratamento é baseado única e exclusivamente na restrição de glúten na dieta. Requer eliminar o glúten da alimentação durante toda a vida. O glúten encontra-se presente no trigo, cevada, centeio e aveia." Consulte aqui o folheto sobre Dieta na Doença Celíaca (Ficheiro PDF, 1,26 MB)
Alimentação Saudável
Os maus hábitos alimentares bem como a falta de exercício físico são dois dos principais fatores de risco para o aparecimento de doenças como a obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. Desta forma, é fundamental que optemos sempre por um estilo de vida mais saudável e para que tal aconteça devemos ir de encontro com o que a roda dos alimentos nos aconselha.
Segundo a roda dos alimentos, a alimentação deve ser:
Completa - Ingerir alimentos de cada grupo e beber água diariamente; Equilibrada - Comer maior quantidade de alimentos pertencentes aos grupos de maior dimensão e menor quantidade dos que se encontram nos grupos de menor dimensão, de forma a ingerir o numero de porções recomendadas Variada - Ingerir alimentos diferentes dentro de cada grupo. Recomendações importantes:- Tomar sempre um pequeno almoço equilibrado;
- Não estar mais de 3 a 3,5 horas sem comer;
- Não comer muito numa só refeição;
- Mastigar bem os alimentos;
- Variar nos métodos de confeção (optando sempre por grelhados, estufados, cozidos ou assados sem gordura);
- Reduzir o consumo de sal;
- Aumentar o consumo de fruta e legumes;
- Preferir sempre o consumo de carnes brancas (peru, frango e coelho) e peixes gordos (sardinha, cavala...);
- Evitar alimentos ricos em gorduras e açúcar;
- Optar sempre por gorduras mais saudáveis, privilegiando o azeite;
- Praticar exercício físico;
- Beber 8 a 10 copos de água por dia.
- Açúcares e produtos açucarados (açúcar, mel, chocolates, gelados, entre outros);
- Enchidos, fumados e outros produtos de charcutaria;
- Produtos de “snack”;
- Salsichas, fast-food, conservas e enlatados;
- Caldos concentrados de carne e outros;
- Produtos pré-confecionados;
- Natas, molhos gordos, maionese, ketchup, entre outros;
- Refrigerantes com ou sem gás;
- Bebidas alcoólicas;
- Evitar os fritos e alimentos muito gordurosos.
Mantenha o seu peso adequado à sua estatura
- É fundamental que se mantenha o mais saudável possível;
- Procure obter um equilíbrio entre a energia que consome e a energia que gasta;
- É importante que não consuma mais energia do que aquela que consegue gastar, isto fará com que ganhe peso.
Qual é o peso saudável?
Para que se avalie o peso saudável de cada pessoa, utiliza-se o Índice de Massa Corporal (IMC), o mesmo determina se cada um de nós tem ou não o seu peso adequado à sua respetiva estatura. Como se calcula o IMC? IMC= Peso / Altura x Altura Exemplo para uma mulher que tem 60 kg e mede 1,57 m IMC= 60 kg/ (1,57 m x 1,57 m)= 24,3 kg/m2IMC | Classificação |
< 18,5 | Abaixo do peso |
18,6 - 24,9 | Peso normal |
25 - 29,9 | Pré-obesidade |
30,0 - 34,9 | Obesidade Grau I |
35,0 - 39,9 | Obesidade Grau II |
> ou = 40,0 | Obesidade Grau III |
Referências bibliográficas:
Mahan, L. & Escott – Stump, S. (2010). Krause, alimentos, nutrição e dietoterapia. 12ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
Direcção-Geral de Saúde (2013). Programa Nacional de Combate à Obesidade. Lisboa: Europress, Lda.
Consulta de Estomaterapia
Consulte, clicando nos links abaixo, os folhetos distribuídos pelo Serviço de Cirurgia 2 e Consulta de Estomaterapia:
Aprender a viver com uma Ileostomia (Ficheiro PDF, 1MB, A4)
Aprender a viver com uma Colostomia (Ficheiro PDF, 1MB, A4)
Diabetes
A insulina na Diabetes mellitus tipo 2: qual o seu papel?
[caption id="attachment_11400" align="alignnone" width="150"]
Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 1 de fevereiro de 2019
Pé diabético: o que é e cuidados a ter
[caption id="attachment_11404" align="alignnone" width="150"]
- Deve limar as unhas com lima de cartão por cima e nas pontas de forma reta e arredondando ligeiramente os cantos.
- Não mergulhe os pés em água sem testar a temperatura - a sensibilidade pode estar diminuída e sofrer uma queimadura sem se aperceber.
- Deve andar sempre de meias mesmo durante o verão, para evitar fazer feridas por fricção com o sapato ou provocadas por objetos que entrem nele.
- As meias devem ser de algodão ou lã, sem costuras ou elásticos nos tornozelos e de cor clara, pois mancham-se, denunciando uma eventual ferida.
- Deve evitar andar descalço mesmo em casa. Pequenos objetos tais como “picos” podem fazer grandes feridas.
Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 19 de julho de 2019
Gripe
Gripe: vacine-se e proteja- se!

Rita Veiga Ferraz, Coordenadora Unidade Doenças Infeciosas
A gripe é uma doença respiratória causada pelo vírus Influenza e transmite-se através de gotículas emitidas pelas pessoas infetadas enquanto estas falam, tossem ou espirram.
Os sintomas da gripe são conhecidos por todos: mal-estar geral, febre, dores musculares e de garganta, tosse, corrimento nasal, congestão ocular, dores de cabeça, cansaço.
Pode ser, por alguns, considerada uma doença sem importância, e é frequentemente indistinguível de outras infeções víricas também comuns, mas existem determinadas situações em que o risco de desenvolver complicações é maior e até indivíduos saudáveis podem ter um desfecho negativo.
Essas complicações podem ser a pneumonia, otite, sinusite, descompensação de patologia cardíaca ou respiratória pré-existente e até a morte.
Aqueles que apresentam maior risco de sofrerem essas complicações são: pessoas nos extremos de idade, inferior a cinco e superior a 65 anos, as grávidas, e as que sofrem de patologias crónicas.
A doença grave, a evolução desfavorável e a hospitalização podem ser prevenidas através da vacinação anual. Esta está indicada para indivíduos com idade superior a 6 meses e deve ser administrada antes do início da epidemia da gripe. Após a sua administração, são necessárias cerca de duas semanas para que se produzam anticorpos contra o vírus em quantidade suficiente para conferir proteção à infeção.
Outras medidas preventivas consistem em evitar o contacto próximo com pessoas doentes, sendo fundamental a lavagem frequente das mãos.
Se tiver sintomas sugestivos de gripe, fique em casa e evite contacto com outras pessoas, a não ser que apresente sinais de alerta que devam motivar avaliação por um médico, nomeadamente, dificuldade em respirar, dor no peito, vómitos muito frequentes, tonturas, melhoria inicial com surgimento novamente de febre e agravamento dos sintomas.
Vacine-se e proteja- se! E não, a vacina não causa gripe. A vacina serve exatamente para a prevenir!
Inaladores: como utilizar
Inaladores: como utilizar
Usados no tratamento de algumas doenças respiratórias, nomeadamente, da asma e da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), os inaladores devem ser utilizados correctamente para que se obtenham os melhores resultados.
O CHTS disponibiliza aqui vários folhetos com imagens e indicações sobre como utilizar cada um destes dispositivos.
Inalador pressurizado com câmara expansora
Inalador de pó seco Turbohaler Twisthaler
Inalador de pó seco Handihaler
Inalador de pó seco Ellipta Forspiro
Inalador de pó seco Aerolizer Breezhaler
Inalador de névoa suave com câmara expansora
Infeção VIH: prevenção e rastreio
Infeção VIH: prevenção e rastreio
A infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) é uma doença crónica e indolente que não tendo ainda cura, tem tratamento. Nos dias de hoje as pessoas que vivem com VIH têm uma esperança média de vida semelhante a pessoas não portadoras do vírus, desde que cumpram a terapêutica antiretrovirica.
Em Portugal vivem com o VIH, atualmente, mais de 34 mil pessoas, o que corresponde a uma prevalência na população geral de cerca de 0.7%.
Os diagnósticos da infeção no nosso país continuam a ser efetuados demasiado tardiamente, o que se associa a um pior prognóstico da doença.
Devemos lembrar-nos de que esta doença é invariavelmente fatal se não tratada, uma vez que a depleção do sistema imunológico se manifesta eventualmente por infeções oportunistas ou neoplasias agressivas e de difícil tratamento.
É fundamental atuar na prevenção e no rastreio precoce que deve ser facilitado e sem barreiras.
A quimioprofilaxia/prevenção primária da infeção pelo VIH (PrEP, do inglês pre-exposure prophylaxis) é uma prática já estabelecida em muitos centros de referência internacional, encontrando-se legislada e tendo sido emitida uma norma da DGS que recomenda a sua realização em todas as unidades hospitalares onde é efetuada consulta e terapêutica para o VIH/SIDA. Associada a recomendações e orientações facilitadoras e educativas, a PrEP associa-se a uma redução potencial dos novos casos de infeção pelo VIH em cerca de 90%. O objetivo principal é reduzir a incidência de infeção pelo VIH em população de risco e, assim, conseguir também redução da prevalência dos comportamentos de risco visados.
A consulta de PrEP é realizada no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), desde 2019, pela Unidade de Doenças Infeciosas e qualquer doente pode solicitar agendamento de consulta por email – consulta.infeciologia.prep@chts.min-saude.pt – ou então diretamente no Balcão da consulta externa.
Incontinência
REALIDADE VIRTUAL NO TRATAMENTO DA DISFUNÇÃO DO PAVIMENTO PÉLVICO
No Serviço de Medicina Física e Reabilitação do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), o tratamento de utentes com disfunção do Pavimento Pélvico é uma das áreas onde é utilizada a realidade virtual. A realidade virtual é usada na prática clínica com o objetivo de proporcionar um contexto de jogo, mais lúdico, enquanto se recebe tratamento, acrescentando inovação e maior interatividade à intervenção do fisioterapeuta. “Uma das nossas prioridades é que as sessões de tratamento sejam estimulantes e adequadas às necessidades individuais de cada utente”, afirma Manuela Martinho, coordenadora de Fisioterapia do Serviço de Medicina Física e Reabilitação do CHTS. “Se a realidade virtual é uma ferramenta fundamentada pela evidência científica e, acima de tudo, muito motivacional, faz todo o sentido que a utilizemos. Ao contribuir para aumentar a adesão ao tratamento e os ganhos em saúde, vamos ao encontro do propósito maior da instituição que servimos.” A Saúde Pélvica/Disfunção do Pavimento Pélvico foi a área onde se iniciou a aplicação desta modalidade. “Usar os avanços da tecnologia para alcançar saúde e minorar uma disfunção do Pavimento Pélvico, de uma forma mais agradável e aliciante é, seguramente, um caminho a seguir”, reforça Cátia Santos, médica fisiatra responsável pela Consulta do Pavimento Pélvico no Serviço. [Best_Wordpress_Gallery id="526" gal_title="REALIDADE VIRTUAL NO TRATAMENTO DA DISFUNÇÃO DO PAVIMENTO PÉLVICO"]A incontinência urinária
[caption id="attachment_11407" align="alignleft" width="125"]
- A incontinência urinária afeta 20% da população portuguesa com mais de 40 anos, o que significa que 1 em cada 5 portugueses acima dos 40 anos sofrem da doença;
- Estudos realizados na população Portuguesa apontam para a existência de 600 mil incontinentes nos diferentes segmentos etários. Com o envelhecimento da população, a tendência será este número continuar a crescer;
- Entre os 45 e os 65 anos a proporção de casos de incontinência urinária é de 3 mulheres para cada homem;
- 50% das pessoas institucionalizadas sofrem de incontinência urinária;
- A taxa de cura da incontinência urinária é de 90%.
Perdas de urina, fezes ou gases? O fisioterapeuta pode ajudar
[caption id="attachment_11410" align="alignleft" width="91"]
Osteoporose

Tiago Meirinhos, reumatologista
Osteoporose, a doença silenciosa
A osteoporose é uma doença caracterizada pela diminuição da densidade mineral do osso, tornando-o mais fraco e suscetível às fraturas que ocorrem tipicamente na anca, coluna vertebral ou punho. Habitualmente não pensamos nesta doença até nos “cair” nas mãos, com fraturas em nós ou nos nossos familiares.
A maioria das fraturas ocorre em pequenos acidentes domésticos. Assim, é essencial a adoção de medidas preventivas de forma a minimizar este risco: a iluminação em casa deverá ser adequada e de fácil acesso, para evitar por exemplo as quedas nas idas à casa de banho durante a noite; as banheiras deverão ser substituídas por polibãs e o uso de carpetes deverá ser limitado, uma vez que tornam o piso escorregadio e aumentam as quedas.
Para um osso forte é necessária uma alimentação saudável com ingestão apropriada de cálcio, e ter níveis adequados de vitamina D; também a medicação e as doenças crónicas podem influenciar a densidade do osso. É também essencial a prática regular de exercício físico em qualquer idade, já que este fortalece o osso, e aumenta a força muscular e o equilíbrio, diminuindo o risco de quedas.
Não se esqueça, pense nos seus ossos antes que seja tarde de mais!
Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 16 de agosto de 2019
Saúde e Bem-estar
Lavar as mãos salva vidas
Nos cuidados de saúde, a higiene das mãos é uma das medidas mais simples e mais efetivas na redução da infeção. É consensual que a transmissão de microrganismos entre os profissionais e os doentes e entre doentes, através das mãos, é uma realidade incontornável, daí a relevante importância da sua lavagem. Estamos todos cientes que as mãos são a estrutura do corpo mais utilizada no contacto direto, sendo, por consequência, um veículo de transmissão de microrganismos. A higiene das mãos, termo geral que se refere a qualquer ação que envolva a limpeza das mãos (OMS, 2010), tem sido altamente reconhecida ao longo das duas últimas décadas como o método mais eficaz na prevenção e redução de transmissão das IACS (Geilleit et al., 2018). Aliada à comemoração do DIA DA HIGIENE das MÃOS, que se comemora a 5 de maio, gostaríamos de relembrar a sua importância - LAVAR AS MÃOS pode salvar vidas, uma vez que é quebrada a cadeia de transmissão de microrganismos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a implementação da estratégia de higiene das mãos integrada no conjunto das precauções básicas, constitui a medida mais relevante na prevenção no controlo da infeção. É, também, considerada uma medida com impacto indireto no controlo das resistências aos antimicrobianos. Lavar as mãos corretamente com água e sabão é a forma mais simples e eficaz de você ajudar a reduzir a transmissão da infeção e proteger-se a si e aos que o rodeiam. É de extrema importância que esta medida seja incutida às crianças, para que saibam os benefícios e a importância da correta lavagem das mesmas. Encorajá-las a lavar as mãos na altura certa vai ajudar a garantir que esta prática se vai tornar um hábito ao longo da vida. Como lavar as mãos? Apenas demora cerca de 60 segundos para lavar as mãos corretamente. É o mesmo tempo que levamos a cantar "Parabéns a você" duas vezes seguidas. Quando lavar as mãos? Lavar as mãos deve fazer parte da rotina de todos nós, especialmente nestes momentos:- Antes de comer ou manusear os alimentos
- Após ter utilizado a casa-de-banho
- Após assoar o nariz, tossir ou espirrar
- Após tocar em animais ou nos seus dejetos
- Após manusear resíduos
- Após mudar fraldas
- Antes e após tocar em doentes ou feridas
- Antes e após ir de visita a uma enfermaria (lembrar que também estão disponíveis soluções-alcoólicas para as mãos como alternativa).
- Sempre que as mãos estejam visivelmente sujas
- Antes e após contactar com os doentes
- Após contactos contaminantes (exposição a fluídos orgânicos)
- Após contactar com materiais e equipamentos que rodeiam o doente
- Antes de técnicas assépticas (recomenda-se a desinfeção das mãos)
- Antes e após usar luvas

Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 6 de julho de 2018

Texto publicado originalmente no Jornal Imediato a 7 de junho de 2019.

Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 2 de agosto de 2019

- Deve afastar o pénis e examinar cada testículo separadamente.
- Segurar o testículo com as duas mãos e roda-lo delicadamente entre os dedos.
- Procurar sentir a presença de nódulos ou qualquer alteração no tamanho, forma ou consistência dos testículos.
Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 23 de novembro de 2018
Contributos para a melhoria da gestão da asma das crianças e jovens
Consulta de Enfermagem de Patologia Respiratória Pediátrica do CHTS
A Consulta de Enfermagem de Patologia Respiratória pediátrica é uma atividade assistencial desenvolvida pelas enfermeiras especialistas em Saúde Infantil e Pediatria, da Consulta externa do CHTS. Esta surge no âmbito do projeto de enfermagem da “consulta de enfermagem da alergia pediátrica”, aprovado em fevereiro de 2022 pelo Conselho de Administração do CHTS. Deste modo, a sua dinamização tornou-se um desafio, mas também, uma ferramenta fundamental na gestão da asma da criança e/ou jovem, bem como uma estratégia de educação e promoção da saúde, contribuindo para melhoria da qualidade de vida das crianças e jovens seguidos na consulta externa do CHTS. A asma é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas, caracterizada pelo estreitamento dos brônquios, que resulta na sensação de dificuldade em respirar, sibilância (chiadura no peito ao respirar), tosse, falta de ar e aperto no peito. Frequentemente, a asma nas crianças tem uma base alérgica, mas pode, também, existir asma sem alergias. Apesar de um quadro de asma alérgica, outros fatores podem desencadear os sintomas, nomeadamente infeções virais, rinite não controlada, agudização da sinusite e fatores irritativos (fumo, tabaco, cloro, giz, ansiedade, riso e exercício físico). O objetivo primordial da criação desta consulta de enfermagem é a implementação de um modelo de consulta que garanta a resposta a crianças e jovens portadoras de asma (com ou sem alergia associada), que são seguidas em consulta na nossa instituição, de modo a garantir o acompanhamento, melhorar a adesão ao regime terapêutico, diminuir a probabilidade de agudizações, reduzir a necessidade de recurso ao serviço de urgência, aumentar a segurança dos utentes e contribuir para a melhoria da sua qualidade de vida. Assim, foi criada informaticamente a consulta de enfermagem de patologia respiratória pediátrica e de imunoalergologia pediátrica, para que as enfermeiras possam registar os cuidados realizados a cada utente. Com esta consulta, em sintonia com a consulta médica, esperamos alcançar o melhor controlo da asma das nossas crianças e jovens, manter um contacto mais próximo entre utentes e profissionais de saúde, diminuir o absentismo laboral por parte dos pais e cuidadores, diminuir o absentismo escolar, pelo menor recurso aos serviços de saúde, através de uma metodologia de trabalho interdisciplinar estruturada e colaborativa. O modelo de trabalho privilegiado pelas enfermeiras é o modelo de parceria de cuidados assistenciais, através da tríade equipa de saúde, criança/jovem e pais/cuidadores, bem como o modelo de consulta de enfermagem com “enfermeiro de referência/enfermeiro gestor de caso”. Só assim, com o envolvimento de todos, acreditamos ser possível obter melhores resultados no controlo da Asma, pela melhor capacitação, autoconhecimento na gestão do regime terapêutico. Deste modo, para o melhor controlo da asma, a sua abordagem deverá assentar nos seguintes pilares:- Educação da criança e jovem, e dos pais e cuidadores (incluindo comunidade escolar) para a gestão do regime terapêutico, pelo aumento do nível de literacia sobre doença e tratamento.
- Identificação e evicção de fatores desencadeantes (são esclarecidas medidas específicas de evicção aos alergénios e/ou fatores que podem precipitar as crises de asma).
- Uso de terapêutica disciplinada e de acordo com o plano terapêutico prescrito pelo médico (uso correto de inaladores, higiene dos dispositivos respiratórios, verificação da validade dos fármacos, uso adequado da terapêutica oral antiasmática, anti histamínicos, sprays nasais e dispositivos de higiene nasal).
- Registo de crises (períodos de agudização dos sintomas e necessidade de terapêutica SOS e/ou recurso a cuidados médicos).
- Administração de imunoterapia específica (vulgarmente conhecida por “vacina da alergia”. Esta poderá ser prescrita pelo médico como tratamento adjuvante para controlo da asma alérgica. Tem duas vias de administração, oral ou subcutânea, sendo que, actualmente, na consulta de pediatria, estão a ser administradas aproximadamente 300 vacinas subcutâneas/mês.
- Monitorização, vigilância e acompanhamento (pela equipa de saúde e em acordo com o estipulado pela DGS, relativamente ao controlo das crianças e jovens com asma).
Sabia que tomar antibióticos tem riscos significativos?

Sabia que as infeções por bactérias resistentes são mais difíceis de curar e transmitem-se a outras pessoas?
As bactérias resistentes sobrevivem na presença do antibiótico e continuam a multiplicar-se, causando uma doença mais grave e mais difícil de tratar. Estas bactérias podem transmitir-se de pessoa para pessoa, quer seja diretamente ou através do meio ambiente.Sabia que as infeções causadas por vírus não devem ser tratadas com antibióticos?
A maioria das infeções comuns, tais como as constipações e as gripes, são causadas por vírus e não por bactérias e, portanto, não são curadas por antibióticos. Não deve tomar antibióticos no caso de:- Constipação;
- Gripe;
- Dor de garganta;
- Pingo no nariz;
- Tosse seca.
Como posso saber se devo tomar um antibiótico?
Apenas o médico pode fazer o diagnóstico correto e decidir se é necessário receitar antibiótico e, nesse caso, qual o antibiótico aconselhado. Não deve, em caso algum, automedicar-se. Se lhe for prescrito um antibiótico, cumpra as instruções do médico, em termos de dose, horário das tomas e duração do tratamento. Se sobrarem comprimidos no fim do tratamento, devolva-os à farmácia.
- Duração: a duração do sono deve ser suficiente para repousar e estar alerta no dia seguinte.
- Ciclos de sono: devem ser contínuos, sem interrupção.
- Profundidade: o sono deve ser profundo o suficiente para ser reparador.
- Fixar a hora de dormir e de despertar.
- Se tem por hábito fazer a sesta, não exceda os 45 minutos de sono.
- Evitar a ingestão de álcool quatro horas antes de deitar e não fume.
- Evite cafeína seis horas antes de deitar. Isto inclui café, chá e refrigerantes e chocolate.
- Evite alimentos picantes ou açucarados quatro horas antes de deitar. Um lanche leve antes de dormir é aceitável.
- Praticar exercício regularmente, mas nunca antes de dormir.
- Use roupa de cama confortável.
- Encontre uma temperatura confortável para dormir e mantenha o quarto bem ventilado.
- Bloqueie todo o ruído perturbador e elimine o máximo de luz possível.
- Não use a cama como escritório, sala de trabalho ou lazer.
- A hora de deitar deve ser sempre a mesma e, de preferência, nunca depois das 21h30.
- Ter uma rotina de sestas apropriada à idade.
- Estabelecer uma rotina de dormir.
- Torne o quarto do seu filho propício para o sono: fresco, escuro e silencioso.
- Incentive seu filho a dormir sozinho.
- Evite luz intensa na hora de dormir e durante a noite, aumente a exposição à luz da manhã.
- Evite refeições pesadas e exercícios vigorosos perto da hora de dormir.
- Mantenha todos os aparelhos electrónicos, incluindo televisores, computadores e telemóveis fora do quarto e limite o uso destes aparelhos antes de deitar.
- Evite a cafeína incluída em muitos refrigerantes, café e chás (ice tea, por exemplo).
- Mantenha uma rotina diária regular, incluindo a hora das refeições.


- Manter as crianças à sombra. Usar guarda-sol com proteção para radiação ultravioleta. Também existem peças de roupa com fator de proteção ultravioleta superior a 50, que bloqueiam 98% dos raios UV.
- Evitar a exposição solar das 11 às 17 horas.
- A criança também deve usar óculos de sol. Óculos escuros não são sinónimo de proteção ocular. A barreira aos raios UV é um filtro colocado na lente. Estas devem ser de qualidade e terem a indicação de filtro UV próximo dos 100%.
- Beber água frequentemente.
- Usar protetor solar de índice elevado e adequado à pele da criança: 100% mineral no primeiro e segundo ano de vida e a partir dos 6 meses de idade. Só se tornam eficazes 30 minutos após a aplicação e deve ser renovada a sua aplicação a cada 2 horas.
- Em caso de queimadura, deve aplicar de imediato água fria, colocar creme hidratante em abundante quantidade e oferecer muitos líquidos à criança. Se aparecimento de dor, bolha ou sinais inflamatórios, deve ser efetuada observação médica.
Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 20 de julho de 2018

Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 19 de janeiro de 2018
Saúde Mental
Saúde mental na gravidez e pós-parto
Durante muito tempo considerou-se que a gravidez e o pós-parto seriam momentos pautados por felicidade e bem-estar, chegando a ser considerado um período protetor da saúde mental da mulher. Nas últimas décadas, assistiu-se, na comunidade científica, a um interesse crescente e preocupação justificada pela saúde mental perinatal, que diz respeito à saúde mental da mãe e da criança, desde a conceção até ao primeiro ano de vida pós-natal. No entanto, continua a verificar-se a pressão cultural no sentido da “felicidade da gravidez e maternidade”. Esta tendência cultural e social para romantização e idealização da gravidez e pós-parto dificulta a afirmação e expressão de emoções negativas e, consequentemente, a procura de ajuda. O facto de as emoções negativas não serem socialmente validadas agrava as inseguranças e isola a mulher no seu sofrimento, podendo provocar graves prejuízos para a saúde mental. A ansiedade, medo, tristeza, frustração… também fazem parte do leque de emoções prováveis na gravidez e pós-parto. A transição para a parentalidade implica mudanças, tarefas desenvolvimentais, que promovem a adaptação ao papel de mãe e pai, mas que podem ser podem ser momentos de tensão e de maior exigência psíquica para mulher e para a dinâmica familiar. Estas mudanças acontecem em múltiplos contextos de vida e são provocadas por múltiplos fatores (biológicos, emocionais, relação de casal, relação com família de origem, interação com o bebé, contexto social e profissional…). Uma em cada cinco mulheres desenvolve problemas de saúde mental perinatal, sendo as mais frequentes as perturbações de ansiedade e as perturbações do humor. A depressão é a perturbação do humor mais frequente no periparto, afetando entre 20 a 35% das mulheres. Os principais sintomas incluem:- Tristeza prolongada (mais de duas semanas);
- Perda do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades;
- Redução ou aumento do apetite;
- Insónia ou hipersonolência;
- Agitação ou lentificação psicomotora;
- Fadiga ou perda de energia;
- Sentimentos de inutilidade ou culpa;
- Dificuldades de concentração;
- Pensamentos recorrentes de morte ou ideação suicida.
“tanto e tanto amor desfeito; que a bem dizer ainda não estava feito. E nesta perda do que não foi ganho, mas podia tê-lo sido, se cifra uma das mais duras vivências…” Coimbra de Matos, 2001
Vinculação Pré-Natal
A vinculação (ligação afetiva ao bebé), tem início muito antes do nascimento e mesmo antes da gravidez.“A criança é imaginária antes de ter sido concebida, sendo aquela que a mãe e o pai vieram um dia a desejar. Ela será investida, por cada um dos seus progenitores” (Pontes, 2009)Esta vinculação, pré-natal, nem sempre tem a visibilidade e o reconhecimento social. Assim, em casos de perdas gestacionais, o casal é confrontado com a incapacidade de reconhecimento deste luto, que acaba por ser vivido como uma experiência solitária e incomunicável.
Fases do Luto
A forma como cada pessoa expressa o seu luto é única e individual. Porém ,existem fases que caracterizam este processo:- Choque - sentimentos de descrença, negação e confusão, a perda parece impossível, dificuldade em aceitar a realidade da perda.
- Procura - mantém-se a negação da realidade, existe a sensação de presença da pessoa perdida, existem conversas e sonhos com ela.
- Desorganização - o mundo parece vazio e sem sentido, sentimentos de ansiedade, medo, tristeza, agressividade, culpa e raiva.
- Reorganização - já não se vive o desespero, aceita-se a realidade da perda, a dor é elaborada, permitindo lembrar e falar da pessoa perdida.
- “Ainda são muito novos, podem ter outro filho!”
- “Melhor agora, do que depois de nascer!”
- “Ainda não era uma pessoa”
- “Aconteceu por alguma coisa que fizeste?”
- “Vais tentar novamente? E se acontece o mesmo?”
- “Isso acontece a muita gente! Têm de seguir em frente.”
- “O tempo cura tudo!”
- “O melhor é não falarem sobre isso, para esquecer!”
Possíveis sinais de ALERTA
- Sentimentos persistentes de culpa;
- Sentimentos persistentes de raiva e revolta;
- Isolamento social, como forma de evitamento (para não serem questionados sobre a perda, para não verem mulheres grávidas ou bebés);
- Alterações persistentes do padrão de sono;
- Consumo aumentado de bebidas com cafeína, álcool ou tabaco;
- Stress na relação conjugal.
Internet - da utilização à adição
[caption id="attachment_11436" align="alignleft" width="113"]
- Resistência em "desligar-se", ultrapassando os limites estipulados;
- Não desenvolver conversas com outras temáticas;
- Alteração do padrão de sono (utilização tardia da Internet);
- Sintomas de abstinência (agressividade, irritabilidade, angústia e frustração) quando é negado o acesso;
- Recusa de actividades sociais e familiares para continuar online;
- Mentir sobre o tempo despendido na utilização da Internet;
- Diminuição significativa de actividades de lazer;
- Diminuição no rendimento escolar, ou de trabalho.
- Restringir a utilização a áreas comuns (sala, cozinha...) de forma a puder supervisionar a sua utilização;
- Estabelecer o acesso à Internet como recompensa e não como direito adquirido;
- Proporcionar e encorajar outras actividades de lazer e relacionamentos com grupo de pares; Definir limites diários e certificar-se de que não são excedidos;
- Permitir a utilização apenas após estarem realizados todos os afazeres;
- Conhecer as passwords;
- Verificar o histórico para minimizar riscos associados à utilização da Internet;
- Seja o exemplo! Evite passar tempo desnecessário no computador ou telemóvel.
O que é o Síndrome de Burnout?
O Síndrome de Burnout é uma resposta emocional a situações de stress crónico desencadeada no contexto laboral. É descrito como um processo tridimensional:- Exaustão emocional: caracterizada pela falta ou diminuição de energia, entusiasmo e por sentimento de esgotamento de recursos;
- Despersonalização: o profissional relaciona-se com os outros como se fossem objetos (desenvolvimento de insensibilidade emocional);
- Baixa realização profissional: tendência do trabalhador para se auto-avaliar de forma negativa. Sentimentos de infelicidade e insatisfação com o seu desempenho profissional.
Quais os sinais e sintomas do Síndrome de Burnout?
Físicos:- Sensação de cansaço na maioria do tempo;
- Fragilidade do sistema imunitário;
- Frequentes dores de cabeça, lombares e musculares;
- Alterações do apetite;
- Alterações no sono.
- Sentimento de fracasso, derrota e desamparo;
- Sentimento de solidão;
- Falta de motivação;
- Negativismo;
- Diminuição da satisfação e do sentimento de realização profissional e pessoal.
- Isolamento;
- Lentificação na realização das tarefas habituais;
- Dificuldade em assumir as responsabilidades habituais;
- Consumo excessivo de comida, álcool ou drogas;
- Absentismo, chegar atrasado ou sair mais cedo;
- Modificação dos padrões de comportamento habituais.
- Insónia;
- Irritabilidade;
- Inquietação;
- Tremores;
- Sintomas depressivos;
- Baixa motivação.
Orientações Terapêuticas
- Cuide do seu corpo;
- Tenha uma alimentação cuidada,
- Pratique a técnica de respiração infra-diafragmática;
- Mantenha o suporte social e emocional;
- Pratique técnicas de relaxamento;
- Cuide da sua saúde física e mental;
- Melhore o seu dia-a-dia;
- Procure ser mais cooperativo;
- Faça intervalos entre as atividades;
- Pratique exercício físico;
- Organize o seu dia;
- Reflta sobre o lugar que a atividade ocupa.
Como saber se preciso de ajuda profissional?
- Procure adotar um estilo de vida mais saudável: alimentar-se corretamente, praticar exercício regularmente e descansar o suficiente;
- Estabeleça limites: não se sobrecarregue, aprenda a dizer “não”;
- Faça uma pausa diária de tecnologias: estabeleça um tempo por dia para se abstrair completamente de todas as tecnologias;
- Potencie o seu lado criativo: a criatividade é um antídoto poderoso para o burnout. Tente algo de novo, comece um projeto divertido ou continue a realizar o seu hobbie favorito;
- Aprenda a gerir o stress: quando os sintomas de burnout começam a aparecer, poderá sentir-se incapaz, no entanto, tem muito mais controlo sobre o stress do que pensa. Aprender a gerir o stress pode ajudá-lo a restabelecer o equilíbrio.
Cancro, o impacto psicólogo da doença
Definição: Cancro define-se como sendo um crescimento de células de um modo não controlado, em diversas partes e órgãos do corpo, originando as metástases (World Health Organization, 2013). É por excelência uma doença temerária e que por diversas vezes, em todas as fases da mesma, acarreta perdas e danos para os indivíduos, sendo estas tanto a nível físico como também na esfera psicológica (Elsner, Trentin, & Horn, 2009). Epidemiologia: Com uma taxa superior a 20%, a doença oncológica é uma das maiores causas de morte do nosso país (Araújo et al., 2009; Instituto Nacional de Estatística, 2012). A par de outros países em todo o mundo, o cancro é responsável por um elevado número de mortes, no entanto, são cada vez mais o número de sobreviventes que esta doença tem (Siegel et al., 2012). O processo de adoecer é longo e acarreta diversas alterações em muitas dimensões do indivíduo. Tanto a componente física como psicológica, assim como a dimensão social sofrem alterações que comprometem o funcionamento pleno do individuo (Elsner et al., 2009). Tratamentos e terapêuticas mais utilizadas são:- Cirurgia;
- Quimioterapia;
- Radioterapia;
- Hormonoterapia;
- Imunoterapia.
- Fadiga (muito cansaço);
- Redução da densidade óssea;
- Doenças cardiovasculares;
- Disfunção pulmonar;
- Infertilidade;
- Dor crónica;
- Disfunção sexual.
- Negação e isolamento: Nesta fase surge o pensamento “Isto não pode estar a acontecer eu não vou ficar sem…”;
- Raiva: Nesta fase surgem questões “Porquê eu? Porquê a mim”, e são comuns episódios explosivos, e muita agressividade dirigida aos que estão mais próximos;
- Negociação: Nesta fase surgem movimentos dirigidos à religiosidade, por exemplo: promessas, acordos, geralmente em segredo;
- Depressão: Nesta fase surgem sentimentos associados à dor emocional, ao sofrimento profundo. Esta poderá ser uma fase de introspeção e isolamento, envoltos em tristeza, perda, culpa, descrença e medo.
- Aceitação: Esta fase fechou o Ciclo do Choque à Aceitação. É como se a luta tivesse terminado e o problema passa a ser enfrentado com consciência das possibilidades e limitações.
- A aceitação da realidade da perda;
- Todo um trabalho interno através da dor ou da mágoa;
- Adaptação ao ambiente após a comunicação da doença;
- A tão desejada recolocação emocional e prosseguir com a vida
Artigo elaborado pelo Serviço de Psicologia do CHTS
A morte e o luto
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Texto originalmente publicado no Jornal Imediato a 5 de julho de 2019

- Reconhecer a diferença entre fome fisiológica e fome emocional;
- Assumir a ingestão de alimentos como forma de lidar com emoções desagradáveis;
- Perceber o que desencadeia a fome emocional;
- Reconhecer e expressar as suas emoções;
- Procurar estratégias mais adaptativas para lidar com o mal-estar e tensão emocional: relaxamento, exercício físico, ler um livro, conversar com um amigo, pintar, desenhar…
- Evitar fazer dietas restritivas;
- Dormir e descansar o suficiente.
Tuberculose: O que é a doença e como a combater
Tuberculose: O que é a doença e como a combater

Filipa Viveiros – Assistente Hospitalar de Pneumologia do CHTS
A tuberculose é uma doença infeciosa e contagiosa que se transmite por via inalatória. Perante a exposição a um caso doente, 30 por cento dos indivíduos ficam infetados. Destes, cinco por cento desenvolveram doença nos primeiros dois anos após contacto e outros cinco por cento desenvolveram doença mais tardia.
A probabilidade de transmissão depende alguns fatores como: infecciosidade do caso índice, a suscetibilidade do indivíduo exposto e o local de exposição (espaços fechados e mal ventilados), proximidade, frequência e duração.
Dentro dos fatores de suscetibilidade, são considerados fatores de risco para desenvolvimento da doença: medicação ou condição de imunossupressão (infeção VIH, diabetes, insuficiência renal), além da silicose, alcoolismo e desnutrição.
A doença manifesta-se de forma insidiosa com o surgimento de tosse (seca ou com expetoração), febre (de predomínio vespertino), perda de apetite, emagrecimento, suores noturnos e cansaço. Podem ainda surgir falta de ar, dor torácica e expetoração com sangue.
O nível de suspeição de diagnóstico e tratamento precoces são as melhores formas de combater a doença, além do rastreio de contactos e instituição de terapêutica preventiva nos casos de infeção latente.
Filipa Viveiros
Assistente Hospitalar de Pneumologia do CHTS
Este texto foi originalmente publicado no Jornal Imediato, a 31 de julho de 2020.